Encontro com o universo fantástico de João Suzuki no Centro Cultural da Caixa





"Sempre que Suzuki se permite mergulhar num universo puramente abstrato, alcança resultados verdadeiramente impressionantes: momentos de grande beleza e intensa forca dramática."

(Comentário de J.B.D’Horta para o Jornal da Tarde, em primeiro
de outubro de 1968)





Artes plásticas perdem talento de João Suzuki

João Suzuki em seu ateliê em Santo André


Quando trabalhava na Fundação Pró-Memória de São Caetano do Sul, tive a felicidade de enamorar-me pelo trabalho de um artista que jamais havia ouvido o nome. Deparei-me com minha ignorância, pois é impossível conhecer a arte em sua totalidade. São tantos movimentos, tantos estilos, poéticas, nomes, cores, formas, e mais nomes. Para quem se aventura pelo universo das artes há sempre o que descobrir, mesmo que já conheçamos algo, há algo mais a ser conhecido por outros prismas, antes jamais imaginados. A própria arte brasileira é um manancial de possibilidades. Dentro deste campo jamais havia dado valor a aspectos regionais. A vida cultural no ABC Paulista, apesar de ter tido momentos altos, como os renomados Salões de Arte de Santo André - perdoem-me os entusiastas desta região que fora  polo da indústria metalúrgica décadas atrás - , sempre mostrou-se estagnada por um enfadonho provincialismo que insiste a se arrastar e obstruir a potencialidade artística da região. Entretanto, a arte tem o poder mágico de nos arrebatar, de mudar nossas impressões,  e Suzuki é motivo para o ABC se orgulhar.  Foi uma feliz experiência ter conhecido o trabalho do artista nipo-brasileiro, nascido em Mirandópolis e radicado em Santo André, por meio de duas obras do acervo da Pinacoteca Municipal de São Caetano do Sul;. Lá estão Menino dentro de mim que não quer ver a pomba morta, 1966, COR/REDE/IRA/COBRAN/ÇA, 2002, e  MAGIA n°3, 1991. João Suzuki, pouco lembrado numa perspectiva mais ampla da arte paulista e brasileira, é a artista como poucos, figurativo, de formosa inventividade, derrama elegância nos traços e poesia, como é de se esperar na tradição caligráfica e pictórica oriental, vista no ukyo-e, e ele é crucial para marcar a produção artística no Grande ABC, tendo obras em acervos de relevância nacional como o Museu de Arte Moderna de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea de São Paulo e Pinacoteca do Estado de São Paulo.






João Suzuki, Menino dentro de mim que não quer ver a pomba morta, 1966, técnica


mista, Acervo da Pinacoteca Municipal de São Caetano do Sul





João Suzuki, MAGIA n°3, 1991, técnica mista sobre papel, Acervo Pinacoteca


Municipal de São Caetano do Sul







João Suzuki, COR/REDE/IRA/COBRAN/ÇA, 2002, óleo sobre madeira, Acervo
Pinacoteca Municipal de São Caetano do Sul




Há cerca de um mês pude deleitar-me ao reencontrar a obra de João Suzuki. A Caixa Cultural, na Praça da Sé, trouxe a mostra de caráter  retrospectivo João Suzuki – Fantasia Aprisionada, produzida por Marta Masiero e com curadoria de Agda Carvalho. Integravam a exposição cerca de 60 obras do artista, entre desenhos, pinturas e os típicos ovoides – técnica desenvolvida por ele na qual é realizada pintura e colagem sobre fragmentos de madeiras descartados e ressignificados pela intervenção do artista, e que formam figuras fantásticas, algumas delas lembram feições de samurais.



Pro/teci/ona/is, 1998, óleo sobre papel



João Suzuki, B/ora-b/ora-/nati/vo, óleo sobre madeira, 2002





João Suzuki, Ce/ia/m/atra, óleo sobre madeira, 2002



Transitar pelo universo desse artista é enriquecedor. O percurso deste artista está conectado com um período da cultura brasileira, especificamente o paulista. Os trabalhos que integram a mostra, em boa parte, foram realizados nas décadas de 1960 e 1970 - um período da cultura brasileira em que os artistas articulavam com a realidade fantástica. O artista materializa os anseios de um tempo e desperta com as questões pessoais o desejo de entendimento do entrecruzamento de imagens, que estão em conexão com a realidade. Segundo a curadora Agda Carvalho, um olhar atento aos fatos e às histórias que são reveladas na representação minuciosa e requintada, ao explicitar o sentido da condição humana, pode ser observado no percurso da exposição.  Expõe uma figuração singular que permanece na fronteira da representação naturalista e de abstrações com as soluções fantásticas que desafiam o olhar atento do observador.


Sobre seu processo artístico, Suzuki falou em entrevista ao jornal Diário do Grande ABC, em 1986:

Na verdade, a obra realizada dentro de um quadrado, de um retângulo, estava me incomodando. Cheguei à forma ovalada naturalmente. Através da madeira, creio. Muitos pedaços que recolhi tinham essa forma. Gostei dela, pois ela eliminou os enquadramentos, os ângulos de 90 graus. Com os 'ovóides' passei a fazer uma obra como se eu estivesse vendo as coisas de frente e não através de uma janela.


Em sua última fase, utilizou técnica mista sobre madeira. Também trabalhou com xilogravuras, pinturas em papel, nanquim e tela, escultura em madeira, em pedra.





João Suzuki, Ovóide, 1978, óleo sobre papel



Nasceu em 9 de fevereiro de 1935, na fazenda São Joaquim, em Mirandópolis,
interior do estado de São Paulo, onde havia se formado a colônia de japoneses conhecida
como Núcleo Aliança.  Seus pais, os imigrantes japoneses Shiguero e Kasaku Suzuki,
eram originários da província de Yamanashi, e desembarcaram no porto de Santos no
final de 1934 com o filho Paulo. Shiguero chegou em terra brasileira grávida. Poucos meses depois, nascia João. Mais tarde, nasceram mais seis filhos, Tereza, Raul, Darcy
e Dirce. 

Kasaku veio ao Brasil na condição de agricultor, para atender às exigências do governo brasileiro, contudo era contador de formação. Naqueles primeiros anos, todos da família trabalhavam, plantando e colhendo os frutos da nova terra adotada. O pai de João, habilidoso construtor, foi atraído pelas obras rodoviárias da região, onde ajudou a erguer uma ponte na cidade de Pereira Barreto. 

Os Suzukis vivenciram o preconceito contra nipônicos em virtude da Segunda Guerra Mundial. Assim, pensando num futuro com melhores condições para os filhos, em possibilidades para desenvolver os estudos, em 1946 mudaram-se para a capital paulista. João passou  a frequentar a Escola Taisho ( onde hoje se situam o BUNKYO, ou, Associação Brasileira de Cultura Japonesa, e o Museu Histórico da Imigração Japonesa), na rua São Joaquim, no bairro da Liberdade. A família transferiu-se para Santo André em 1951. Nessa época, João Suzuki já chamava a atenção de seus mestres pelo talento revelado pela qualidade de seus desenhos. Seguindo os conselhos dos professores,  ingressou no curso de desenho e pintura do professor João Rossi, na Associação Paulista de Belas Artes, em São Paulo em 1952.

Descobriu aí sua verdadeira vocação, as artes plásticas.  Quando iniciou o desenho seus modelos eram os moradores de rua, ambulantes, e pessoas que ele encontrava na vida noturna quando passava no centro de São Paulo. Chegou a frequentar o curso de gravura ministrado por Trindade Leal, na Fundação Armando Álvares Penteado. Suas aptidões logo são evidentes, e em 1953 participa do grupo Seibi-Kai (Associação dos Artistas Plásticos da Colônia Japonesa), onde encontra outros artistas de origem nipônica. Lá, Suzuki estabeleceu amizade com artistas chegados ao Brasil no pós-guerra, alguns já com extensa bagagem artística internacional, como Yoshiya Takaoka e Kichizaemon Takahashi.


João já havia participado de vários salões de arte e da VI Bienal Internacional de São Paulo, assim como fora premiado por vezes,  quando, em 1960,  casou-se com Thika Ota. A partir de então, vieram intenso trabalho e prolíficas  pesquisas que resultaram em crescente desenvolvimento profissional e diversas exposições. 






João Suzuki, Sem título, 1959, grafite sobre papel





João Suzuki, Mulher que descia a Rua da Gloria vestida de estopa, 1950, óleo nanquim e estopa sobre aglomerado




João Suzuki, Retrato de Menino aos 3 anos, pastel sobre papel, 1965



João Suzuki, pintura caligráfica em aquarela, sem data




Em maio de 1961, Suzuki é apresentado ao público no texto  de Lourival Gomes Machado para o Catalogo da mostra individual realizada na Associação Crista de Mocos de São Paulo:


É seu lugar ao sol que, nos vastos territórios da Arte, que João K. Suzuki pleiteia com esta exposição. E já o merece só por apresentar-se assim, franca e sinceramente, como simples candidato num meio e num tempo em que tantos, já nos primeiros passos, querem inculcar-se como geniozinhos prontos e acabados, isto é, fora do alcance de qualquer julgamento. Muito mais porem pode-se alegar em favor de sua pretensão, como mostram seus trabalhos num amplo registro de seu aprendizado, quase inteiramente autodidata, de sua luta solitária pela conquista de valores universais, sem renúncia das próprias convicções.


Aracy Amaral, no texto do catálogo da exposição individual realizada na TodArte Galeria, realizada de 15 de setembro a 15 de outubro de 1967, em São Paulo, fala de suas impressões sobre o trabalho do artista que vinha ampliando seus domínios e consagrando seu nome:

(...) ùnico artista 'nissei' desta capital, João Suzuki, nascido entre nós, é também o unico que assumiu a sua parte da angústia ocidental dentro do ambiente em que vive, não podendo se preservar imune ao contagio do "acontecimento" ou no isolacionismo em que se mantêm todos os artistas japoneses aqui radicados. Assim, seu trabalho hoje se debate em encruzilhada difícil:  o bonito abstracionismo japonês, a mancha, o caligrama, o surrealismo, ao qual está relacionado há longos anos, e a tentação de se deixar carregar pelo material, o desejo de pesquisar o desenho ("Outros materiais nos chamam e, através de sua própria textura, como a madeira, partirmos para uma realização; mas no desenho, sobre o papel branco, o primeiro traço tem de vir de nós, celebralizado, na cabeça, para o gesto na mão ..."), Por tudo isto, estes trabalhos refletem um momento , constituem o registro não de uma "fase" de sua pintura, mas de um estado ciscunstancial a ser superado. E representam bem o caldeirão efervescente de sua geração, em nossa origem múltipla, fundamentalmente ansiada por se expressar, mas contida quase em paralisação pelo tumulto caótico e nebuloso em que tudo parece aparentemente válido. Mas há uma escala de valores. Suzuki sabe. Por isso a sua expectativa, através, e somente, do trabalho.


Em setembro de 1969, João Suzuki sofre um duro golpe. Homem sensível e correto foi

vitimado pela injustiça ao ser acusado de participar de um grupo de ativistas contrários
ao governo militar. O  filho, Márcio, ainda criança, presenciou o pai ser preso por policiais do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) em frente à sua casa. Sofreu agressões físicas e psicológicas, que deixaram marcas para o resto de sua vida. Esse episódio fez com que o artista se tornasse uma pessoa melancólica e reclusa, distanciado da agitação e glamour do circuito artístico. Depois de um período de recolhimento, a família e amigos verdadeiros o estimularam a voltar a produzir.



João Suzuki, Exercício de Integração N° 1, 1966, fio plástico, ferro e óleo sobre madeira, Museu de Arte Contemporânea de São Paulo. Na obra, o pesadelo da repressão e tortura que marcaram a Ditadura Militar são representados


Como afirma o crítico Douglas Negrisolli,  no final dos anos 1970, o artista dá 
início à série dos Ovóides, pesquisa motivada ao encontrar pedaços de madeira em desenvolve pinturas sobre elas (já iniciara a pintura em restos de madeira mas no plano mais angular).  Os motivos se repetem incessantemente nesta série: a figura humana elaborada de forma fantástica. A relação com o realismo mágico e o surrealismo, pode ter uma referência de Frida Kahlo, em que cercea o natural, a flora e fauna, bem como a interação do homem/mulher com o a magia da mãe terra, mas também lembra os cavaleiros de Marcelo Grasmann, e até figuras míticas japonesas. O ovo pode ser decifrado como um princípio universal da vida.




João SuzukiOvóide 1980/11980, óleo sobre duratex, Acervo Pinacoteca do Estado de São Paulo


No texto publicado na revista Visão, de 24 de abril de 1979, sobre a mostra realizada na Fundação das Artes de São Caetano do Sul, Alberto Beutenmuller evidencia a potencialidade poética do artista nipo-brasileiro:

Suzuki não faz mais telas como todo mundo. Cria seus projetos ocupando todo espaço de uma nova tela - o espaço ovóide. Seu traço tornou-se exuberante, excessivamente angustiante, criando figuras quase realistas que se misturam a um cipoal de pinceladas gestuais e satânicas, lembrando-nos dos sempre citados Bosch, Brueghel, ou de William Blake e de Lautreamont, em seus famosos Contos de Maldoror. Suzuki está no auge de sua forca sensível, conseguindo ordenar – caoticamente - elementos da nova figuração, signos

orientais, abstrações informais e cenas da ficção científica.


Obra do acervo da Prefeitura Municipal de Santo André



Cyro Del Nero escreveu no catalogo da exposição “Cotidiano/Arte: O Consumo”, realizada no Instituto Cultural Itaú, em São Paulo em 1999:


Por intermédio dos desfiles de Moda dos anos 60, no Auditório de Desfiles da Rhodia – Indústria Química e Têxtil, toda uma geração aprendeu técnicas e critérios de ser e vender: a surpresa que foi, para os artistas plásticos a procura de seus desenhos para serem utilizados em estamparia e, depois, transformados em tecidos para vestidos, era inédita nas historia das artes plásticas no Brasil, quando ate então a venda não era para o consumo publico, mas para as espessas paredes dos museus ou colecionadores. Assim, Aldemir
Martins, Milton Da Costa, Antônio Bandeira, Djanira (...), Suzuki (...) Tiveram seus desenhos e pinturas a serviço de uma transformação social do consumo de moda.



Maylu, uma das primeiras top models brasileiras, desfila com vestido com estampa que reproduz desenho de João Suzuki. Coleção Brazilian Style,  Seleção Rhodia Têxtil, FENIT, 1964




João Suzuki, Sem Título, sem data, óleo, grafite e nanquim sobre papel



O crítico José Armando Pereira da Silva fala sobre a fatura e poética do artista nipo-brasileiro em texto para a exposição Ano/ta/ção pa/ra ser lem/brado - João Suzuki, que marcava a celebração dos 19 anos de existência da Livraria Alpharrabio, Editora e Centro Cultural sediada em Santo André, em fevereiro de 2011, e também o aniversário de Suzuki:



De figuras deprimidas, esmagadas, distorcidas se desprende seu humanismo romântico que viria a ser confrontado pelos fatos políticos que o atingiram diretamente. O artista mergulha então no estranhamento, emergindo com revelações cujos protótipos escapam do observador. Mas os sonhos nunca se dissiparam. Com o tempo ganharam acenos menos hostis, mais líricos, espiritualizados, porém sempre com sinais de mistérios não desvendados. Sua preferência por suportes de formato oval agregou à obra a simbologia do nascimento e da renovação. A recorrência de figuras hieráticas, em atitude quase religiosa, induz a planos supra-realistas. Certas figuras lançam olhares inquisitivos, irônicos, ou se fundem num plasma multicolorido. O universo sensível se transforma em universo de beleza.






Anotação do tema de estudos Alacanto maior, 2001, técnica mista sobre lonita. A obra faz referência às crenças da seita MAHIKARI, da qual Suzuki era seguidor. Trata-se de uma seita que surgiu no Japão e os seus membros acreditam ser esta uma arte espiritualista que tem por objetivo a renovação espiritual de toda a humanidade. Segundo eles, esta renovação é fundamentada por revelações divinas que Deus (o Deus Supremo, criador do Céu e da Terra) teria revelado para seu fundador Yoshikazu Okada



Em 7 de outubro de 2010,  o colorido onírico de Zuzuki se encobre de negro pesar e a cena da arte brasileira perde mais um de suas preciosidades. O artista falace, acometido por um enfarto, contudo deixou como legado não só em seus trabalhos, também fica um grande exemplo de uma vida, de cada  inspiração e suspiro empenhados à arte. Permanecem para vivificar as matizes oníricas e nostálgicas, os versos do Poema à paisagem de Suzuki, de Álvaro Alves de Faria:


É feita de lápis afiada ponta



Cortando o que há de sombra, a paisagem mais nítida



do que caminho e se encerra



e transforma o instante em palavra



e não esquece de tecer o já tecido semblante.



Não é de se compreender,



E sim entrar figura a dentro,



Ferida aberta na costa do tempo



Onde está o inseto e o espaço se conclui.



A palavra mais branca,



do pássaro e da raiz,



açúcar do que resta da lágrima,



vai além, o traço.



Busca a asa do vôo interrompido



e corta a asa da ave que não chega.



Do segredo, os dedos trêmulos



que tateiam a paisagem



no pequeno espaço da vida,



onde dormem as serpentes,



dentes de vidro no cristal do copo.



A figura esboça e salta em volta do passo.



É tarde pra amanhecer o que resta da noite.



Bailarina do perverso a paisagem



Se mostra e se emoldura:



Nada senão o grito de dentro,



Quando a boca sela



e a vida tende desaparecer.






Ho/men/pei/xepra/ta, 1998, óleo sobre papel



João Suzuki, década de 1980. Foto de Maria de Lourdes Polido




Bibliografia:

3 GERAÇÕES de artistas nipo-brasileiros. Apresentação de Walter Zanini. São Paulo:

Galeria Arte Global, 1978.

CAVALCANTI, Carlos; AYALA, Walmir (Org.). Dicionário Brasileiro de Artistas

Plásticos. Apresentação de Maria Alice Barroso. Brasília: MEC/INL, 1973-1980

João Suzuki: desenho e pintura. Apresentação de Enock Sacramento. São Bernardo

do Campo: Teatro Cacilda Becker, 1986.

João Suzuki - Fantasia Aprisionada. Apresentação de Agda Carvalho. São Paulo: Caixa Econômica Federal, 2012.

PONTUAL, Roberto. Dicionário das Artes Plásticas no Brasil. Apresentação de Antônio

Houaiss. Textos de Mário Barata Et Al. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1969.

 LOURENÇO, Ciça França; BELLUZZO, Ana M. Projeto releitura. São Paulo:

Pinacoteca do Estado de São Paulo, 1983.

SCALEA, Neusa Schiliaro. "João Suzuki: Delicadeza e intensidade nipo-brasileira" In: Raízes,    São Caetano do Sul,  Fundação Pró-Memória de São Caetano do Sul, Ano XXIII, julho 2011, N. 43.

SILVA, Armando Pereira da; SACRAMENTO, Enock. João Suzuki – Travessia do

Sonho. Santo André, SP: Edições Alfarrabio, 2007.

Para Saber mais: 

http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/Enc_Artistas/artistas_imp.cfm?cd_verbete=2229&imp=N&cd_idioma=28555

http://dnegrisolli.blogspot.com.br/2011/08/forma-circular-em-joao-suzuki.html

http://www.alpharrabio.com.br/Abril2011.html

http://negociosemoda.blogspot.com.br/2008/04/100-anos-de-arte-nikkey-joo-suzuki_02.html










Mariana Zenaro é graduada e licenciada em História pelo Centro Universitário Fundação Santo André e bacharel em Comunicação Social, com ênfase em Jornalismo, pela Universidade Metodista de São Paulo. Tem Pós-Graduação, MBA em Bens Culturais: Cultura, Economia e Gestão, pela Fundação Getúlio Vargas. Frequentou os cursos livres de História da Arte na Escola do Museu de Arte de São Paulo (MASP) por dois anos e meio. Trabalhou em Museus, Arquivos e Instituições Culturais. Foi voluntária no Centro de Documentação e Biblioteca do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Dá cursos e palestras sobre história da arte em fundações, centros culturais. 






Ler Mais

Violetas e Outras Poesias





Caros leitores,

Nesta sexta apresento-lhes a vivência de um momento particular de redescobertas. Cada novo dia se apresenta como um caminho inexplorado e algumas fases nos obrigam a parar, a olhar os passos marcados, a repensar o ritmo, a trilha, a ver com outros olhos tudo que se foi... Existem dias em que é necessário mudar o curso, mudar os anseios, mudar o estado de conforto, reconstruir as expectativas... “Violetas e outras poesias” se mostra como a possibilidade de um novo caminho, inesperado... Como uma ideia ainda não pensada, como uma tela nova que exala a tinta fresca... É propriamente uma nova apreciação, permeada de si mesma, convidando a um esquecimento das âncoras mórbidas e a sinalização de uma luz convidativa à escrita de novas páginas... Aventure-se...


Adriano Almeida.




Violetas e outras poesias


Sinto uma incrível sensação libertadora...
Sinto nostalgia e flores.
Ouço músicas dentro de mim...
Sinfonias inteiras.


Sinto alegria e desafio...
Vejo lugares que nunca vi.
Sorrisos e gestos...


Há um novo céu,
há um novo sol lá fora...
E o inverno é agora
doces gotas de memória...


Já não me contenho...
Percebo outras asas.
Sinto o intento de um vôo...
Mais alto e mais largo.


Abre-se hoje
Uma nova poesia...
Pra recomeçar como eu...
E ao escapar de mim,
ganha o céu...
Esplêndido e imenso...


Já não posso ver...
As sombras frias e chorosas...
Porque o dia agora é luz.
Já posso sentir
O cheiro e as vozes...
O sabor e as músicas.


Sinto o pulsar e a oração...
Ouço o desejo e a fé...
Vejo a espera e a busca...
Vejo a ternura e a ousadia...
Encontro o caminho e o abrigo.







Adriano Almeida é pesquisador na área de cultura, imaginário e simbologia do espaço. Mineiro, tem se dedicado a escrever poemas, crônicas e contos. Seus escritos, de caráter introspectivo, retratam as incertezas, os conflitos, a melancolia e os encantos da existencialidade humana.








 
 





Ler Mais