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Homofobia também não é nossa praia.


Fomos à 15º Retrospectiva do Cinema Brasileiro, no Cinesesc que exibe neste mês (dezembro/2014) 40 longas-metragens que estiveram em cartaz em fins de 2013 até outubro de 2014 e assisti o filme Praia do Futuro, conhecido como a primeira co-produção entre Brasil e Berlim. Este filme, no geral, trata de um relacionamento homossexual entre homens. 

Nele o ator brasileiro Wagner Moura é bombeiro, salva-vidas da Praia do Futuro, em Fortaleza-CE. O mar desta praia é perigoso e, no filme, dois turistas se afogam. Um deles não é encontrado e o outro, é salvo. O bombeiro que não conseguiu salvar a vida de um deles acaba se relacionando com a pessoa resgatada. Vai visitá-lo na Alemanha, consegue um trabalho e opta também em apagar seu passado para viver a relação. Então, ele "foge" para a Alemanha… abandona seu ofício, o irmão, que o considerava como ídolo e sua mãe, que vem a falecer sem notícias sólidas suas. Após a perda da mãe, seu irmão vai para a Alemanha e o re-encontra.

Trailer, Praia do Futuro. (dir. Karim Ainouz, 2014):


O enredo do filme incita a questão de ter a coragem (ou medo) de seguir os nossos desejos e assumir a relação homossexual diante dos ditames e padrões sociais/culturais, como por exemplo, de o  salva-vidas representar um "super herói" para seu irmão. Tomou a decisão de seguir seus desejos e as mudanças radicais que escolheu na vida, o motivou ao distanciamento de sua família.

Cena "Aline",  Praia do Futuro. (dir. Karim Ainouz, 2014):


A página no Facebook de "Praia do Futuro" condena a homofonia e lança uma campanha:

"Discriminação, intolerância, preconceito e ódio são coisas que devem ficar no passado."

#HomofobiaNãoÉANossaPraia

Em falar de homossexualismo, trago nesta matéria a reflexão acerca de duas faixas e compositoras/cantoras "trans":

Carol Vieira, conhecida como MC Xuxú, questiona a homofobia e escreve a música "Desabafo":




"Com tanta coisa pra se preocupar,
Tem gente perdendo o tempo querendo cuidar
E mandar na minha vida….

Te vejo como um ser humano
Enquanto voce me vê comò nada…

Não precisa me aceitar 
Apenas te peço para me respeitar

Se voce parar pra pensar vai ver
Que eu tô certa eu dandy o que é meu…

Não vim buscar côa apenas sua compreensão
Tenho orgulho de ser quem eu sou
E tu tem que aceitar somos todos irmãos. 

Não vim buscar côa apenas sua compreensão
E quem entendeu o desabafo 
Então fecha comigo e levanta a mão…"

Garota X, canta "Assumida":


A letra de "Assumida" mostra os desejos da artista quando criança de "brincar de boneca, fazer comida e pular amarelinha", enrolava a sua sunga para "ficar igual calcinha". Relata ter assumido para sua mãe que ela queria é ser mulher e mãe respondeu "fazer o que, né?", ao falou para seu pai, agora sou "sua filha" e ele gostou. A mãe resolveu contar para toda a família... mas, sabemos que muitas vezes a trajetória não é simples, nem tão aceita.

Numa matéria que encontrei na internet, Julyanna Barbosa diz que inicialmente a Garota X era uma personagem e em seu cotidiano "era um menino com maria-chiquinhas". Depois as pessoas começaram a te reconhecer nas ruas e resolveu tomar hormônios. Caberia aqui um aprofundamento a respeito de padrões culturais de ser mulher ou homem e ao ato de brincar com bonecas, cozinhar e usar decotes. 
Mas, voltaremos em tal discussão noutro momento.

A luta contra a homofobia é também diária!!

Um beijo pras travestis, lacraias e à quem entrincheira com a gente!

Soraia Oliveira Costa, mestranda em História da Ciência pela UFABC e graduada em Ciênciais Sociais pelo Centro Universitário Fundação Santo André (CUFSA). Trabalha com audiovisual e oralidades desde meados de 2007, quando começou a analisar  as transformações sensíveis, em especial o cenário urbano, a natureza, o trabalho, os transportes, o comportamento, a cultura, a arte...Diretora do documentário"Transformação sensível, neblina sobre trilhos", sobre a vila de Paranapiacaba, feito com incentivo do MEC/SESu, UFABC e FSA.


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3º Sarau Erótico no Museu de Santo André




Na última sexta-feira tive oportunidade de contribuir com a realização do 3º Sarau Erótico, no Museu de Santo André promovido pelo Núcleo de Prevenção DST/Aids de Santo André. 




O Sarau ocorreu das 18h as 21h, apesar do pouco tempo de evento e do trânsito caótico que entopem as vias artérias do Grande ABC, neste horário e principalmente as sextas feiras, contamos com um grande e colorido público. Fazia tempo que não via o Museu tão povoado assim! 

Ação Jovem. Foto: Ana Clara

Sarau Erótico. Foto: Ana Clara
Pessoas se deliciando com as poesias. Foto: Ana Clara
Ocupação poética no Museu de Santo André. Foto: Ana Clara.

Para quem não conhece "o Núcleo de Prevenção tem por finalidade elaborar, implementar e monitorar projetos de promoção, prevenção às DST/AIDS e proteção a saúde da população em geral com enfoque nos recortes: mulheres, adolescentes e jovens, e as populações de maior vulnerabilidade, como gays, Homens que fazem sexo com homens (HSH), travestis, profissionais do sexo, pessoas em situação de rua e usuários de drogas. As ações e projetos desenvolvidos visam, sobretudo, diminuir a vulnerabilidade às DST/AIDS. Facilitando o acesso da população a insulso de prevenção e o incentivo ao diagnóstico precoce ao HIV." 

Previna-se! Foto: Ana Clara


No espaço havia a exposição denominada O erótico do corpo "com a proposta de despertar um novo olhar sobre a sexualidade humana, compreendendo-a como expressão natural. As imagens propõem um olhar para dentro da diversidade das relações amorosas, aproximando o espectador de cenas que fazem referência a diferentes orientações sexuais como a homossexualidade feminina e masculina, outras identidades de gênero como a transexualidade, todas essas facetas da diversidade sexual, ocupam a mesma importância e naturalidade que a heterossexualidade na vida humana."

Calendário de 2015 com fotografias da exposição. Foto: Ana Clara.

Fiz a seleção sonora, com o foco central na sexualidade, de algumas faixas e artistas que criticam ou descontróem o machismo, a subjugação e objetificação da mulher (conscientemente ou não!) e de outros temas que as pessoas tem dificuldade de lidar, como homossexualismo, aborto e prostituição. 

A primeira remixagem foi recheda de funk pancadão, ocupando o espaço público com este som que hoje é considerado proibidão em muitas áreas periféricas do Rio de Janeiro e em São Paulo. Alguns artistas que compuseram a seleção foram: MC Dandara, MC Joana Dark, Putinhas Aborteiras, MC Mulato, MC Xuxú, MC Sabrina, MC Marcelly e Mc Martinho.



Pancadão nos alto falantes. Foto: Ana Clara





Após minha intervenção o microfone foi aberto para ser recitadas as poesias. 

Ocupação poética. Foto: Ana Clara

Depois teve o show bombástico do Ba Kimbuta & Makomba. 

Ba Kimbuta & Makomba.


Para finalizar, fiz remixagem de algumas rappers: Nega Gizza, Afronordestinas, Atitude Feminina, Atal, Karol Conká, Luana Hansen e Black Angel.






Que venham outras noites de ocupação cultural, educação sexual, diversidade e conscientização social!

Parabéns aos realizadores!!!




Soraia Oliveira Costa, mestranda em História da Ciência pela UFABC e graduada em Ciênciais Sociais pelo Centro Universitário Fundação Santo André (CUFSA). Trabalha com audiovisual e oralidades desde meados de 2007, quando começou a analisar  as transformações sensíveis, em especial o cenário urbano, a natureza, o trabalho, os transportes, o comportamento, a cultura, a arte...Diretora do documentário"Transformação sensível, neblina sobre trilhos", sobre a vila de Paranapiacaba, feito com incentivo do MEC/SESu pela UFABC e pelo Centro Universitário Santo André.
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De pederastia a homoafetivo: apenas uma questão de termo?


Antes mesmo da criação do “homossexual” no século XIX, as práticas homossexuais já recebiam classificações especiais sendo muita delas de conotação negativa. O que refletiu que nem sempre a “homossexualidade” foi entendida como hoje, principalmente no que diz respeito a uma suposta identidade própria e peculiar do homossexual.

Quando entendida como uma relação de transmissão de conhecimento e sabedoria entre dois homens de idades distintas, as práticas homossexuais na Grécia eram compreendidas como pederastia. O que nos permite pensar nessas práticas como inerentes ao cotidiano desse povo, podendo ser dada como natural para eles. Em Roma, apesar das peculiaridades e diferenças, essas práticas ainda possuíam esse aspecto de normalidade.

Com a expansão do Cristianismo, as relações homoeróticas ou homossexuais, foram alocadas para a esfera do pecado e da impureza, já que não havia os fins reprodutivos, única justificativa para a igreja aceitar a relações sexuais. Nesse instante, a o termo sodomia passa a ser mais recorrentes para classificar as múltiplas práticas sexuais homoeróticas.

Ao perpassar pelos séculos que estão entre o fim da Idade Média e o século XIX, as relações sodomitas além de pecado também são dadas como crime. Quando a ciência apropria-se da sexualidade para estudo e classificações, ela cria o termo homossexual (homo do grego igual e sexus do latim sexo) para referirem-se aqueles que possuem a anomalia do desejo e práticas para com pessoas do mesmo sexo. Nesse contexto a homossexualidade além de pecado e crime passa a ser doença, o homossexualismo, em outras palavras, de um caso ou erro que qualquer um pode cometer, a homossexualidade torna-se uma irregularidade da sexualidade humana, mas que teria possibilidades de cura.

Apenas no inicio do século XX, com a revolução sexual e inicio do movimento LGBTT, esse pensamento do século XIX sofreu questionamentos maiores através da produção acadêmica e da militância dos interessados. O termo homossexualismo passa a ser negado para que a homossexualidade torne-se mais usada, o que por reflete a saída da conotação de doença para a de uma possível relação sexual. Atualmente apontam-se para o uso do termo homoafetivo, para colocar que as relações “homossexuais” não são apenas sexuais, mas também que envolvem toda um afetividade entre os pares. O que nos faríamos pensar em relações homoafetivas com amigos, por exemplo?. Assim o uso dos termos pederastia, sodomia, homossexualismo, homoerotismo e homoafetivo nos revela diferentes posições daquilo que tanto intriga a nossa sociedade: a múltipla sexualidade humana.

Daniele Leonor Moreira é coordenadora da equipe de avaliação/ revisão da Contemporâneos - revista de Artes e Humanidades e estudante de História da Universidade Federal de Viçosa. Uma das atuais coordenadoras do projeto Primavera nos Dentes.
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HOMOFOBIA NO MEIO UNIVERSITÁRIO


Ao meio estudantil universitário geralmente se associa a indivíduos de mente aberta. No entanto, quem convive ou já conviveu sabe que infelizmente as coisas não são bem assim. Casos de racismo, de sexismo e de homofobia são constantemente presenciados nas universidades através de múltiplas formas.

Episódios como os que aconteceram na Universidade Federal de Viçosa no ano de 2009 com a queima de uma bandeira LGBT, por um estudante com declarações explicitamente homofóbicas, são reproduzidos cotidianamente no meio estudantil universitário em todo o país. Recentemente a publicação de um “jornalzinho” por alguns estudantes de farmácia da USP confirma esse triste diagnóstico.

Logo abaixo há uma reprodução na íntegra do texto homofóbico publicado no jornalzinho que se intitula “O Parasita” na página 02:
"Lançe-merdas e Brega será na Faixa - Ultimamente nossa gloriosa faculdade vem sendo palco de cenas totalmente inadmissíveis. Ano passado, tivemos o famoso episódio em que 2 viadinhos trocaram beijos em uma festa no porão de med. Como se já não bastasse, um deles trajava uma camiseta da Atlética. Porra, manchar o nome de uma instituição da nossa faculdade em teritório dos medicus não pode ser tolerado. Na última festa dos bixos, os mesmos viadinhos citados acima, aprontaram uma pior ainda. Os seres se trancaram em uma cabine do banheiro, enquanto se ouviam dizeres do tipo "Aí, tira a mão daí." Se as coisas continuarem assim, nossa faculdade vai virar uma ECA. Para retornar a ordem na nossa querida Farmácia, O Parasita lança um desafio, jogue merda em um viado, que você receberá, totalmente grátis, um convite de luxo para a Festa Brega 2010. Contamos com a colaboração de todos. Joãozinho Zé-Ruela", escreve "O Parasita".

Bom o que dizer sobre essas tantas asneiras? Infelizmente essa não é uma posição isolada, quantas outras pessoas não pensam e se comportam dessa forma? E nessa muita gente vai apanhando, sendo apelidado e sofrendo inúmeros preconceitos. O texto acima é uma declaração explicita de homofobia, de aversão à homossexualidade; nem dá para o tal “Zé Ruela” afirmar que é apenas uma opinião. Como se já não bastasse os termos ofensivos como “viadinhos”; “eca” o individuo lança um desafio com premiação “jogue merda em um viado, que você receberá, totalmente grátis, um convite de luxo para a Festa Brega 2010”.

No entanto na contra corrente de tanta besteira, já houve declarações de discentes de outros cursos da USP na qual deixaram claro o repudio por tal incitação homofóbica. Como afirma a defensora Maíra Diniz, coordenadora do núcleo de combate à discriminação, racismo e preconceito, "O Parasita" infringiu a Lei Estadual 10.948 que trata do combate à homofobia. Outros órgãos de combate a homofobia também já estão entrando com processos e levando caso a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). Maiores informações sobre o caso podem ser lidas no site da G1.

Espera-se que medidas punitivas sejam tomadas para corrigir essa incitação preconceituosa, violenta e covarde. Mas sabe-se muito bem que o problema é maior, que isso é apenas a ponta de um imenso irceberg, de uma sociedade mergulhada no preconceito, no machismo e na hipocrisia. Nas quais determinados valores sociais e religiosos são colocados a cima do respeito aos direitos e a liberdade humana.


Daniele Leonor Moreira é coordenadora da equipe de avaliação/ revisão da Contemporâneos - revista de Artes e Humanidades e estudante de História da Universidade Federal de Viçosa. Uma das atuais coordenadoras do projeto Primavera nos Dentes.
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O PRECONCEITO NO ARMÁRIO DE VIDRO



Quem nunca ouviu a expressão: “ah ele está no armário!” ou “ela saiu do armário!”. Ambas significam, respectivamente, esconder e assumir a orientação sexual. No entanto, enquanto esse armário esconde a sexualidade de uns, de outros ele esconde o preconceito.

Ser taxado de preconceituoso não é algo legal socialmente, ser identificado como racista, por exemplo, não é algo que um indivíduo deveria ter orgulho. Mas e quando independente disso você o tem? O que fazer com ele? Nesse instante vemos o preconceito se esconder no armário e se camuflar nas mais diferentes e inúmeras desculpas.

Há aqueles que abertamente dizem ser homofóbicos que não gostam e tem nojo, mas em maior proporção temos aqueles que apesar de não admitirem ser homofóbicos, podemos notar claramente em suas falas certa aversão, como no caso recente do Marcelo Dourado em suas declarações polêmicas sobre a AIDS. Boa parte dessa homofobia está camuflada nos argumentos religiosos de pecado, em outras estão escancarada em idéias machistas.

Quando não dá pra guardar o preconceito dentro da gente, nós o colocamos em uma versão mais socialmente aceita. Ou ninguém nunca ouviu uma pessoa chamar um homossexual de sapatão e / ou bichinha? Para a sociedade isso é normal e até corriqueiro chamar o outro na intenção de ofender e brincar. Mas e para quem é alvo dos termos pejorativos, isso soa como o que? Preconceito não é?

Entendo aqui homofobia como medo, aversão ao homossexual observamos como infelizmente ela é vista para muitos como uma opinião que deve ser respeitada e não como preconceito. Em sites religiosos observa-se isso escancarado quando entidades religiosas combatem a criação de uma legislação para criminalizar a homofobia.

A homofobia tem toda uma trajetória e raízes numa tradição cultural machista, patriarcal e acima de tudo hipócrita. Não adianta, se o armário que esconde a sexualidade é de aço, o que encobre a homofobia é de vidro, onde mesmo dentro do armário a gente vê o preconceito.





Daniele Leonor Moreira é coordenadora da equipe de avaliação/ revisão da Contemporâneos - revista de Artes e Humanidades e estudante de História da Universidade Federal de Viçosa. Uma das atuais coordenadoras do projeto Primavera nos Dentes




Vozes da Globalização - Módulo 1 - Identidades e Diversidade Sexual

Grátis, com direito a certificado. Todos os sábados às 10h30 na Casa da Palavra (Praça do Carmo, 171, Santo André).

HOJE - 17/4
Valéria Melki - 10h30
Homossexualidade feminina e religião. Uma construção histórica.



Valéria Melki Busin possui graduação em Psicologia pela Universidade de São Paulo (1989) e mestrado em Ciências da Religião na PUC/SP . Atua principalmente nos seguintes temas: homossexualidade, religião e gênero. Autora de Lua de Prata.




"LUA DE PRATA
QUANDO A PAIXÃO ACONTECE ENTRE MULHERES"
de VALERIA MELKI BUSIN
Resumo: Publicado em 2003, o livro trata da história entrelaçadas de mulheres. Ana Maria entra em choque ao descobrir a traição de sua mulher Rita. Ao mesmo tempo, sua colega Mirella está às voltas com uma difícil separação de seu violento marido. As duas ficam amigas e juntas abrem novos caminhos para o amor, o prazer e a felicidade.


Disponível para compra no site do Submarino.
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Estréia de Daniele Leonor Moreira

AS EXPRESSÕES DA SEXUALIDADE HUMANA: ESPAÇO DE DEBATE SOBRE A DIVERSIDADE SEXUAL

A proposta nesse interessante espaço é debater sobre a nossa múltipla identidade cultural concernente a sexualidade. Em outras palavras, o objetivo é explorar as discussões e notícias no que diz respeito à diversidade sexual.  É nessa esteira que o grupo de diversidade sexual e luta contra a homofobia, “Primavera nos Dentes”, propõe apresentar ao público leitor do ContemporARTES, comentários e debates nas mais variadas formas como prosas e textos dissertativos. O grupo foi criado em 2008 por iniciativa de estudantes universitários em ocasião de um evento sobre diversidade sexual. Nesse primeiro momento, deixamos apenas os versos abaixo para reflexão.



Pra começar, quem vai colar

Os tais caquinhos do velho mundo?

Pátrias, famílias, religiões e preconceitos

Quebrou, não tem mais jeito!

Agora descubra de verdade o que você ama

E tudo pode ser seu

Se tudo caiu, que tudo caia, pois tudo raia

E o mundo pode ser seu.”

Marina Lima / Antônio Cícero

Pensando nas entrelinhas dessas breves palavras que o grupo se apresenta tendo toda a sua linha de discussões inserida no respeito às múltiplas formas da expressão humana e valorização das diversas identidades do indivíduo.






Daniele Leonor Moreira é coordenadora da equipe de avaliação/ revisão da Contemporâneos - revista de Artes e Humanidades e estudante de História da Universidade Federal de Viçosa. Uma das atuais coordenadoras do projeto Primavera nos Dentes.
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PORQUE A HOMOSSEXUALIDADE E NÃO A HOMOFOBIA?

  Hoje Daniele Leonor  nos presenteia com seu belo texto  e  nos leva a  inúmeras reflexões...



 Coluna As Horas

O ser humano a todo o momento se vê cercado de valores, sejam eles morais, sociais etc. No entanto deve-se atentar para o fato que esses valores são frutos da criação humana na qual, segundo Nietzsche, são perpassados de geração a geração até que o próprio ser humano incorpora e acredita que esses valores constituem parte da sua suposta essência. Essa espécie de “naturalização” da moralidade deve ser posta em crise, pois esse processo sustenta graves valores como os preconceitos.
Nesse instante podemos introduzir a homofobia como um desses valores morais sujeitos a intensos questionamentos. Por homofobia entende-se aversão àqueles que possuem orientação sexual diferente do padrão heterossexual, ou seja, homossexuais e mesmo bissexuais. A aversão, sendo condenada socialmente, é camuflada das mais diversas maneiras como por certos argumentos religiosos.
    A homofobia, como um “valor moral”, é sustentada por padrões normativos orientados na noção de heteronormatividade. Essa noção postula que o gênero, o corpo e a orientação sexual devem ser respectivamente feminino/ masculino; fêmea/macho e gostar de homem/ gostar de mulher. Para aqueles não enquadrados nessa ordem resta serem alocados como anomalias sociais dentre tristes exemplos temos a descriminação para com os travestis.
 Atualmente existe uma busca para compreender e mesmo explicar a suposta origem da homossexualidade. Várias hipóteses são levantadas desde uma origem genética, perpassando por uma questão de psicologia até mesmo uma questão de caráter. Contudo diante desse panorama faz-se necessário estimular algumas reflexões dentre elas as de porque encontrar uma origem para a homossexualidade? Essa busca por uma explicação não estaria nas bases de um padrão de valor heteronormativo na qual tenta entender esse suposto “desvio” comportamental? Outras perguntas podem enriquecer o debate como as de qual seria então a explicação para a socialmente aceita heterossexualidade? Ambas, homossexualidade e heterossexualidade, não poderiam compor a natureza humana sem discriminação de uma por outra?
    A grande justificativa para a formalização da heterossexualidade consiste nos fins reprodutivos. Em outras palavras, a relação sexual natural seria a do homem e da mulher onde ocorre uma possibilidade de reprodução. Nesse viés a possível atração entre dois homens, por exemplo, seria desviante e ilógica. Ao pensar na afetividade de uma relação a questão sai desse “simplismo” e torna-se mais complexa. Pois a relação entre diferentes (heterossexuais) e pares (homossexuais) não envolve apenas o sexo, mas também uma afetividade. O que torna o debate mais profundo ao conceber como válida uma relacionamento que vai além de fins reprodutivos.
    Desse modo seria mais válido para a sociedade superar essa procura em chegar a causa desse comportamento “diferente”, e evoluir para uma compreensão do processo de classificação negativa dessa conduta. Ou seja, vez de indagar a “raiz” da homossexualidade porque não perguntamos de aonde adveio a homofobia?



 Daniele Leonor, é coordenadora de revisão da Revista Contemporâneos e participa  do Movimento Primavera nos Dentes.
http://primaveranosdentesvicosa.blogspot.com/


 PARTICIPEM!

O Senado criou uma enquete para testar a opinião pública sobre o PLC 122/2006, que criminalizada a homofobia.

A enquete ficará no ar durante todo o mês de novembro.
Peçam para amigos e colegas votarem a favor também!

Entrem na página da Agência Senado http://www.senado.gov.br/agencia/default.aspx?mob=0
Desçam a página um pouco e do lado direito da tela está a enquete.







Giliane  Silva de Moura escreve semanalmente no ContemporArtes
rockgirl611@hotmail.com



















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