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Ser



Há tantas exigências para com o modo de andar a vida... Quase todos sabem o itinerário a ser seguido, o script está pronto e até as conquistas que você deve fazer para ser "alguém", estão socialmente definidas: estudos, bom emprego, casamento, carro, casa, filhos, casa na praia.... Preferencialmente, nesta ordem - é o que se espera para pessoas bem sucedidas.
E quando a vida segue de um jeito diferente, e quando seu modo de andar não bate com esse roteiro perfeito, parece então tratar-se de uma pessoa perdida, de uma pessoa com dificuldades e grande probabilidade de não dar certo. O que faz presumir que as pessoas que sabem seguir o script são equilibradas, resolvidas e mais felizes.
Na prática, entretanto, não é isso o que se vê. Seguir a sequência preordenada desses patamares sociais traz sim, a alguns, tranquilidade. Mas a grande maioria das pessoas, esteja ou não subindo esses degraus, traz em si uma turbulência e uma dificuldade que é própria do ser humano. Porque ter todas as coisas ou conquistar tudo o que se pode, não é garantia de satisfação, sequer de realização do Ser.
O Ser só se sustenta, sendo. E isso requer além de vivência, muita auto-observação, inclinação para analisar, compreender e aprender com erros e acertos e também generosidade com a luta alheia - tão árdua quanto a sua -, livrando-se de julgamentos e determinismos (a inútil habilidade de resolver a vida do outro).
Eu tenho travado a minha batalha valendo-me do ensinamento de Ferreira Gullar, de que a vida é uma grande invenção.
E apesar de não corresponder exatamente às expectativas do entorno, com grandes deficiências e dificuldades, uma sensibilidade muito aguçada que às vezes atrapalha e uma veia passional para com as questões cruciais da minha constituição, sei que as conquistas que fiz não são materiais, sequer podem ser monetariamente avaliadas: esta luta comigo mesma, que travo todos os dias, impossível de renunciar e que tenho corajosamente encarado, ainda que a subestimem aqueles cujo desenho da vida é menos subversivo.
Antes que tudo Sou. E quanto mais isso se reafirma em mim, menos desejo corresponder ao que se espera e mais compreendo que para mim a trajetória não poderia ter sido outra, e me aceito. A partir daí, e só então, sinto-me pronta para outras conquistas.
Talvez, quem sabe, aquelas por que tanto esperam "as pessoas na sala de jantar".


Ps.:  Das coisas que Sou, sou antes mulher. Inconformada e indignada com o machismo velado de homens e mulheres, com a tolerância odiosa ao comportamento abusivo e criminoso contra o direito ao corpo e a vontade das mulheres e deixo aqui minha nota de repúdio ao estupro coletivo noticiado esta semana contra uma mulher (contra todas as mulheres). É necessário atinar que esta é uma briga atual, que há muito a ser feito em matéria de pensamento e consciência com relação a questão da mulher (moralismos e códigos de etiqueta a serem superados para que se alcance uma situação de equidade entre homens e mulheres), atitude e combate nas situações de abuso e crime contra a mulher e que a luta pela dignidade da mulher coaduna com a  luta em prol da dignidade humana. O Sou só prevalecerá no dia em que cada um possa Ser o que é - dia em que a palavra Deus será usada para fortalecer e agregar pessoas e não o contrário. E em que nenhuma justificativa, desculpa ou palavra será levantada em defesa de atrocidades cometidas contra o Ser Humano.




Ouça esta canção e entenda com o coração o que não está dito.



Larissa Germano é autora de "Cinzas e Cheiros", e escreve nos blogs Palavras Apenas (naoapenaspalavras.blogspot.com) e Nunca Te Vi Sempre Te Amei (cafehparis.blogspot.com), tem perfil no Facebook e no Twitter e a página Lári Prosa e Trova no Facebook. É também compositora intuitiva e tem perfil no Sound Cloud e Youtube.

Para adquirir o livro Cinzas e Cheiros, independente, entre em contato com a autora pelo email: slariger@hotmail.com. Remessa pelo Correio.
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O arquétipo da Mãe







Os arquétipos são fundamentais para se compreender os valores, crenças e atitudes de determinados grupos sociais. Para a humanidade, o arquétipo da figura materna é um dos mais poderosos. Silva (2012), esclarece a partir de Jung:


Arquétipo é descrito pelo psicólogo Carl Gustav Jung como um conjunto de imagens psíquicas presentes no inconsciente coletivo que seria a parte mais profunda do inconsciente humano. Os arquétipos são herdados geneticamente dos ancestrais de um grupo de civilização, etnia ou povo. Os arquétipos não são memórias coesas e "palpáveis" no contexto ou definição clássica de memória, mas são o conjunto de informações inconscientes que motivam o ser humano a acreditar ou dar crédito a determinados tipos de comportamento. os arquétipos correspondem ao conjunto de crenças e valores comportamentais básicos do ser humano. podem se manifestar nas crenças religiosas, mitológicas ou no comportamento inconsciente do indivíduo (SILVA, 2012, p.1).

Estando gravados no inconsciente coletivo, os arquétipos podem movimentar atitudes, produzir cultura, inspirar artistas e promover mudanças na sociedade.
Em relação ao arquétipo da mãe, presente desde os tempos remotos, sua influência é tamanha, que até hoje utilizamos a expressão “mãe natureza”.

Mãe Natureza, de Roberto Gallacci

Em todas as culturas, a figura da mãe exerce importantes funções, entre elas, a de garantir que a humanidade acredite que alguém zela por ela e a protege.
No catolicismo, a figura da Virgem Maria, a mãe piedosa, foi se multiplicando em várias santas. No Brasil temos a Nossa Senhora Aparecida. No México, a Virgem de Guadalupe. Na Polônia a mais venerada é Nossa Senhora de Czestochowa. 

Nossa Senhora Aparecida 


Virgem de Guadalupe

Nossa Senhora de Czestochowa


Em quase todas as santas oriundas do catolicismo,  o arquétipo da mãe e mulher santa é quase sempre associada à tristeza,  à piedade e à pobreza. Exemplo disso é Pietá, escultura de Michelangelo.

Pietá, de Michelangelo

Já nas religiões de origem africana, encontramos, entre outras,  a figura de Oxum, ou Mamãe Oxum, a mãe amorosa, rainha das cachoeiras,  linda e vaidosa, que adora ouro e pode trazer o amor. Uma das frases que explica a simbologia de Oxum é: "Oxum limpa suas jóias, antes de limpar seus filhos."


Representação de Oxum

No hinduísmo, uma das figuras arquetípicas maternas que se destacam é a de  Durga, ou Ma Durga (mãe Durga). Os hindus acreditam que Durga é a mãe de Ganesha, Kartiqueya, Saravasti e Lakshmi. Ela é a encarnação da energia criativa e feminina.

Deusa Durga

Já os egípcios adoravam Ísis, a deusa egípcia do amor, quase sempre representada amamentando seu filho.

Deusa egípcia Ísis

Apesar das diferenças culturais, em todas as representações da figura materna, uma coisa se destaca: o amor absoluto por seus filhos. O amor de mãe não é algo que possa ser explicado pela biologia ou por laços de sangue. Ser mãe perpassa toda explicação racional e entra no mundo do sentimento, da emoção e  do amor incondicional.  



Para ser mãe, basta abrir o coração e sem nenhum tipo de amarra, amar... simples  e definitivamente, amar. Esse amor verdadeiro e único se explica pela sua natureza: ele não pede nada em troca. É o amor absolutamente livre de cobranças, estado de graça indescritível que só se alcança quando se aprende a amar assim.


Referências:

SILVA, A. (2012).  Arquétipo.
Acesso em 02/05/2015.
     
SILVA, R. de A. (2006). Uma reflexão sobre o arquétipo da grande mãe no ícone de Nossa Senhora do Bom Conselho. In:  http://revistas.pucsp.br/index.php/ultimoandar/article/viewFile/12894/9380. Acesso em 08/05/2015





Vanisse Simone Alves Corrêa é doutoranda em Educação pela UFPR e co-editora da Revista Contemporartes. Também é mulher,  filha e mãe. 



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Paixão não mata. Controle, poder e propriedade, sim




A relação histórica e material do patriarcalismo sofrida pela mulher não é um advento da sociedade vigente e em muitos casos sua origem remota a tempos tribais. Entretanto, este fenômeno atroz é intensificado com o aprofundamento do capitalismo. Neste atual modo de produção da vida na sociedade, as mulheres e as crianças são o germe da propriedade privada. 


Por Karina Fernandes*, Ferenc Diniz Kiss** e Soraia O. Costa.




A divisão social do trabalho também é a divisão sexual do trabalho. Assim, há atividades masculinas e atividades femininas que se aprofundam com a relação de opressão sofrida pelas mulheres, principalmente as pretas e pobres.

“Quando um país é ocupado militarmente por tropas de outra nação, os soldados servem-se sexualmente de mulheres do povo que combatem. [...] Desta sorte, não foi o capitalismo, sistema de dominação-exploração muitíssimo mais jovem que os outros dois, que ‘inventou’ o patriarcado e o racismo. Para não recuar demasiadamente na história, estes já existiam na Grécia e na Roma antigas, sociedades nas quais se fundiram com o sistema escravocrata. Da mesma maneira, também se fundiram com o sistema feudal. Com a emergência do capitalismo, houve a simbiose, a fusão, entre os três sistemas de dominação-exploração. Na realidade concreta, eles são inseparáveis, pois se transformaram, através deste processo simbiótico, em um único sistema de dominação-exploração, aqui denominado patriarcado-racismo-capitalismo.” (SAFFIOTI, 2000)


Na sua esmagadora proporção, a relação da divisão do trabalho é naturalizada nas relações sociais, estabelecida nas famílias onde as mulheres são reduzidas ao cativeiro, dominadas pelos homens. Sua função em casa? Reproduzir a família. Sua função social? Ser explorada no trabalho. Essas duas relações de propriedade - seja da família, seja no trabalho - se estabelecessem dialeticamente a partir de uma cultura patriarcal na qual há um nítido interesse para que isso se perpetue e se intensifique cada vez mais. E nós, mulheres pobres das camadas populares, quando nos esforçamos para estudar, se ergue a tríplice jornada.


A situação é gritante. A consciência patriarcal esta enraizada na sociedade, ramificada em todas as suas entranhas e se expressando nas mais diversificadas formas. A mulher é oprimida em todas as esferas, em todas as classes, em todos os continentes e em todos os países. Mas, é na classe trabalhadora que há uma soma de opressões. Além da opressão pelo homem, evidencia-se a opressão do patrão, de classe, de cor, de orientação sexual, do estado, da religião e da sociedade em geral. 

A consequência de uma cultura machista/patriarcal, intensificada pelo capitalismo e sua reprodução nos âmbitos políticos, culturais e econômicos, tem como resultado a violência sobre a mulher. 

Em toda a América Latina os números da violência contra a mulher são alarmantes. No ano passado morreram na região ao menos 7 mil mulheres em decorrência da violência de gênero. Estes dados não incluem o México, que não apresenta números disponíveis nem tão atualizados. Em um estudo preliminar, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima que entre 2009 e 2011, o Brasil registrou cerca de 17 mil feminicídios (morte de mulheres por conflito de gênero), que corresponde em média a uma morte a cada duas horas. De acordo com os dados da Cepal, 45% das mulheres da região dizem ter recebido ameaças por parte de seus companheiros, sejam noivos ou maridos. Segundo dados do Programa ONU-Mulheres, a Bolívia é o país latino-americano onde mais mulheres (52%) afirmam ter sofrido violência ou sexual ou física por um companheiro íntimo, seguida por Colômbia (39%), Perú (39%) e Equador (31%). Estes dados revelam quão enraizado está o machismo em nosso meio (1). 


Este levantamento de dados expõe apenas os casos de feminicidio. Os outros tipos de agressão, - psicológica, verbal, emocional, física, sexual - considerados “não declarados”, são ainda mais numerosos e não seguem o devido acompanhamento requerido. A Lei Maria da Penha (2) é um avanço nos princípios de defesa da mulher, porém, é mais um dos claros exemplos de que a Lei segue os valores predominantes da sociedade, servindo a quem interessa. Os princípios da Lei são consistentes, mas sua execução é ineficaz. 


Apesar da lei estar vigente a mais de sete anos, sua aplicação tem sido substancialmente comprometida por descaso dos governos e despreparo dos agentes públicos que, muitas vezes, refletem os valores machistas predominante em nossa sociedade, reforçando a opressão contra a mulher inclusive nos espaços de referência que deveriam deveriam combater essa violência.


Na maioria das cidades as “casas-abrigos” para mulheres em risco estão em péssimo estado de conservação; não se aplica nenhuma punição aos criminosos, que voltam a perseguir as mulheres; as agressões são deturpadas pelo agentes públicos, sugerindo que a culpa do ocorrido foi motivada por alguma ação da mulher; as medidas de proteção não são aplicadas com o devido rigor, trazendo insegurança às vítimas; a orientação sexual é tratada como um problema; a mulher é tratada como um sexo frágil, entre outros fatores.


Oprimir a mulher significa oprimir metade da população mundial e dentro da perspectiva das forças produtivas, esta opressão é vista como redução de custo. Portanto, mão de obra oprimida é traduzida como mão de obra barata. Ontologicamente salientamos que o mundo não é assim, ele foi construído socialmente, possui historicidade para estar desta forma que não é perenes e podem vir a mudar. Ou seja, o mundo não é assim, o mundo está assim.


A mulher não é fraca, não é frágil, não é delicada, não é pura, não é burra, não é meiga, não é magra, não é um objeto sexual, não é bela, não é perfeita, não é divina, não é mãe, não é do homem, não veio do homem, não é minha, não é sua, não é dele, não é vulnerável, não é padronizada, não é tudo igual, não pode ser desrespeitada, não pode ser violentada, não pode ser assassinada. A luta da mulher é de todos, diariamente, que buscam a emancipação plenamente humana!


Nenhuma tradição, nenhum costume, nenhuma religião justifica que uma mulher seja: assassinada, apedrejada, violentada por ser mulher. Nada justifica que sejamos: mutiladas, sacrificadas, prostituídas, humilhadas, subjugadas, privadas dos nossos direitos elementares.
Por Martina e por todas nós. Levante, mulher! (3)


Referências:

SAFFIOTI, Heleieth. Conferência - O segundo sexo à luz das teorias feministas contemporâneas. In: (Org) MOTTA, Alda Britto de Motta. SARDENBERG, Cecília. GOMES, Márcia Um diálogo com Simone de Beauvoir e outras falas. FFCH/UFBA/Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher. 2000.
SAFFIOTI, Heleieth. A mulher na sociedade de classes: Mito e realidade. São Paulo, Expressão Popular, 2013


Notas:

(1) Trecho adaptado da nota de repudio e de falecimento da estudante Martina Piazza Conde do Centro Acadêmico de Ciências Econômicas da Unila. 

(2) Lei N° 11.340 de 7 de agosto de 2006, que “Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher”.

(3) Adaptação própria a citação declamada pelo grupo Levante Mulher no Ato do dia 8 de março de 2014 em São Paulo - SP.


* Mestranda PROLAM/USP. Formada em Ciências Econômicas na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila).

** é professor de Física na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE).

*** texto publicado originalmente na Revista Escrita, de Fox do Iguaçu.

Soraia Oliveira Costa, mestranda em História da Ciência pela UFABC e graduada em Ciênciais Sociais pelo Centro Universitário Fundação Santo André (CUFSA). Trabalha com audiovisual e oralidades desde meados de 2007, quando começou a analisar  as transformações sensíveis, em especial o cenário urbano, a natureza, o trabalho, os transportes, o comportamento, a cultura, a arte... Produtora do documentário "Transformação sensível, neblina sobre trilhos", que trata da história vila de Paranapiacaba, feito com incentivo do MEC/SESu, UFABC e Centro Universitário Santo André.

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Muitas maneiras de ser mulher


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Fábula III, ou “as formas da coragem”.

                    Para Joyce, Hettie e Diane.  E para Andressa também.

Era apenas uma menina
e o mundo, um lugar lotado
de criaturas com sonhos baratos.
Pegava todos os dias, de manhã
o bonde que descia a ladeira,
seu coração dando saltos no ponto
     onde a curva sugeria uma fuga
onde a mão do condutor podia
vacilar por um instante e perder
o rumo.

Noitezinha, na hora da sopa
a mãe chamava
para ela colocar na mesa
os pratos azuis, os guardanapos de pano
amarelados, as grandes colheres,
e ela obedecia,
mansinha, as unhas de esmalte
     de uma semana
guardando seu segredo escarlate.

Quando lá fora chovia, como de
   costume, gotas misturando-se com
poeira e através da janela suja 
todas as formas
   alongavam-se, encurtavam-se,
 ela via figuras
dançando na água ou nas chamas
da noite e sabia que
em algum lugar  o caminho bifurcava
e seria só o rumo que ela conseguisse
vislumbrar quando todo mundo parasse
de lhe falar, de lhe indicar com
as mãos ou apontar com os dedos
o enferrujado dever, ou quando ela
não mais escutasse.

Os meninos pulavam
os vagões do trem ou as
ondas mais altas, e o tempo todo ela
sabia que isso não era para ela
porque não era longe o suficiente
ou  talvez porque ser
   apenas uma triste
                fêmea da espécie
não lhe permitisse um lugar
entre os que desafiavam
os mares, a Bruxa de Novembro
ou o Chinook.  Enquanto isso
os garotos saiam e voltavam à casa.
Ela ouvia suas histórias e percebia
como esticavam suas meia-verdades
sobre a bruma, as baleias, os
adversários com suas espadas,
ou as armas comuns do bandido
         da esquina.
Dançava sozinha frente ao espelho,
  diante dos escuros olhos ciganos,
examinando a curva dos seus braços,
o quadril que se alargava,  os
pequenos seios que endureciam sob
   um fino tecido, as pernas que embora
curtas pudessem carregá-la muitas milhas.
Sentia então um estranho tipo
       de medo-coragem
que lhe dizia coisas inteligíveis:
que  poderia dormir ao relento,
 construir um provisório
abrigo, aprender as línguas de
humanos e tigres, ser nômade
como qualquer uma
ou como nenhum outro.

And then she went...




Texto e imagens:  Miriam Adelman


Miriam Adelman é socióloga, tradutora, poeta e  - desde 2013-  aprendiz da arte fotográfica.  Nascida nos EUA, morou dos 19 aos 29 anos no México. É radicada em Curitiba desde 1991.  Professora da UFPR desde 1992, atualmente actúa nos Programas de Pós-graduação de Estudos Literários (PGLETRAS) e Sociologia (PGSOCIO) dessa instituição. .  Mantém também o blog pessoal, Juntando Palavras (www.conviteapalavra.blogspot.com)
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Em HQs, linhas revelam mais que corpos esculturais




 Eu comecei a ler livros de HQ recentemente, inclusive compartilhei um pouco dessas minhas leituras nesse post aqui. Porém, não tenho muito contato com quadrinhos do gênero de super heróis ou mesmo heroínas. Confesso que isso mudou e passei a ter muita curiosidade nesse tipo de publicação depois que eu tive acesso a esse tumblr.

Na penúltima postagem da Drops Cultural, o jornalista Felipe Menicucci, apresentou um pouco sobre o universo dos tumblrs, o que eram e até algumas dicas bastante interessantes e divertidas de alguns endereços para se acessar sempre.

Bom, para provar que tumblr também pode falar sobre coisa séria, e muito séria, vou contar um pouco sobre o Escher Girls. A proposta do tumblr é  mostrar imagens de personagens femininas em poses impossíveis ou ridículas ou com algum distúrbio anatômico criado para se obter um maior apelo sexual.



Ou seja, o EscherGirls mostra desenhos de personagens femininas de quadrinhosque além de usar uniformes/ roupas justas e curtas ainda estão em posições que realçam ainda mais o corpo. O mais interessante (ou absurdo) é que muitas vezes as poses para mostrar os seios ou a bunda, às vezes tentam mostrar os seios e bunda ao mesmo tempo, são tão absurdas e impossíveis, que acaba acontecendo o que eles mesmos denominamcomo distúrbio anatômico. Algo muito legal no tumblr é que em algumas postagens há a contribuição de desenhistas mostrando como seria aquela cena sem a posição absurda, isto é, como seria a posição real daquela personagem. 




Pode ter pessoas que falem agora, “mas, quadrinhos é ficção, pode tudo”. Será que é só ficção mesmo?
Será que não é mais uma forma de reforçar um padrão de beleza? Não será mais uma forma de afirmar a posição da mulher objeto?Acho que vale a pena refletir.

Ana Paula Nunes é jornalista, Especialista em Mídia, Informação e Cultura pela Universidade de São Paulo. Coordena a Comunicação da Revista ContemporARTES.
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Dia da Mulher - Homenagem


Em homenagem a todos Clarices, Paulas, Solanges, Saras, Serafinas, a Contemporartes publica hoje a crônica do escritor baiano Marcelo de Oliveira Souza.

MULHER ADMIRÁVEL

Durante muito tempo, desde que o mundo é mundo, a mulher tem vital importância na sociedade, sendo ainda o verdadeiro sustentáculo da família, ainda progride e evoluí.
Quando falamos daquela mesma história da mulher ser o sexo frágil, ainda pensamos naquele estereótipo do século passado, onde o sexo feminino não podia nem votar, expressar os sentimentos, cujo homem seria o chefe da família.
Nos tempos modernos, felizmente isso mudou muito, as mulheres mostram que a diferença entre os sexos está na cabeça de quem enxerga, ela conquistou o seu espaço e hoje não precisa mostrar mais nada.
Essas mulheres admiráveis,  desfilam a sua elegância e sensualidade em todo o canto, alegrando a vida do homem, trazendo mais paz a esse mundo, ainda são catalisadoras da violência, como tem menor força bruta, sofrem agressões, são castigadas por produzirem, saírem de casa para sustentar ou ajudar no sustento na sociedade moderna.

Hoje todos nós percebemos que o “sexo frágil” não existe, a força de vontade sempre esteve com ela, faltava era a oportunidade de mostrar todo o seu valor, sua garra, pois a mulher é um corpo só que se divide em vários, produzindo, acalentando, apaziguando, amando e até governando.
Por isso nada é mais justo que no dia internacional da mulher, todos nós lembrarmos de seu valor e desejarmos um feliz dia da mulher!



Marcelo de Oliveira Souza
Salvador Bahia Brasil
http://marceloescritor.blig.ig.com.br
http://marceloescritor2.blogspot.com
www.poesiassemfronteiras.no.comunidades.net - Site oficial do concurso POESIAS SEM FRONTEIRAS


Escritor Filiado À Ube – Cappaz - ACLAC -Poetas del Mundo    




Hoje trazemos novidades do Núcleo Leste de Minas - coordenado pelo Prof. Mestre Adriano de Almeida. O núcleo, sediado em Caratinga (MG), traz novas frentes de pesquisa ao Laboratório.

Projeto Lepcon - Núcleo Leste de Minas
As propostas de projetos, tanto de pesquisa quanto de extensão, já estão em andamento e todos os pesquisadores, uma vez vinculados, estão convidados à apresentarem novas ideias e novos projetos a serem desenvolvidos junto ao Laboratório. 

- O projeto "Mãos de Tesoura Cineclube", é uma proposta que demandará um esforço conjunto do nosso Núcleo Leste de Minas para sua efetivação, uma vez que precisa de um grande apoio de várias frentes, mas iremos investir nesse caminho com toda a nossa dedicação.

Além desta temos, já arroladas, diferentes frentes de trabalho em pesquisa/extensão:

- O projeto "Paisagens Retratadas: O sagrado e o profano no cenário da cidade" que busca, por meio de uma metodologia de história oral, reconstruir a perspectiva dos lugares na memória dos moradores da cidade de Caratinga, apresentando essas formas finais em uma exposição e um livro de fotografias.

- O projeto do Prof. João Martins, de uma democratização do conhecimento junto à comunidade local em Vargem Alegre, ao qual aceitamos sugestões de título além da minha proposta citada "De cabeça e pés na estrada: Democratização e popularização do conhecimento entre estudantes do ensino fundamental e médio na cidade de Vargem Alegre-Mg"


Adriano de Almeida é mestre em Extensão Rural pela Universidade Federal de Viçosa.

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