quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Crossover is back!!!!!!!!!

Coluna Stage Dive


Venho com a proposta de criar um diálogo sobre o universo de contra-cultura expresso na música underground. Um espaço para divulgar a cena underground, bandas, zines, espaços. Nesses tempos de internet e globalização, ficou (obviamente) muito fácil correr atrás de um play. Por outro lado, é tanta informação, que se acaba perdido. Isso às vezes afeta a cena com mais bandas do que público ou pessoas tirando conclusões "erradas" do tipo: "Tal banda é nazi, tal banda é anarco”.

Apesar das dificuldades, como falta de recursos e locais para que ocorram as gigs, alguns estilos se destacam pela força e união ao organizar um evento e fazer uma cena forte, como por exemplo o straight edge (sXe) quando organizavam a Verdurada. Letras politizadas, discursos políticos e lutas por mais dignidade eram suas bandeiras, além de estimular o vegetarianismo e defender a libertação animal.

Hoje vou falar sobre um estilo vindo dos anos 80, que passou por anos sem destaque principalmente de 1995 até 2003. O Crossover ou Crossover Thrash é um estilo que mescla o peso do thrash metal com a energia do hardcore e elementos do punk e do heavy metal. Em 1982 o D.R.I. (Dirty Rotten Imbeciles) lançou o álbum "Dirty Rotten LP" e em 1983 o Suicidal Tendencies lançava seu debut. Tais bandas criticavam instituições de ensino, militares e religiosas, falando de skate, drogas, guerra e Ronald Reagan. Em seguida, uma onda crossover varreu o underground - as bandas Excel, The Accüsed, Werhmacht, Anthrax, Nuclear Assault, Stormtroopers of Death (S.O.D.), Cryptic Slaughter e Verbal Abuse. Em 2001 surgiu uma banda nos EUA, a Municipal Waste, que possibilitou a volta do Crossover às ruas. Foi a vez do Dr. Living Dead da Suécia, que “destruiu” o Brasil em junho e agosto espalhando uma epidemia de Venice Beach nos thrashers. O Brasil por sua vez tem com as lendárias bandas Lobotomia e Ratos de Porão (desde meados da década de 1980) e D.F.C. (Distrito Federal Chaos), Possuído pelo Cão (P.P.C.), Bandanos, Lowlife, Beermug, Hate your Fate e outras.

Pois é ... os thrashers ou cycos resolveram sair do bueiro e colocarem o Crossover em patamar sólido dentro da cena. Como diz a letra de Only for good thrashers do Bandanos, banda de São Paulo formada em 2002 com uma proposta de um som que lembra Suicidal Tendencies e The Accüsed e traz a estética ganguista de Venice Beach, São Francisco dos anos 80:
O Crossover está de volta às ruas!!!!



Entendendo a cena...
Play:
é como é chamado um álbum.
Straight Edge: são punks que abominam qualquer tipo de drogas, sejam ilícitas ou lícitas, além de propagarem uma vida sem álcool, cigarros ou drogas. Defendem o vegetarianismo e a libertação animal. São considerados "punks conscientes".
Gig: show em inglês.
Debut: primeiro álbum de uma banda.
Thrashers: como são chamados as pessoas que ouvem crossover pela semelhança com o thrash metal.
Cyco: Cyco era o nome de uma gangue que os membros do Suicidal Tendencies faziam parte. Mais tarde a palavra cyco começou a ser usada para chamar as pessoas que ouvem crossover, principalmente fãs do Suicidal Tendencies.



Dennys Felipe Nascimento de Oliveira
dennys_bangerkill@hotmail.com

2 comentários:

Francisco Guilherme disse...

Muito legal esse artigo.
Uma oportunidade incrivel para esses movimentos underground se mostrarem
e serem conhecidos.

Parabéns!

27 de agosto de 2009 às 13:50
Giovani Iemini disse...

"Straight Edge" são emos sem coragem para assumir a própria homossexualidade!

2 de setembro de 2009 às 13:50

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