segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Segunda Poética


Pam Orbacam, nos brinda com seu retorno à Literatura, no lançamento do livro digital de poesias Saciedade dos Poetas Vivos, vol.9. E, a colunista do blog, eu(Rosana), não poderia deixar de festejar. Confira um pouco desta autora, que entre tantos, levou a medalha de prata no concurso José Lins do Rego/2007, com mais de 6.000 inscritos.
Sol
Nuvem oculta o azul
Desse céu de olhos calados.
Sob a nuvem brilha Seu sorriso de outono
Que tão pouco fica,
E, no entanto aquece e ilumina
Embora “cinze” e nuble com a sua saída.
Mornas mãos,
Morno sol,
Submersa semente,
Que úmida, dilata e germina.
Ah! Infortunada lua que vem
E rouba o sol da minha vida...

Trancas
Porque a porta
É o horizonte obsessivo
E o café coado
Ferrão da boca amante
Secreções
Sentidos semi-serrados
Onde se perdem as chaves
E o café cheira queimado.

O fio
Tudo o que calo ou falo
Constitui a significância de tudo o que vivo e pereço
É o que arde aos ouvidos quando calo
Que faz morada no meu peito enquanto morro
E é o que voa ao vento enquanto falo
Que se desfaz, dilui e evapora.
De que importa o som que ecoa sem resposta....
De que vale o silêncio, perante tamanha lacuna...
Vivo e morro no silêncio ardente do que calo
Enquanto mato e vivifico, proferindo a secura da boca.
Alienada no pensamento que cala
Enfastiada no movimento que fala




2 comentários:

Ana Dietrich disse...

cara rosana, cara pam,

seus poemas refrescaram meu dia...
parabéns as duas, a rosana por nos trazer tanta diversidade a público ( que eu nem tinha a menor idéia que existia)
e a pam,
pelos fios, trancas e pelo sol....
sempre necessária nessa nossa vida tão carrancuda.

bjs

19 de outubro de 2009 às 16:19
Pam Orbacan disse...

Amo você, Rosana,
Ana, obrigada pelo comentário tão doce,
beijos,
Pam

20 de outubro de 2009 às 17:00

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