sábado, 20 de fevereiro de 2010

A escrita de José Saramago


Caríssimos leitores, como já havia destacado anteriormente, sou um grande amante da Literatura Portuguesa e, por esse motivo, devo falar a vocês acerca de um dos autores portugueses contemporâneos de maior destaque em todo o mundo: José Saramago.

José de Sousa Saramago nasceu em uma aldeia portuguesa chamada Azinhaga no dia 16 de novembro de 1922. Aos dois anos de idade sua família se mudou para Lisboa.
Proveniente de uma família pobre, este famoso autor não pode ingressar em uma Universidade e teve que trabalhar desde sua adolescência. Entretanto, fascinado pela Literatura, ele freqüentava a Biblioteca Municipal Central, situada na capital Portuguesa.

Autodidata, aos 25 anos ele publicou seu primeiro romance. Porém se tornou famoso e reconhecido com sua escrita de caráter reflexivo em relação à História e identidade portuguesa, no contexto pós-Revolução dos Cravos. Foi galardoado com o Nobel de Literatura de 1998 (foi o primeiro e, por enquanto, único autor proveniente de um país lusófono a receber tal prêmio). Também ganhou o Prêmio Camões, o mais importante prêmio literário da língua portuguesa. Saramago é considerado o responsável pelo efectivo reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa.

No romance português contemporâneo, Saramago se destaca também pela construção de romances, em que lê a História de Portugal, das suas raízes medievais à atualidade. Com engenhosidade e criatividade incomuns, a História se torna um elemento estruturante das produções artísticas do criador de Memorial do Convento e a manipulação literária redimensiona os diferentes dados e elementos históricos em um conjunto ficcional, diferente do universo de onde foram tirados.

Nas obras saramaguianas, a presença de cenários bem caracterizados, mostra-nos “eventos, personagens e lugares históricos que sobem à superfície do universo da ficção com inesperada naturalidade”, postulando a necessidade de repensar esses eventos, personagens e lugares “à luz de uma nova realidade histórica” (REIS, 2005, p. 93).

É impossível esquecermos uma característica que está presente em suas ficções, que é o fato de ele focalizar os fenômenos sociais, observando e mostrando, principalmente, os oprimidos, reiterando-os como agentes da História e, muitas vezes, criticando esses fenômenos sociais de cada época. Nos romances do autor em questão, ele vale-se de elementos como a ironia, a paródia e o sarcasmo para reinterpretar as figuras e os episódios de um passado nunca antes questionado e de realidades e situações também nunca antes mostradas, talvez por causa da repressão ou ainda porque as pessoas já se acostumaram com certas situações que até hoje são vistas como normais, como a exploração dos mais pobres. Ele mostra a sua versão da História, critica as repressões, explorações, e questiona o autoritarismo de instituições como a Igreja, o Estado, a Nobreza e, além disso, reescreve sobre o ponto de vista daqueles que nunca tiveram o direito de questioná-la, de que nunca figuraram nela, os pobres.

Os leitores interessados em saber um pouco mais acerca deste autor e suas obras podem consultar aqui ou ainda .





Rodrigo Machado é Graduando em Letras pela Universidade Federal de Viçosa e escreve aos sábados no ComtemporARTES.

2 comentários:

Hélio Nóbrega disse...

oxente, Saramago é Nobel de 2008 ou 1998?

21 de fevereiro de 2010 às 09:19
Rodrigo Machado disse...

Olha Hélio,
ele recebeu o NOBEL em 1998. Em 2008 quem foi agraciado com tal prêmio foi o romancista francês Jean-Marie Gustave Le Clézio (Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2008/10/09/romancista_frances_leva_nobel_de_literatura_de_2008-548633031.asp).

Abraços

22 de fevereiro de 2010 às 13:39

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