A escrita de José Saramago
Caríssimos leitores, como já havia destacado anteriormente, sou um grande amante da Literatura Portuguesa e, por esse motivo, devo falar a vocês acerca de um dos autores portugueses contemporâneos de maior destaque em todo o mundo: José Saramago.
José de Sou

Proveniente de uma família pobre, este famoso autor não pode ingressar em uma Universidade e teve que trabalhar desde sua adolescência. Entretanto, fascinado pela Literatura, ele freqüentava a Biblioteca Municipal Central, situada na capital Portuguesa.
Autodidata, aos 25 anos ele publicou seu primeiro romance. Porém se tornou famoso e reconhecido com sua escrita de caráter reflexivo em relação à História e identidade portuguesa, no contexto pós-Revolução dos Cravos. Foi galardoado com o Nobel de Literatura de 1998 (foi o primeiro e, por enquanto, único autor proveniente de um país lusófono a receber tal prêmio). Também ganhou o Prêmio Camões, o mais importante prêmio literário da língua portuguesa. Saramago é considerado o responsável pelo efectivo reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa.

No romance português contemporâneo, Saramago se destaca também pela construção de romances, em que lê a História de Portugal, das suas raízes medievais à atualidade. Com engenhosidade e criatividade incomuns, a História se torna um elemento estruturante das produções artísticas do criador de Memorial do Convento e a manipulação literária redimensiona os diferentes dados e elementos históricos em um conjunto ficcional, diferente do universo de onde foram tirados.

Nas obras saramaguianas, a presença de cenários bem caracterizados, mostra-nos “eventos, personagens e lugares históricos que sobem à superfície do universo da ficção com inesperada naturalidade”, postulando a necessidade de repensar esses eventos, personagens e lugares “à luz de uma nova realidade histórica” (REIS, 2005, p. 93).
É impossível esquecermos uma característica que está presente em suas ficções, que é o fato de ele focalizar os fenômenos sociais, observando e mostrando, principalmente, os oprimidos, reiterando-os como agentes da História e, muitas vezes, criticando esses fenômenos sociais de cada época. Nos romances do autor em questão, ele vale-se de elementos como a ironia, a paródia e o sarcasmo para reinterpretar as figuras e os episódios de um passado nunca antes questionado e de realidades e situações também nunca antes mostradas, talvez por causa da repressão ou ainda porque as pessoas já se acostumaram com certas situações que até hoje são vistas como normais, como a exploração dos mais pobres. Ele mostra a sua versão da História, critica as repressões, explorações, e questiona o autoritarismo de instituições como a Igreja, o Estado, a Nobreza e, além disso, reescreve sobre o ponto de vista daqueles que nunca tiveram o direito de questioná-la, de que nunca figuraram nela, os pobres.
Os leitores interessados em saber um pouco mais acerca deste autor e suas obras podem consultar aqui ou ainda .

Rodrigo Machado é Graduando em Letras pela Universidade Federal de Viçosa e escreve aos sábados no ComtemporARTES.
2 comentários:
oxente, Saramago é Nobel de 2008 ou 1998?
21 de fevereiro de 2010 às 09:19Olha Hélio,
22 de fevereiro de 2010 às 13:39ele recebeu o NOBEL em 1998. Em 2008 quem foi agraciado com tal prêmio foi o romancista francês Jean-Marie Gustave Le Clézio (Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2008/10/09/romancista_frances_leva_nobel_de_literatura_de_2008-548633031.asp).
Abraços
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