Os minicontos são uma história com um final surpreendente talhadas com começo, meio e fim em tão poucas linhas quanto possível. São difíceis mas extremamente divertidos.A moda hoje em dia são os minicontos de 140 caracteres ao estilo "Twitter". Um conto de tamanho tão minúsculo não pode ser encomendado. A história tem que brotar inteira. Eu gosto de minicontos completamente ficcionais, de preferência com muito sangue. Talvez pelo impacto que causem. Talvez ...
Civilizadamente assinaram os papéis e se despediram do juiz.
No estacionamento, ele a avistava na calçada. “Finalmente estou livre. Anos de tortura ao lado daquela vaca”, pensou enquanto acenava sorrindo para a ex-mulher.
Ela, compenetrada, aguardava os carros passarem para atravessar a rua. Quando viu a moto, ela titubeou.
Só decidiu atravessar quando um caminhão estava próximo demais para frear. O sangue cobriu a placa .
Do outro lado da rua,o ex-marido assistiu tudo e correu para acudi-la, sujando o corpo com o sangue quente.
Na bolsa, as anotações no diário dela: “Desconfio que meu ex queira me matar. Ouvi uma conversa ao telefone em que ele dizia que me jogaria embaixo de um caminhão. Espero que não.Foram os anos mais felizes da minha vida e eu ainda o amo. Daria minha vida para ele não se esquecer de mim.”
Simone Pedersen, escritora, morou onze anos no exterior onde teve vivência multicultural e conheceu diferentes estilos linguísticos.Desde essa época já escrevia crônicas para os amigos sobre a diversidade que vivenciava. Atualmente reside no interior de São Paulo e, há dois anos, participa ativamente de concursos literários, tendo conquistado inúmeros prêmios no Brasil e no exterior.Tem textos publicados em dezenas de antologias de contos, crônicas e poesias. É colunista do Folha de Vinhedo e da revista digital Contemporartes.
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