A CRIATURA MÃE
Mãe, que amor é esse, que de tão grande até dói na gente, quando nos olhos dela escorre a tristeza do filho?
Mãe é vento que sopra o machucado embora.
Mãe é beijo de boa-noite que todos os maus espanta.
Mãe é seio que transfere vida ao recém-nascido.
Mãe é sorriso que inspira mesmo quando não vencemos a lide.
Mãe é leito onde descansamos quando lutamos sozinhos.
Mãe é dicionário da vida que explica os destinos.
Mãe é luz que orienta quando a noite chega.
Mãe é barco que navega em violentos mares.
Mãe é tempo que espera que a gente cresça para gostar dela.
Mãe é peito que aconchega quando o nosso dói, sendo que o dela doe por todos nós.
Mãe é alimento recebido, mesmo com a barriga dela vazia.
Mãe é flor que nos perfuma e com suas pétalas aveludadas nos dedilha.
Mãe é ainda mais mãe,quando visita o filho no presídio.
Mãe é mais ainda mãe, quando não abandona a cabeceira da cama até a febre ceder.
Mãe é mais mãe ainda, quando na capela, implora sofrer no lugar do filho ... Como se nela já não doesse mais que nele.
Mãe não deixa de ser mãe nem quando a vida lhe rouba o filho.
Mãe não deixa de ser mãe nem quando a morte lhe rouba o filho.
De todas as mães, nenhuma é mais triste que a sofrida que não sabe se o filho está bem.Ou se está vivo...
Mãe é gladiadora que mata um leão por dia para defender sua prole da baba destilada.
Mãe é pomba que sozinha enfrenta o dragão quando ataca o ninho com fogo e fumaça.
Mãe é deusa mitológica com forças sobrenaturais quando ganha o pão de cada dia.
Mãe é professora, que emocionada, conjuga o verbo doar-se desde o momento em que o filho aceita o convite para nascer ou conviver com ela. Anda descalça no gelo, mas o carrega no colo.
Mãe é guardiã que só descansa quando tranca a porta, depois que o filho retorna à casa de madrugada.
Mãe é generosidade que em primeiro, segundo e terceiro lugar oferece o que possui ao filho.Em quarto, quinto e sexto também. Infinitamente.
Mãe, que criatura é essa, humana ou animal, que dá a vida pela cria?Mesmo que a cria não seja sua. Há tantas mães que nunca deram a luz mas iluminam o caminho de seus filhos.
Feliz daquele que tem mãe e pode repousar nas suas asas.
Simone Pedersen, escritora, há dois anos, participa ativamente de concursos literários, tendo conquistado inúmeros prêmios no Brasil e no exterior.Tem textos publicados em dezenas de antologias de contos, crônicas e poesias. É colunista do Folha de Vinhedo.Seus lançamentos literários para esse ano são: Infantis “Vila Felina”, “Sara e os óculos mágicos”, “Conde Van Pirado” e “Vila Encantada”, “Colcha de Retalhos” com poemas e “Fragmentos e Estilhaços” com crônicas e poemas. É mãe da Natalie de 8 anos e do Dennis de 16 anos.
2 comentários:
Simone, estou contando os dia para vê-la na Bienal, em agosto de ter o Vida Felina autografado.Obrigada pelos versos. Presenteei o meu mailling de mães com eles.
8 de maio de 2010 às 20:51querida simone, belíssimo... adorei.... vc. já é uma de minhas favoritas.
8 de maio de 2010 às 22:27bjs
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