O que Falta????
Aline Serzedello Vilaça
Tenho visto algumas lágrimas,
Para ser sincera,
Deveria hoje falar sobre o Bando de Teatro Olodum, como propôs na última coluna,
Explicar e/ou divulgar melhor o I Seminário Argumentos do Corpo que colocarei um cartaz logo abaixo,
Ou deveria contar como foi o ENEARTE na bela cidade de Ouro Preto, ou ao menos cumprir minha intenção(função) nesta revista e dialogar neste deliciosoBar a cerca de Dança, Música, Fazer Artístico...
Mas acontece que tenho visto muitas lágrimas...
E pensando objetivamente, cheguei à conclusão que está secreção tem vindo do coração, e com isso uma secreção fisiológica que apresenta toda a objetividade que segue uma lógica racionalmente compreensível, deixa de ser uma secreção fisiológica e passa a ser uma resposta esmagadora, subjetiva incontrolável do coração.
Coração este, que também deixa de ser um músculo na posição medial, de funcionamento que mantém uma lógica racionalmente compreensível e passa a ser o lar de origem das lágrimas.
Pensemos sobre o Lar,
o coração, aqui o entendemos como Lar, quando alcança esta posição e passa a contemplar tal denominação, em suma, adquira status de local onde tudo que é mais sagrado, verdadeiro, sincero, secreto e carinhoso de uma pessoa, será cuidadosamente guardado, escondido a salva neste não mais simples músculo.
Assim, quando uma Segunda pessoa
descontroladamente, desrespeitosamente, munida de violentas invasões permitidas falsamente românticas, rompe o esconderijo do mais profundo eu, É, neste exato segundo que passam a jorrar salgadas lágrimas e mais lágrimas
e como muitos poetas já definiram
eis que temos mais um coração partido...
Mas observe, não se trata de um músculo estirado,
trata-se de todo um sistema de crenças, permissões, carinho, liberdades, e pelo montante de lágrimas, um sistema de Amor,
que furiosamente e como sempre de maneira repentina fora fuzilado, bombardeado, partido!
Mas...
Toda essa explicação me cansa
Porque um coração partido
Obtém sim, um rio de lágrimas!
Diante disso,
parei de me perguntar
O que Falta
Para poder secá-las?
E sem mais delongas
Já que não está ao meu alcance
Secá-las...
Desejo amiga minha
Que tudo que foi permitido, mas repentinamente fora partido
Se refaça;
Que as lágrimas cicatrizem os estilhaços
E que daquele Segundo
Só restem as lembranças boas
E como todo romântico, feito aqueles de Vander Lee,
No próximo minuto, estejas pronta para Amar de novo!
Confesso que
Protegida, na ridícula pretensão de conseguir evitar o amar
Não sei exatamente o que sentes
Mas
Carrego uma certeza,
Nenhuma lágrima foi em vão
Pois,
Mais vale respirar
se puder fazê-lo Amando!!!
Queridos amigos do Bar Contemporartes, na próxima coluna voltarei a discutir Arte, aliás, a discutir quanto amor há na Arte!!!
Beijoss
Aline Serze Vilaça
1 comentários:
Lindona... suas palavras sempre sinceras e consistentes!
25 de outubro de 2010 às 18:22Me pego pensando este rio correndo dos olhos pro mar sem-fundo do peito, onde sumindo guardadas no meio da blusa...
Você é luz sem fim!
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