segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Premiado no Jabuti e no Portugal Telecom


Prêmios Literários com Leite Derramado


Jabuti – “O Leite Derramado I” .


O escritor, dramaturgo, cantor e compositor Chico Buarque de Holanda recebeu na noite do dia 04 de novembro o Prêmio Jabuti correspondente ao “melhor livro de ficção do ano 2010” pelo seu livro “Leite Derramado” (Cia das Letras). Desta vez, através do júri popular com uma votação feita por internautas e por um júri especial formado por editores e livreiros da CBL, o livro de Chico batia o seu principal oponente, o livro “Se eu Fechar os Olhos" (Record), de Edney Silvestre, que havia anteriormente arrebatado o primeiro lugar neste mesmo concurso pelo júri convencional.

A principal diferença desta premiação consiste no valor pago pelo prêmio, que para o livro do ano entregou 30 mil reais, enquanto que o livro considerado “melhor romance” de Edney Silvestre recebeu somente 3 mil reais. É claro que esta diferença de resultado foi provocada principalmente pelo júri diferente, e não e difícil de imaginar que alguns dos eleitores que votaram através do site sequer tenham lido os livros candidatados.

O livro “Leite Derramado” é o quarto romance de Chico Buarque, que iniciou na ficção em 1974 com o livro “Fazenda Modelo” , entretanto ele assumiu-se como escritor somente há 20 anos atrás com a publicação do livro “Estorvo”, livro que o colocou imediatamente na lista dos escritores mais lidos do país. Apesar do sucesso de vendas e das boas críticas literárias recebidas nestes 20 anos, ainda há quem considere o autor um escritor amador. Talvez isso se deva também a fato do autor ser considerado um dos maiores compositores do país. O fato do compositor ofuscar o escritor não impede que Chico seja hoje fortemente premiável na literatura, prova disso é que esta é a terceira vez que ele recebe o Prêmio Jabuti como o livro do ano.

O resultado da premiação do Jabuti deste ano provocou polêmicas, a principal delas foi encabeçada por Sérgio Machado, presidente do grupo editorial Record (das editoras Record, Bertrand, Civilização Brasileira, José Olympio, Best Seller e Verus), que através de carta aberta informou à organização do prêmio (CBL) que não mais participará do Prêmio Jabuti enquanto as atuais regras de escolha de vencedores não forem modificadas. Na carta, Machado afirmou que as regras do prêmio “desvirtuam o objetivo de qualquer prêmio, pondo em desigualdade os escritores que não sejam personagens mediáticos”. Rebatendo às criticas recebidas, o presidente da comissão do Prêmio Jabuti, José Luiz Goldfarb, disse que a atitude da Record parecia “choro de quem perdeu” e “uma tentativa de fazer pressão”. Um choro por um leite derramado, pois.


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Portugal Telecom: “Leite Derramado II”


Chico Buarque de Holanda recebeu também no dia 08 de novembro, na Casa Fasano em São Paulo, prêmio Portugal Telecom de Literatura 2010, pelo seu romance “Leite Derramado”. O concurso, que é um dos prêmios literários mais cobiçados do país, paga ao primeiro colocado a polpuda quantia de 100 mil reais.

O livro “Leite Derramado” concorreu ao primeiro lugar do prêmio Portugal Telecom numa lista de 10 finalistas, de onde também foram premiados o romance “Outra Vida”, do escritor Rodrigo Lacerda, que levou 30 mil reais pelo segundo lugar, e também o livro de poemas “Lar,” (Lar vírgula), do poeta Armando Freitas Filho, que ficou com 15 mil reais pelo terceiro lugar.

O choro do leite derramado aqui é nosso, permanece nos próprios quintais da coluna “Poesia Comovida”, e é por conta de estarmos torcendo pelos 2 livros de poemas que constavam na lista dos finalistas do prêmio Portugal Telecom (“Lar,”, de Armando Fereitas Filho e “Monodrama”, de Carlito Azevedo). Portanto, que nos sirva de consolo a marcante presença do poeta Armando Freitas Filho com o seu importante terceiro lugar, que entre nós tem o bonito sabor de um primeiro lugar. Brindemos, pois!




Um Livro de Poema para Presente!

Como quem legisla em causa própria, o pré-tenso poeta e autor desta coluna apresenta-lhes o seu quarto livro de poemas “O Lento Alento” , que pode ser comprado pelo correio por 12 reais (autografados ou não), através de pedidos feitos via email (altair.de.oliveira@gmail.com).

O livro de 64 páginas, que é uma produção independente do autor, reúne os escritos poéticos de Altair de Oliveira de um período de 12 anos (1996 - 2008), foi publicado em 2008 numa tiragem de 2 mil exemplares e já tem cerca de 1400 exemplares vendidos. Não percam!


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O que já disseram dele:


“A sensação de estar lendo poemas de Altair de Oliveira tem muito daquilo que se sente diante de certas exposição de obras de arte muito boas, inclusive aquele suspender a respiração ao se deparar com uma sequência de belezas que surpreendem, por mais que já se chegue ali com a expectativa de ver coisas belas.” - Máyda Zanirato , professora e poeta paulista. Santos - SP.

Os caminhos poéticos que trilha o Altair são de uma beleza rara. No meio de tanta bobagem, de tanta incompetência, de tantos lugares comuns, de tantas rimas pobres, a sua poesia se destaca por ser tecnicamente bem feita (ele burila as palavras até encontrar lugar e colocações certos) e sua temática também alcança uma serenidade muito interessante.” - Antônio de Pádua e Silva, jornalista e escritor cuiabano, sobre o livro "O Embebedário Diverso".

“Poeta de fundo de quintal de quitinete é uma "pinóia"... Altair é um baita de um poeta mesmo!! Adorei os seus escritos !! Maravilha!!” - Rosália de Castro, poeta de Teresina – PI, sobre o livro “O Lento Alento”.




Um Poema de Armando Freitas Filho:



ESCREVO NAS COSTAS DA MÃE

Escrevo nas costas da mãe
conspurcada pelo amor
nas costas dos tios empertigados
pela indiferença e sarcasmo
na cara dos primos exemplares
reescrevo, corrijo, fazendo
pressão com o lápis rombudo
para marcar minha dissidência
na família programada, mas
sob os olhos sérios do pai
que me desencurva, e apoia
mesmo desconfiado
em palavra explícita para
não frisar demais sua intenção
seu ódio difuso que também
me atinge em forte trans
fusão, consigo, comigo mesmo
até alcançar a malvada consciência.


Armando Freitas Filho, In: ”Lar,”.

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Dois Poemas de Altair de Oliveira:


CHEGAR AONDE FESTEJAS

Por tanto que te desejo
Pareço quem te conhece
Quem sabe onde começas
E cresce onde festejas
Quem quer ser teu endereço
E estar onde quer que estejas...

Nos penso cheios de ardores
Te lembro, sinto que adejo
Te almejo de maio a maio
Eu ensaio que te alvejo...
Te faço feixes de amores
E te deixo mantos de beijos.

Pressinto-te, e até latejo,
Onde florindo retardas...
Lá onde guardas meus beijos
Onde teus beijos me aguardam!

Altair de Oliveira: In: “O Lento Alento”


RENEGADA QUEDA


À certa altura da vida,
onde degraus se degradam,
Eu decido ser de descida,
e, num impulso suicida,
saltar os meus sobressaltos
e descer ao ser que acovardo
tomar-lhe os sonhos que guarda,
usar-lhe as asas rasgadas
e tentar cair para o alto.

Altair de Oliveira: In: “O Lento Alento”


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Para Ler Mais:

Sobre resultados do prêmio Portugal Telecom: http://www.premioportugaltelecom.com.br/2010/vencedores-2010.asp
Matéria do estadão sobre o Portugal Telecom: http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,nao-e-um-mau-livro-diz-chico-vencedor-do-portugal-telecom,637235,0.htm
Outros poemas de Armando Freitas Filho: http://www.revista.agulha.nom.br/affilho.html
Outros poemas de Altair de Oliveira: http://poetaaltairdeoliveira.blogspot.com/



Ilustrações: 1- foto de Chico Buarque entre Pilar Del Rio (Viúva de Saramago) e Zeinal Bava (da Portugal Telecom) ; 2- capa do livro "Lar,", do poeta Armando freitas Filho; 3- capa do livro "O Lento Alento", de Altair de Oliveira; 4- trabalho do pintor Mark Kostabi.


Altair de Oliveira (poesia.comentada@gmail.com), poeta, escreve quinzenalmente às segundas-feiras no ContemporARTES a coluna "Poesia Comovida" e conta com participação eventual de colaboradores especiais.

3 comentários:

zena disse...

PARABENS!!SEU TRABALHO E MARAVILHOSO VC MERECE TUDO D BOM SUAS POESIAS SAO LINDAS. JA LI E RELI O LENTO ALENTO AMEI ...!

22 de novembro de 2010 às 23:31
Armila disse...

Teu trabalho,como sempre,está ótimo.

23 de novembro de 2010 às 03:37
Araan disse...

BELOS POEMAS ! PARABÉNS PELO SEU TRABALHO,
MARAVILHOSO! ABRAÇOS ... ARAAN

23 de novembro de 2010 às 17:44

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