Check in na privacidade
Pensei em começar essa reflexão
em uma mesa de bar, sentado no sofá ou na praça de alimentação do shopping.
Mas, será que o local de onde escrevo faz diferença no conteúdo? Hoje, faz sim.
Todos sabem – e também fazem questão de mostrar – onde se localizam em
determinado momento. O check in na padaria, mercado e restaurante implicam em
postagem imediatas sobre os pães, produtos e comida. Os usuários mais radicais
consideram que postar uma foto sem estar no local onde ela foi tirada fica “velho”
e sem contexto.
Mas até em que ponto essa
superxeposição nas redes sociais faz de você o mais antenado ao invés de alvo
para bandidos? Com sua vida toda alinhada nas redes, detalhe por detalhe e
rotina transformada em algo extraordinário graças a uns poucos filtros, como
fica a segurança do usuário? Mostrar implica também em ser visto. Por quem?
Nunca se sabe...
Os
crimes virtuais ainda não são punidos por serem cometidos através da grande
rede. E sim por serem infrações que acontecem também no “mundo real”. Ningúem é
preso por pedofilia na internet só porque compartilhou fotos de crianças. É
preso simplesmente pelo crime de pedofilia. Atribuo a isso a falta de um marco
civil regulatório da internet. Desde 2009 tramita no país uma iniciativa para
projetos de lei.
Os
próprios bandidos que perseguem o usuário da internet fazem uso da rede para
mostrar peripécias criminosas. A polícia passou a usar o facebook como
ferramenta de investigação, já que os bandidos não são nem um pouco inibidos
quando o assunto é postar aquela foto segurando um fuzil.
E
foi só mexer com o brio masculino em aplicativos que avaliam o desempenho
sexual para muita gente perceber que nem tudo que se faz entre quatro paredes
merece divulgação...
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Felipe
Menicucci é jornalista da TV Integração, afiliada da Rede Globo em Juiz de Fora –
MG. É formado em comunicação social pela Universidade Federal de Viçosa, MG.
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