Dom Quixote
É preciso ser um pouco insano para melhor saborear esta obra magnífica. Como assim? Explico. Depois de ler muitos romances de cavalaria, o personagem-título acredita que é um cavaleiro andante, em época e lugar em que não existe tal coisa. Da mesma forma, os leitores da principal obra de Cervantes também precisam se deixar levar pela sua história. Caso contrário, não poderá extrair o seu sumo deliciosamente bem humorado e apreciar sua fragrancia de justiça e honra. É preciso acreditar que Rocinante verdadeiramente existe e galopar com ele e seu dono através da paisagem de La Mancha!
Os romances de cavalaria são o ponto de partida para a loucura de Dom Quixote e seu autor. O primeiro é dito louco por vivenciar essas histórias de donzelas e espadas, e o segundo por subvertê-las. Sim, subvertê-las. Pois ele escreveu esse livro justamente como uma forma de criticá-las. Na verdade, Cervantes estava criticando, ao mesmo tempo, dois universos presentes em seu tempo: a antiga herança medieval dos cavaleiros, que já cheirava a mofo no século XVII, e a importância descomedida que se dava (e ainda se dá) aos valores materiais, tão bem encarnados no escudeiro gorducho Sancho Pança. Mas não só isso, também ressignificou essas histórias através de sua obra.
Além de causar influências dentro da própria literatura,
Um bom exemplo dessas influências todos é essa música da banda Os Mutantes, inspirada no Cavaleiro da Triste Figura, com a qual termino o que tenho a dizer:
A vida é um moinho
É um sonho o caminho
Do Sancho, o Quixote
Chupando chiclete
O Sancho tem chance
E a chance é o chicote
É o vento e a morte
Mascando o Quixote
Chicote no Sancho
Moinho sem vinho
Não corra me puxe
Meu vinho meu crush
Que triste caminho
Sem Sancho ou Quixote
Sua chance em chicote
Sua vida na morte
Vem devagar
Dia há de chegar
E a vida há de parar
Para o Sancho descer
E o Quixote sonhar
E os jornais todos a anunciar
Dulcinéia que vai se casar
Vê, vê que tudo mudou
Vê, o comércio fechou
E o menino morreu
Vê, vê que tudo passou
E a donzela casou
E o menino morreu
Dom Quixote cantar na TV
Vai cantar, vai subir
Vinícius "Elfo" Rennó é graduando em Letras pela UFV. Gosta de cozer bem o que escreve. Basicamente, trata-se de um leitor glutão, amante de cinema e viciado em música. Atualmente é membro do corpo editorial da Contemporâneos – Revista de Artes e Humanidades e, juntamente com a Prof. Dr. Ana Maria Dietrich, coordena a ContemporARTES – Revista de difusão cultural.
Os romances de cavalaria são o ponto de partida para a loucura de Dom Quixote e seu autor. O primeiro é dito louco por vivenciar essas histórias de donzelas e espadas, e o segundo por subvertê-las. Sim, subvertê-las. Pois ele escreveu esse livro justamente como uma forma de criticá-las. Na verdade, Cervantes estava criticando, ao mesmo tempo, dois universos presentes em seu tempo: a antiga herança medieval dos cavaleiros, que já cheirava a mofo no século XVII, e a importância descomedida que se dava (e ainda se dá) aos valores materiais, tão bem encarnados no escudeiro gorducho Sancho Pança. Mas não só isso, também ressignificou essas histórias através de sua obra.
Além de causar influências dentro da própria literatura,
Dom Quixote provou ser uma notável fonte de inspiração para os criadores em outros campos artísticos. Desde o século XVII que se têm realizado peças de teatro, óperas, composições musicais e bailados baseados no Dom Quixote. No século XX, o cinema, a televisão e os cartoons [e também os quadrinhos] inspiraram-se igualmente nesta obra. (fonte: Wikipédia)
Um bom exemplo dessas influências todos é essa música da banda Os Mutantes, inspirada no Cavaleiro da Triste Figura, com a qual termino o que tenho a dizer:
A vida é um moinho
É um sonho o caminho
Do Sancho, o Quixote
Chupando chiclete
O Sancho tem chance
E a chance é o chicote
É o vento e a morte
Mascando o Quixote
Chicote no Sancho
Moinho sem vinho
Não corra me puxe
Meu vinho meu crush
Que triste caminho
Sem Sancho ou Quixote
Sua chance em chicote
Sua vida na morte
Vem devagar
Dia há de chegar
E a vida há de parar
Para o Sancho descer
E o Quixote sonhar
E os jornais todos a anunciar
Dulcinéia que vai se casar
Vê, vê que tudo mudou
Vê, o comércio fechou
E o menino morreu
Vê, vê que tudo passou
E a donzela casou
E o menino morreu
Dom Quixote cantar na TV
Vai cantar, vai subir
Vinícius "Elfo" Rennó é graduando em Letras pela UFV. Gosta de cozer bem o que escreve. Basicamente, trata-se de um leitor glutão, amante de cinema e viciado em música. Atualmente é membro do corpo editorial da Contemporâneos – Revista de Artes e Humanidades e, juntamente com a Prof. Dr. Ana Maria Dietrich, coordena a ContemporARTES – Revista de difusão cultural.