ESPERANÇAS RENOVADAS



Olá, caros leitores!
Nesse nosso encontro quinzenal trago para vocês em forma de poemas uma mensagem de paz, independentemente de religiões ou credos, desejando nesta data que a esperança se renove sempre no coração de todos nós.

Uma breve alusão  à Páscoa:

A Páscoa é um evento religioso cristão, que significa "passagem" (palavra de origem grega), normalmente considerado pelas igrejas ligadas a esta corrente religiosa como a maior e a mais importante festa da Cristandade.
Na Páscoa os cristãos celebram a Ressurreição de Jesus Cristo depois da sua morte por crucificação.
O termo pode referir-se também ao período do ano canônico que dura cerca de dois meses, desde o domingo de Páscoa até ao Pentecostes.


NAMASTÊ!!!!

Um abraço.


Ianê Mello






CENTELHA DIVINA


Somos um grão de areia
na imensidão do mar
Somos uma pequena fagulha
rápido clarão no fogo do céu


Somos uma centelha de luz
uma breve aparição
Somos uma voz difusa
no silêncio do mundo


Somos uma presença breve
no vasto universo
Um lampejo divino
Um sopro de calor


Somos um pequeno coração
pulsando na imensidão
no bater das horas
nas explosões estelares


Deixe que o tempo passe
apenas sinta o pulsar
da vida que sempre renasce
independente de nós. 




*

Inspirado em A Idade do Céu (Jorge Drexler - vs. Paulinho Moska)





***



POR UM NOVO AMANHÃ


Em meu jardim
trabalho, dia a dia
Retiro as ervas daninhas
que impedem o florescimento
da tenra plantinha sob meus cuidados

O sol, a cada dia nasce,
e a bendita chuva,
de quando em vez,
cai mansamente a regar
a relva macia,
as flores de diversas cores

A natureza em harmonia
em borboletas a voejar,
no cantar dos pássaros,
no beija-flor a pousar,
na abelha em busca do néctar

Assim os dias passam
na terna paz que conduz
a um resplandecer da alma
nessa bendita morada terrena

Tudo transcorre como deve ser
O coração já não se angustia,
o corpo flui ao sabor da corrente
na vida que acalenta a esperança

Cada dia único
na busca da harmonia,
da serenidade e comunhão
Um dia de cada vez,
vivido sem pressa
oportuniza infindáveis aprendizados

A cada passo dado
com a sabedoria de quem busca
A cada olhar derramado
com a compaixão de quem ama

A cada gesto solidário,
a cada sorriso amigo,
fazemos a nossa parte
Somos semeadores
na construção de um novo
e resplandecente amanhã.


*

Crédito de Imagem: Fotografia de Anka Zhuravleva

***


 DAS TREVAS PARA A LUZ


Que das entranhas da terra
nasça o homem amoroso
Aquele que trará em seu coração
a compaixão e a palavra


(e no momento certo:
o silêncio...)

Homem renascido
alma velha e sábia
em pele, ossos e músculos
(re) encarnada

Flor que desabrocha
em natureza de encantamento

Todos verão e acreditarão
na centelha divina que habita
em cada ser que nasce

E a transformação virá
em cada ser humano
que desperto estará
para a construção de um novo mundo


*

Crédito de Imagem: Fotografia de Joel Robinson

***



ANUNCIAÇÃO 


Desde os tempos remotos
tudo foi planejado
agora é chegada a hora
de separar o joio do trigo

Almas adormecidas
não compreenderão
e o medo delas se apoderará
como a erva dos campos
que seca antes do amadurecimento

Não há como esconder-se
todas as entradas e saídas
todos os esconderijos secretos
são conhecidos pelo plano elevado

Quem não tiver olhos para ver,
quem não tiver ouvidos para ouvir
será transmigrado
para outras moradas do Pai

E os que forem escolhidos
por estarem em sintonia
vibrando em oitavas superiores
aqui permanecerão e lançarão raízes

Semearão a terra,
produzindo belos frutos

É chegada a hora
de separar
o joio do trigo


                                                                        **********                                                                    







Ianê Rubens de Mello nasceu no Rio de Janeiro (RJ). É educadora e pós-graduada em Pedagogia. Identificada com as diversas propostas em textos literários, escreve também com resultados diversificados. Seus textos incluem contos, crônicas, aforismos, haicais e poesias. Alguns deles são publicados na internet, em sites, blogs e revistas eletrônicas. 






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Da efemeridade dos enlaces (des)feitos


Os dias instáveis do outono contemporâneo mexem com nossas sensações. As noites quentes e úmidas com nossas emoções. E quando nos damos conta estamos envolvidas(os) em pequenos, singelos contos, que nos contam sobre coisas que viram, ouviram e sentiram pelos cantos e em nós só ficou uma residual lembrança de alguns encontros em meio a danças que nos envolveram.

E em meio a olhares desvirtuantes, gestos frenéticos e líquidos frios que fazem ferver os corpos mais gélidos, me entrego aos deuses da noite gloriosa. Logo sou surpreendida ... hoje não queria fazer o show como de costume ... não queria alimentar a ânsia libidinosa dessas almas que perambulam entre os dilemas da Ciência e os problemas da Filosofia. Mas não teve jeito e mais uma história irá ser coxixada nos corredores do templo da esterilidade.

Você se aproxima, mas eu me afasto ... desnorteada na noite quente, eu me mantenho fria ... olhares e gestos se confundem aos líquidos alegradores que consumi ... não sou mais dona de mim ... me perco em meio a multidão frenética ... e você me reencontra ... diante da perversa platéia nos expomos ... e o tribunal da inquisição abre sua sessão ... seremos julgados antes do crime, culpados por desejarmos ... que nos entreguemos ... que nos sentenciem por gozarmos as nossas vidas ... que o sentinela nos vigie antes do dia de nossa execução ... e que sejamos executados na intensidade de nossas entregas e com o furor de nossa paixão ...

Já é dia. Caminho apressadamente para a próxima sessão de Epistemologia. Deixo meu material na mesa, na ânsia de matar minha sede, sou tomada pelo fogo.
Abri a porta, dei de cara com você. Surpreendi-me, nos olhamos rapidamente. O tempo parou e aquele momento ficou congelado.
Havia o risco de por um deslize ou desatenção haver o choque de nossos corpos. Fitei-te e você à mim, numa seriedade diplomática. Fechei a porta, andei rapidamente com uma postura firme, como se tivesse que fugir embora quisesse ficar.
Você passou à minha esquerda e desapareceu. Eu resfriava meu estômago retorcido pelo corset, enquanto me perdia entre a recuperação do corpo e a miséria da alma. Não foi o melhor dia para uma epistemologia profunda. O dia iria continuar marcado por incompletudes e não realizações. Caiu a tarde, dormi na escuridão e no silêncio. Talvez para que a noite referendasse o que havia sido aquele dia.

Deito-me cansada. O que mais quero é apagar tudo ... lembro-me do caso de meu amigo. Sinto pulsar em mim uma veio do conservadorismo mediano. É tão triste ver um velho amigo aristocrata, ser tomado por crises de inconveniência ... dá uma sensação de decadência tão forte ...

Tento fugir, mas a análise dos fatos do dia se cessam, sobram-me coisas mais antigas, aquelas que ainda não foram bem resolvidas ... Respiro profundamente e silenciosamente enquanto o sono se vai para bem longe ... Por que apenas você não partiu para bem longe de mim?

Era pra você me apagar, mas vc me escreveu. Agora estaremos intimamente ligados
por toda a eternidade, soterrados pela obscuridade literária e pela profundidade dos sentimentos humanos. Eu também não consegui esquecer o seu olhar penetrante e as marcas que deixou em minha pele, em minha mente, em meu peito. Agora estou assim, perdida, machucada, desnorteada por tudo o que isso nos causou. Não queria ter provado do fruto proibido, pois agora perdi a inocência necessária para olhar nos seus olhos sem sentir este desejo insuportável de você.

Tatyane Estrela é graduanda no Bacharelado em Ciências e Humanidades e no Bacharelado e Licenciatura em Filosofia na Universidade Federal do ABC. Integrante do grupo de pesquisa ABC das Diversidades. Bolsista de iniciação científica do CNPQ, no qual desenvolve pesquisa com o seguinte tema: Formação e atuação de entidades de representação LGBT no grande ABC: Impactos na formulação de políticas públicas.
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Estréia do documentário no auditório da FSA dia 10/04



As exibições do documentário começam oficialmente a partir de Abril de 2012 e alguns da equipe de produção acompanhará em 50 instituições, com intuito de sanar dúvidas e fomentar diálogo sobre a produção. 

O lançamento oficial será na Fundação Santo André, no auditório da Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras (FAFIL) - instituição educacional que nasceu o grupo com a idéia de documentar este importante recorte da história nacional: o trabalho, a cultura e a Vila de Paranapiacaba. E no dia 30/05 será lançado na UFABC, instituição que em parceria, abraçou a idéia e contribui com boa parte da infra estrutura desta obra audiovisual. 


Equipe entrevista Raphael Martinelli
(Soraia, Profa. Dra. Ana Maria Dietrich, Profa. Dra. Terezinha Ferrari e Marina Rosmaninho)
Foto: Demócrito Nitão Jr.
Outras exibições estão em processo de negociação. Nosso principal contato são as instituições de ensino e entidades de preservação localizadas no entorno da ferrovia que liga Santos a Jundiaí. E, claro, a Vila de Paranapiacaba que estamos afim de fazer um evento que traga pessoas interessadas no projeto e, principalmente, que tenham ligação com a história da Vila.


A neblina, o relógio e os trilhos, 2011.
Foto: Soraia O. Costa
Quem ainda não conhece sobre o projeto, copio abaixo a Matéria no Diário Regional, publicada no dia 02/04/2012:

Minha cidade  Acontecendo  Santo André  Fundação lança documentário sobre Paranapiacaba dia 10


"A Fundação Santo André, juntamente com a Universidade Federal do ABC, lançam oficialmente no próximo dia 10 de abril, o documentário “A transformação sensível: neblina sobre os trilhos”. O filme faz parte das comemorações de 50 anos da Fundação e resgata a implantação e desenvolvimento da São Paulo Railway, a primeira via férrea construída no estado de São Paulo, por meio de depoimentos de antigos trabalhadores, moradores e pessoas que têm ligação direta com ela. O documentário será exibido nas escolas públicas do ABC e no Festival de Inverno de Paranapiacaba.

O filme mostra a trajetória de luta dos ferroviários desde a construção da ferrovia, passando por todo o século XX colocando em contraste com a situação atual desta importante categoria profissional.
O documentário foi filmado em 2010 e 2011 e seu instrumental são os depoimentos de ferroviários que não trabalham mais na área, mas vivenciam a vila ferroviária - como empreendedores e artesãos.
Serviço - A exibição do filme será no próximo dia 10, no auditório da FAFIL em dois horários: pela manhã às 11h30 e à noite às 18h30. A Fundação Santo André fica na avenida Príncipe de Gales, 821, Santo André."
Para divulgar mais o lançamento nas Redes Sociais, criamos um evento no Fabebook:https://www.facebook.com/events/336737379718298/

Outras informações sobre o projeto podem ser lidas nas matérias periodicamente publicadas na Coluna Neblina Sobre Trilhos da Revista Contemporartes ou na nossa página no Facebook Neblina Sobre Trilhos.



Equipe entrevista Thomas Côrrea
(André Manzoni Lima, Profa. Dra. Andrea Paula dos Santos, Marina Rosmaninho, Soraia e Paulo Akio)
Foto: Demócrito Nitão Jr.



Vida longa ao Neblina, "vamos que vamos, sem descarrilhar".

Agradeço a todos que colabora e/ou colaborou para que o projeto tenha mais um ano de vida!

Soraia Oliveira Costa, graduada em Ciênciais Sociais pelo Centro Universitário Fundação Santo André (CUFSA). Professora de sociologia na Secretária de Educação Estadual, trabalha também com fotografia, audiovisual e oralidades desde meados de 2007, quando começou a analisar o cenário urbano, a natureza, o trabalho, os transportes, o comportamento, a cultura, a arte... 






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