UNI.VERSO DE JULHO



UNI.VERSO DE JULHO

Voltando ao Uni.Verso da poesia, vários "poetamigos" andam me perguntando sobre a periodicidade da coluna, que não têm recebido com a mesma frequência os meus e-mails divulgando a sua postagem. Reafirmo que este ano ela deixou de ser quinzenal, passando a ser publicada mensalmente, ok? 
Já que estão sentindo falta, então, para matar a saudade, vamos versejar...







Abraços poéticos, bom fim de semana e até +!


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Somos a rede social?




Os protestos e manifestações iniciados no mês de junho foram amplamente divulgados pela mídia tradicional e também nas redes sociais. A Wikipédia define essas ações como “várias manifestações populares por todo país que inicialmente surgiram para contestar os aumentos nas tarifas de transporte público, principalmente em São Paulo”. Vale lembrar que os artigos da Wikipédia são construídos através da colaboração de usuários, assim, internautas já se dispuseram a construir na enciclopédia livre esse pedaço da história brasileira, à sua maneira.



 Em resposta a essas manifestações, consideradas as maiores desde o movimento “cara pintada”, o governo brasileiro votou uma série de concessões, além da revogação do aumento das tarifas de transporte em várias cidades brasileiras.

Esses protestos ganharam repercussão internacional pela grande adesão de participantes, além da organização e engajamento através das redes sociais pela Internet. As hasthtags saíram do Twitter e do Instagram e foram direto para os cartazes nas ruas. As avenidas passaram a lembrar as linhas do tempo do Facebook, um grande fluxo de informações, de mensagens e sem a ordem ou coesão esperada em uma manifestação. Essa desordem e falta de coesão também foi criticada dentro das redes sociais.


Se as mídias sociais facilitaram o engajamento pelo o movimento, igualmente serviram para ajudar a compreender e mensurar as informações sobre os protestos. Foi criada uma série de infográficos que explicam, ou tentam explicar, as ações e manifestações. Com a mesma finalidade surgiram as plataformas que possibilitaram um acompanhamento online dos protestos. O CausaBrasil, que permite entender os temas das renvindicações, é um exemplo. Já SODET Change Brasil, mostra através de um globo terrestre virtual onde as pessoas estão comentando sobre as manifestações.

Possibilidades à parte, existe também o lado negativo dessa convocação por meio das redes sociais digitais. De acordo com a filósofa Marilena Chauí, num texto publicado pelo Coletivo Digital, essa convocação é indiferenciada e poderia ser feita para qualquer tipo de evento, porém, calhou de ser em prol da redução da tarifa do transporte público. Outro ponto negativo é a forma de evento, algo pontual, sem passado e sem historicidade.

A filósofa também ressalta que como as manifestações são de massa a divisão de classe não tem sido evidenciada, contudo, é importante considerar sim essa divisão e conflitos de interesses e de poderes na sociedade. “Se não levarem em consideração a divisão social das classes, isto é, os conflitos de interesses e de poderes econômico-sociais na sociedade, os manifestantes não compreenderão o campo econômico-político no qual estão se movendo quando imaginam estar agindo fora da política e contra ela.”

A apolitização dos participantes dos protestos também é evidenciada através da utilização de slogans publicitários. De acordo com uma matéria publicada no siteda BBC, o uso dos termos “o gigante acordou” da campanha do uísque Johnnie Walker e o “Vem pra rua” das propagandas da Fiat, revelam alienação política e consumismo excessivo da população.  O professor do Centro de Estudos Latino-Americanos sobre Cultura e Comunicação da USP, Dennis de Oliveira, afirma, na mesma reportagem, que é um reflexo da sociedade na qual os manifestantes estão inseridos "muitos dos manifestantes não têm qualquer conexão com partidos políticos, então eles tomam emprestadas expressões do mundo no qual eles estão imersos- e nos últimos anos este tem sido o mundo do consumo"



Sempre acreditei que o mundo virtual e as redes sociais são reflexos do que acontecem fora dele. Se aqui, no mundo real, as pessoas não são politizadas, por que na Internet seria diferente? Eu continuo reafirmando a posição de uma professora que me deu aulas na especialização sobre as mídias sociais: elas são apenas meios e instrumentos para certas finalidades. Os homens e seus fins continuam os mesmos.


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Ana Paula Nunes é formada em Comunicação Social pela Universidade Federal de Viçosa|UFV e especialista em Mídia, Informação e Cultura pela Universidade de São Paulo |USP. Trabalha com Marketing Digital e Mídias Sociais, atuando principalmente nas áreas de: pesquisa, monitoramento e planejamento.
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Drops Cultural julino




No dia 12 de junho, a Fundação Pró-Memória de São Caetano do Sul comemorou 22 anos de atividade. Para marcar o aniversário, foi lançada a autobiografia "Memórias de um Engenheiro da Cerâmica São Caetano", de autoria de Urames Pires do Santos. O autor, de 88 anos, conta histórias ocorridas durantes os cerca de 30 anos em que trabalhou como engenheiro da Cerâmica São Caetano, uma das mais importantes indústrias da cidade. Através do relato de sua história pessoal, Urames dos Santos leva o leitor por uma viagem por aspectos da sociedade e da política de São Caetano.
O livro marca também a retomada do projeto editorial da Fundação, que teve sua última publicação em 2007. Outras informações no site.


A editora Literacidade divulgou a lista de poemas e poetas selecionados para o Volume 02 da Coletânea "100 poemas 100 poetas". Confira a lista completa!
Se você se inscreveu, mas não foi selecionado para este volume, continue acompanhando o site da revista e não deixe de participar das próximas chamadas. 


O mês de junho mal terminou e já ficou na história e na mente dos brasileiros pelos protestos que tomam conta das ruas de capitais e cidades do interior em todo o país. O nosso colunista Abilio Pacheco analisou o movimento dessa “massa disforme que sabe exatamente o que quer”, confira as observações dele sobre   os protestos aqui. 


Estão abertas as inscrições para quem deseja participar do 9º Encontro Internacional de Música e Mídia como ouvinte. O evento será realizado de 18 a 20 de setembro, no auditório Lupe Cotrim da ECA-USP. 
O evento é uma promoção do Centro de Estudos em Música e Mídia – MusiMid, grupo de pesquisa vinculado ao Programa de Pós-graduação em Música do Departamento de Música da ECA/USP. O centro reúne "profissionais do meio acadêmico e artístico de formação multidisciplinar, além de estudantes de graduação e pós-graduação que têm como centro de interesse comum o estudo das múltiplas relações entre música e suas formas de comunicação e recepção". Mais informações sobre a programação e como participar, no site do evento.


Mônica Bento é jornalista, formada pela Universidade Federal de Viçosa (MG). Em seu trabalho de conclusão de curso estudou a função social das salas de cinema e desenvolveu a reportagem multimídia CineMemória. Pertence a equipe de Comunicação da Contemporartes-Revista de Difusão Cultural.  
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