terça-feira, 22 de dezembro de 2009

A música em nossas vidas

Bar ContemporARTES












...palavras on the rocks, bacos e apolos, poetas e prosadores, anjos e demônios fazem encontros marcados para essa conversa de bar virtual. Sempre às 3a. feiras no ContemporARTES








É impressionante o poder que a música com a qual temos afinidade exerce sobre nossas emoções. Sem pedir licença nos arranca suspiros ou lágrimas, Fazendo-nos render a mais profunda sensibilidade.
Há canção que identificamos tão intensamente com sua narrativa, que tomamos emprestada a inspiração do autor, e fazemos dela nossa própria inspiração para manifestar nossos sentimentos mais contidos.
Quantos momentos já foram eternizados tendo como pano de fundo uma linda melodia. A música tem o poder de trazer o passado de presente.
Além do aspecto intimista revelador, é também a celebração da alegria da descontração que normalmente estão associados a todos os tipos de festejos e entretenimentos.
Talvez por tudo isso, que na antiguidade a considerava como algo divino, tendo a nobre finalidade de reverenciar os Deuses e poucas pessoas a ela tinham acesso.
Como eram egoístas esses Deuses!!!! . Felizmente hoje, diante da profusão de estilos, com as inúmeras indústrias fonográficas e o vasto aparato tecnológico, temos o privilégio de escolher aquele que nos agrada, ou então, flertarmos com vários ao mesmo tempo.
Recentemente, fui com a família e amigos ao teatro Municipal. Minha filha de Dez anos iria assistir pela primeira vez uma apresentação de música clássica. O programa dividia-se em concerto.


E espetáculo de Dança. Ambos acompanhados pela Orquestra Sinfônica.
Nossos ingressos nos deram o privilégio de sentarmos na 3ª fileira, bem próximo ao palco. Achei isso maravilhoso. Afinal minha pequena iria aproveitar ao máximo.

Dito e feito, quando o jovem pianista com jeitinho de anjo barroco sentou-se ao piano e deu seus primeiros acordes da obra - Concerto nº 2 em Dó menor de Sergei Rachmaninov, olhei para ela e seus olhinhos brilhavam intensamente. Não resistindo me falou aos ouvidos – “Mãe pega meu queixo no chão”, tal era sua emoção.
As mãos deste jovem pianista pareciam que flutuavam sobre o piano, com uma performance inquestionável que emocionou a todos. Ficamos no mais completo encantamento.
Ao final da apresentação o solista foi ovacionado pelo público, mas sem dúvida minha filha era uma das mais entusiastas, não cansava de me dizer - Mãe que maravilhoso!!! Que Lindo!!!.
De vez em quando, durante o espetáculo a observava de soslaio, e tal qual o concerto suas atitudes me deixava incrivelmente emocionada.
Durante a Dança ao som Bolero de Ravel que foi algo extraordinariamente belo, à medida que a orquestra ia acelerando para o ápice da apresentação, em que a música ficava mais dinâmica, tínhamos a impressão que nossa sensibilidade estava no mesmo compasso.
O espetáculo terminou e saímos do teatro de alma lavada. Alguns de meus amigos se diziam estar em êxtase.
Então, pergunto o que eu, meus amigos, minha família entendemos de música Clássica ou erudita??? Absolutamente nada. Mesmo porque, o estilo em contexto não é forte em nossa cultura. Mas a música é assim, tem esse poder, manifesta a sua divindade, pois tem em si a linguagem universal, que nos possibilita aprecia-la independente de ter ou não um conhecimento profundo. É uma escolha individual que perpassa pelo comportamento de cada um.
A música funciona como um instrumento catalisador de emoções. Gostamos do que toca nosso coração. Fazemos de várias músicas a nossa trilha sonora particular. Aquelas que nos remete a momentos especiais que marcaram de alguma forma as nossas vidas.
Como aliada da educação é cientificamente comprovada que a música facilita o aprendizado. Tem um caráter agregador, sendo sobretudo um mecanismo capaz de influenciar comportamentos.
Na sociedade atual é impossível se viver sem o som da musica, além de ser um filão considerável na economia ela é um elemento que como arte define a cultura de um povo.




Cleo Mattos é bacharel em Relações Públicas, exerce cargo administrativo há mais de 20 anos em empresa da região. Além de mãe, esposa, irmã e amiga.

cleomattos@yahoo.com.br

5 comentários:

Unknown disse...

Cleo,

Só tenho a parabenizá-la pelo lindo texto.

Uma linda crônica, que talvez, poucos tenha tal sencibilidade de transparecer em palavras.

Aliás, é mesmo uma emoção, sentimento este imensurável, intangível causa pelo sentido auditivo que captura toda a essência do som. Seja ele qual estilo for, basta deixar tocar n'alma e viajar.

Parabéns, mais uma vez.

É um prazer ter pessoas como você no meu ciclo social!

Beijos

22 de dezembro de 2009 às 11:57
Anônimo disse...

Cleo

Parabéns por sua crônica.
Fico muito contente em saber que ainda existe pessoas preocupadas com a essência da música.

Conitinue sempre assim linda e além de tudo uma pessoa que não deixa a essência da cultura morrer!

Abraços,
Bruna

23 de dezembro de 2009 às 07:35
Iraci disse...

Cleo, a música faz bem pra alma e através dela muitas vezes expressamos nossos sentimentos e permitimos que outras pessoas saibam muito a nosso respeito, somente permitindo que saibam sobre as músicas que gostamos.
Gostar de todos os tipos de músicas... saborear todos os ritmos e melodias. Permitir que toda música invada nossa mente.. com certeza é estar aberta à vida, é permitir a chegada do novo. Aceitar a vida em sua perfeita e variada forma de existir.
Ter criterios e saber selecionar o que te faz mal e o que te faz bem, é necessário, mas sem preconceito... so com conceitos de moral, que parecem tão esquecidos e fora de moda na atualidade.
Amei a forma como vc me mostrou a presença da música nas nossaas vidas.

28 de dezembro de 2009 às 00:50
Sonia disse...

Cléo,vejo sua crônica como a pura extenção de sua sensibilidade.
Orgulho,é verdade ,senti!!!
Parabéns por colocar as palavras embebidades de emoções...bjs

28 de dezembro de 2009 às 20:54
Anônimo disse...

Obrigada, a todos pelos comentários tão elogiosos, principalmente sendo de vcs pessoas tão especiais com profunda sensibilidade pela arte de um modo geral.

Bjs cleo

28 de dezembro de 2009 às 21:54

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