sábado, 13 de março de 2010

Estréia de Yone Ramos Marques - historiadora e teóloga - no Contemporartes


História Informal

É com imenso prazer e alegria que inicio minha coluna na Contemporartes: leitora e divulgadora da revista, observo a dinâmica do pensamento hodierno e suas manifestações. Então percebi que não podia ficar de fora e resolvi compartilhar com os leitores da Contemporartes minhas críticas humorísticas e meus pensamentos satíricos. Para aqueles que estão em busca de risadas inteligentes, faço o convite para uma leitura irreverente, divertida e com certeza, cheia de ironias!!!


Minha briga com a escrita da história começou logo após minha formação: maravilhada com um mundo a ser descoberto e interessada pelas mais ambíguas leituras, mergulhei no mundo da história com toda a fascinação de um recém-formado! Nada de errado nisso! Mas foi nessa ânsia pelo conhecimento que iniciei a fase mais difícil da minha vida acadêmica. As principais transfomações da sociedade do século XX influenciaram profundamente na maneira de fazer história. Da história positivista, do materialismo histórico, da escola dos Annales e Frankfurt, da micro história, dos pós-modernos, dos pós-modernos de oposição... de tantas histórias, poucas certezas.



A fragmentação do conhecimento, em todas as suas áreas, remeteram-me, de fato, ao ceticismo causado pelo extremo relativismo, fazendo a chamada história se parecer com literatura. Não que eu e todos os historiadores não tenhamos nos beneficiado dessa fragmentação: trouxe o novo, o inesperado, o nunca estudado, uma nova história, que não a dos heróis, que não das guerras, que não dos governos. Trouxe uma história minha e sua, uma história de pessoas reais, uma história da vida real.

O meu ceticismo quanto a aurora dessa ciência, encontra-se na indução, em seu sentido silógico, na subjetividade, em suas interfaces. Infelizmente a área que me deslumbra se tornou um mercado e muitos atuam nele como empreendimento: daí a falta de comprometimento, a falta de significado e o vazio de muita literatura historiográfica. Muito "achismo", muita ideologia (em seu significado mais marxista), muitas falsas verdades. Meu consolo, é conhecer historiadores de verdade, atuando com enxada e martelo, cavando fatos, procurando profundamente o verdadeiro fazer histórico.


Escrever história é relatar a existência humana, é dar-lhe forma e significado, é manter suas origens, suas transformações, seu passado: é compreender o mundo ao seu redor. Não que história não deva ser discutida e não deva ter subjetividade: da discussão e do questionamento nascem as verdadeiras premissas. O crime é transformar uma suposição em conhecimento, uma idéia em fato, um pensamento em máxima. E quando entendi isso, quando me vi diante da realidade de não poder falar daquilo que não conhecia, daquilo que não vivi, do qual nunca poderei afirmar ou discutir sua veracidade - apesar de provas irrefutáveis - resolvi escrever uma nova história, a história do hoje, a história vivida, a história sentida, uma história que não depende de grandes nomes, nem de grandes livros, nem de referências: uma história irreverente, comprometida com a experiência, que não tem dogmas, que não pretende ser verdade, nem fundamento dela.

A história informal não é jornalismo e por isso não precisa de notícias para acontecer, ela precisa apenas de voz para ser conhecida, ela precisa de crítica para ser desenvolvida, ela precisa simplesmente existir. Não me abstenho da verdade, apenas não me pretendo sua dona; dela, sou apenas vassala e deixo a cada um dos leitores julgá-la, ou não!


Yone Ramos Marques é formada em História e Teologia, docente de ciências da religião, hermenêutica, hebraico antigo e grego koiné pelo Instituto Betel de Ensino Superior. Já atuou como pesquisadora auxiliar de projetos educacionais e sociais para a prefeitura de Mairiporã e para a Prefeitura Municipal de São Paulo (Idort). Na área de História e Teologia, atuou como pesquisadora auxiliar para a composição do Atlas Bíblico de João Batista Ribeiro dos Santos e atualmente contribui com textos humorísticos para a Contemporartes. yone.ramos@gmail.com

2 comentários:

Ana Dietrich disse...

tenho certeza que vc. dará uma maravilhosa contribuição aqui, pois vc., além de ser uma pessoa maravilhosa, tem uma sensibilidade histórica rara que pretende trazer aqui com um toque de humor. Bjs da fã incondicional Ana Maria

13 de março de 2010 às 09:47
Anônimo disse...

Oi Ana, espero que os leitores gostem e que eu realmente possa contribuir com críticas construtivas rs. Adoro você!

18 de março de 2010 às 13:48

Postar um comentário

Seja educado. Comentários de teor ofensivo serão deletados.