segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Nova Apresentação da Segunda Poética!


COLUNA “POESIA COMOVIDA” PASSA A SER QUINZENAL

por Altair de Oliveira


A partir desta data, a nossa coluna “Poesia Comovida” passa a compartilhar o espaço “segunda poética” da revista Contemporartes, com a nova coluna “uni.versos”, do poeta Geraldo Trombin, sendo que ambas passam a ser editadas quinzenalmente, em publicações alternadas a cada segunda-feira. Desta forma, acreditamos que conseguiremos manter a nossa dose semanal de poesia e poderemos diversificar e enriquecer os enfoques dados aos trabalhos da boa poesia feita atualmente no país.

Respeitado o tema “poesia contemporânea”, o conteúdo a ser trabalhado em cada coluna é bastante livre e continua a ser definido pelo livre arbítrio do colunista. Mas podemos adiantar que a “Poesia Comovida” manterá alguns enfoques em temas como entrevistas com gente ligadas à poesia, apresentações e comentários sobre autores e livros de poemas ou eventos de poesia e, muito provavelmente, a coluna “Uni.Versos” tratará da apresentação de poemas e de poetas. Porém nada deve impedir que eventualmente estas posições de abordagem possam ser revezadas, em prol da poesia, por uma ou por outra coluna.

Gostaríamos então de desejar ao nosso camarada Geraldo Trombin toda a energia, toda sorte e toda poesia, para que possa fazer da coluna “Uni.versos” um espaço agradável, onde a palavra esteja sempre em festa! Seja muito bem-vindo, poeta!


Um pouco sobre o poeta Geraldo Trombin:

Poeta, publicitário e membro do “Espaço Literário Nelly Rocha Galassi” – de Americana/SP (desde 2004), lançou em 1981 o seu livro “Transparecer a Escuridão”, produção independente de poesias e crônicas. Com mais de 160 classificações conquistadas em inúmeros concursos realizados em várias partes do país, tem trabalhos editados em mais de 60 publicações.


***


Resultado do Prêmio Jabuti 2010!

Foi divulgado no dia 01 de outubro 2010, a lista dos vencedores do prêmio Jabuti 2010 (para os livros editados em 2009), um dos mais badalados prêmios literários do país e que chegou este ano à sua 52a edição.

O Jabuti é um prêmio literário anual, promovido pela Câmera Brasileira do Livro (CBL) para os livros editados no ano anterior em 21 categorias entre as classes de “ficção” e “não ficção”. Os destaques deste ano foram para o jornalista Edney Silvestre, que ganhou o prêmio de “Melhor Romance” com o seu livro “Se Eu Fechar os Olhos Agora” (Record) e para a escritora Marina Colasanti, que ganhou o prêmio de “Melhor Livro de Poesia” com o seu “Passageira em Trânsito” (editora Record). Edney Silvestre ganhou também este ano, com este mesmo livro, o prêmio São Paulo de Literatura na categoria “Romancista Estreante”. Por este feito, ele recebeu R$ 200.000,00.

O vencedor de cada categoria do prêmio Jabuti 2010 recebe a quantia de R$3.000,00 e pode ainda concorrer ao melhor livro do ano nas categorias de “ficção” ou de “não ficção”, pelo voto popular. Os premiados nestas categorias serão eleitos por um júri de internautas, através de votos no site da CBL e receberão apenas um placa de premiação, não recebendo nem a estatueta do Jabuti Livro do Ano nem o prêmio em dinheiro.

O Prêmio Jabuti, que é simbolizado por um quelônio brasileiro, tido como sábio, lento e de grande longevidade, é um prêmio de editores e é oferecido para os livros já publicados. Sábia decisão, penso eu pois, caso contrário, os 3 mil reais pagos pelo prêmio não seriam suficientes para cobrir os custos de uma decente edição.


Confira abaixo a lista dos principais vencedores do Prêmio Jabuti 2010, nas categorias relacionadas à literatura:


Poesia

1º) Passageira em Trânsito (editora Record), de Marina Colasanti

2º) Sangradas Escrituras (editora Star Print), de Reynaldo Jardim Silveira

3º) Lar, (editora Companhia das Letras), de Armando Freitas Filho


Romance

1) Se eu fechar os olhos agora (editora Record) - Edney Silvestre

2) Leite derramado (editora Companhia das Letras) - Chico Buarque

3) Os espiões (editora Objetiva) - Luis Fernando Verissimo


Contos e Crônicas

1) Eu perguntei pro velho se ele queria morrer (e outras histórias de amor) (editora 7letras) - José Rezende Jr.

2) A máquina de revelar destinos não cumpridos (editora dimensão) - Vário do Andaraí

3) Paulicéia dilacerada (editora Funpec-editora) - Mário Chamie


Infantil

1) Os herdeiros do lobo (editora Comboio de Corda/Grupo SM) - Nelson Cruz

2) Carvoeirinhos (editora Companhia das Letras) - Roger Mello

3) A visita dos 10 monstrinhos (editora Companhia das Letras) – Ângela Lago


Juvenil

1) Avó dezanove e o segredo do soviético (editora Companhia das Letras) - Ondjaki

2) Marginal à esquerda (editora RHJ) – Ângela Lago

3) Sofia e outros contos (Saraiva S/A Livreiros Editores) - Luiz Vilela


Tradução

1) O leão e o chacal mergulhador (Editora Globo S.A.) - Mamede Mustafa Jarouche

2) Canção do Venerável" (Editora Globo S.A.) - Carlos Alberto Fonseca

3) Trabalhar cansa" (editora Cosac Naify) - Maurício Santana Dias


Tradução de obra literária espanhol-português

1) Purgatório (editora Companhia das Letras) - Bernardo Ajzenberg

2) Três tristes tigres (Editora José Olympio) - Luís Carlos Cabral

3) Cem anos de solidão (Editora Record) - Eric Nepomuceno


Teoria/Crítica literária

1) A clave do poético (editora Companhia das Letras) - Benedito Nunes

2) O controle do imaginário & a afirmação do romance (editora Companhia das Letras) - Luiz Costa Lima

3) Cinzas do espólio (editora Record) - Ivan Junqueira


Um pouco sobre Marina Colasanti

Marina Colasanti foi concebida na Itália e nasceu em Asmara, Etiópia em 26 de setembro de 1936, morou sua primeira infância na Itália, mudando-se para o Rio de Janeiro em 1948. Estreou na carreira literária em 1968, com o livro “Eu sozinha” e atualmente tem mais de 40 livros publicados, entre poesia, crônicas, contos, livros para crianças e jovens.

Escritora, poeta, jornalista, artista plástica, ensaísta e palestrante, Marina Colasanti é hoje uma das mais importantes escritoras do país, tendo ganhado vários prêmios literários importantes, incluindo 4 vezes o Prêmio Jabuti. Iniciou-se na literatura escrevendo prosa e literatura infantil e só em 1992 editou o seu primeiro livro de poemas "Cada Bicho seu Capricho" (1992). Neste livro premiado “Passageira em trânsito”, a poeta analisa a transitoriedade do homem a partir do olhar atento do viajante, do transeunte e do imigrante, situações tão bem conhecidas dela.



Um Poema de Marina Colasanti:


Entre Ferro e Fio


Como punhal

sem sangue

e sem ruído

a agulha vara a carne do tecido.

Ouvem-se apenas

do metal vencido

a queixa do dedal

e um leve sibilar

ferindo as fibras.

A linha se insinua

serpente que

entre trama e urdidura

de outros fios se defende

e ponto a ponto

impõe

nova estrutura.

A essa falsa fronteira

que sem ser cicatriz

o corte emenda escondida na beira

a essa semovente arquitetura

batizamos

costura.


Poema de Marina Colasanti, In: “Passageira em Trânsito”


***


Dois Poemas de Geraldo Trombin:


VIAGEM


Estou aqui de passagem,

Velocímetro avançando

Na minha insólita viagem.

Só que não sei até quando!


***

CHUVA DE ESTRELAS


Noite densa.

Gotas de chuva

Repousando

Contra a luz.

Estrelas d’água

Na janela!


***


Ilustrações: 1- foto do poeta Geraldo Trombin; 2- foto de um simpático Jabuti; 3- foto da poeta Marina Colasanti; 4- capa do livro de poesia "Passageira em Trânsito", vencedor do Jabuti 2010.


Altair de Oliveira (poesia.comentada@gmail.com), poeta, escreve quinzenalmente às segundas-feiras no ContemporARTES a coluna "Poesia Comovida" e conta com participação eventual de colaboradores especiais.

0 comentários:

Postar um comentário

Seja educado. Comentários de teor ofensivo serão deletados.