A cidade como território das subjetivações
A cidade como território das subjetivações
e a arte como experiência histórica da contemporaneidade
Quando parei para pensar no meu Curso na Pós-Graduação em Cultura e Sociedade na UFBA, “A cidade como território das subjetivações e a arte como experiência histórica da contemporaneidade”, não pude esquecer a experiência que vem tomando minhas noites de quinta-feira há cerca de dois anos, a do espaço urbano enquanto lugar público e referência afetiva.
E é mais ou menos durante esse período que o Beco da OFF, em Salvador, vem sofrendo alterações significativas em sua cadeia produtiva cultural. A razão é o show da transformista Valére O’Hara, que todas as quintas-feiras se apresenta sob o toldo da Creperia Le Bouche, no coração da Barra.
O Beco da OFF é conhecido do público LGBTTTI por abrigar nas noites de sextas e sábados a principal boate da cidade, a OFF Club. Nessas noites, o Beco passa a ser experenciado “como um grande arquivo de signos legíveis” e não é raro o consumidor ter que esperar em pé por uma mesa ou ter alguma dificuldade para ir ao banheiro.
Nas outras noites, tudo é diferente. Aliás, uma característica desse bairro: tudo fecha cedo por aqui, todos os estabelecimentos, os bares e restaurantes. E isso mudou quando Valécio Santos (28) levou sua personagem, Valerie O’Hara para as noites de quinta-feira. O que se vê hoje é o resultado de seu talento: bares lotados, garçons correndo para atender as bichas fechativas e turistas impressionados. Com Valerie ganham todos. A própria artista, que esbanja sofisticação com suas dublagens, abre espaço de trabalho na dura noite do mercado gay, com cachês baixos e péssimas condições, os donos dos estabelecimentos que passaram a colocar as quintas-feiras na rota dos “bons dias”, garçons, que lucram com seus 10%, ambulantes que vendem chicletes, flanelinhas que tomam (tomam?) conta dos carros, michês e putas. Todos sempre agitados à procura de novidades, completando-se, misturando-se, confundindo-se.
O Beco, hoje, é o lugar da multidão e da mistura, da ostentação e da transparente miséria. Aos turistas que venham a Salvador por esses dias, apareçam por essa galeria que, como para Benjamim, “é um refúgio, um abrigo passageiro”.
Caro(a)s colegas,
Gostaríamos de convidar a todos os interessados em discutir as relações entre História & Teatro para se juntarem a nós no XXVI Simpósio Nacional de História, que ocorrerá, de 17 a 22 de julho de 2011, na Universidade de São Paulo/USP, em São Paulo. Lembramos que a iniciativa de propor um simpósio que refletisse sobre História & Teatro começou em Florianópolis/SC, em 2006, no III Simpósio Nacional de História Cultural, e se consolidou em São Leopoldo/RS, em 2007, no XXIV Simpósio Nacional de História, em São Paulo/SP, em 2008, no XIX Encontro Regional de História da ANPUH/ SP, em Fortaleza/CE, em 2009, no XXV Simpósio Nacional de História e em Franca/SP, em 2010, no XX Encontro Regional de História da ANPUH-SP. Ela é retomada agora visando reafirmar o sentido original da nossa proposta e incorporar um maior número de pessoas interessadas em se integrar a essas discussões.
As inscrições para o Simpósio História & Teatro estão abertas desde 01 de janeiro e se encerram em 21 de março. Para maiores detalhes, consultar a página do evento http://www.snh2011.anpuh.org/site/capa ou, se quiser, pelo e-mail akparanhos@uol.com.br
Atenciosamente,
Kátia Rodrigues Paranhos (Universidade Federal de Uberlândia/UFU/MG) e Vera Collaço (Universidade do Estado de Santa Catarina/Udesc/SC) - Coordenadoras do Simpósio Temático, n. 54 História & Teatro (http://www.snh2011.anpuh.org/simposio/view?ID_SIMPOSIO=521)
Djalma Thürler é Cientista da Arte (UFF-2000), Professor do Programa de Pós-Graduação Multidisciplinar em Cultura e Sociedade e Professor Adjunto do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências da UFBA. Carioca, ator, Bacharel em Direção Teatral e Pesquisador Pleno do CULT (Centro de Estudos Multidisciplinares em Cultura). Atualmente desenvolve estágio de Pós-Doutorado intitulado “Cartografias do desejo e novas sexualidades: a dramaturgia brasileira contemporânea dos anos 90 e depois”.
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