Drops Cultural na estreia do filme Cisne Negro
A coluna Drops Cultural dessa vez não perdeu tempo. Conferiu de perto a estreia do tão esperado e aclamado Cisne Negro. O filme traz Natalie Portman, vencedora do Globo de Ouro, como protagonista e fortíssima candidata ao Oscar de melhor atriz. Além da indicação como melhor atriz, o filme ainda possui indicações de: melhor filme, diretor, fotografia e edição.
Porém, não é apenas por essas indicações e pela notoriedade que vem conquistando que eu resolvi falar sobre o filme, e sim, pela maneira como ele me surpreendeu.
Nina é bailarina de uma companhia de balé de Nova York. Sua vida, como a de todos nessa profissão, é inteiramente consumida pela dança. Ela mora com a mãe, Erica, bailarina aposentada que incentiva a ambição profissional da filha. O diretor artístico da companhia, Thomas Leroy, decide substituir a primeira bailarina, Beth MacIntyre, na apresentação de abertura da temporada de “O Lago dos Cisnes” e Nina é sua primeira escolha. Mas surge uma concorrente: a nova bailarina, Lily, que deixa Leroy impressionado. Nina se encaixa perfeitamente no papel do Cisne Branco, porém Lily é a própria personificação do Cisne Negro. As duas desenvolvem uma amizade conflituosa, repleta de rivalidade, e Nina começa a entrar em contato com seu lado mais sombrio.
Sentada, ainda assistindo os traillers, comentei com minha irmã que reclamava do ritmo do filme que vimos anteriormente Inverno da Alma, que achava que o filme poderia ser um tanto lento e um tanto cor-de-rosa.
O filme é uma mistura envolvente de música e dança; e isso fica muito claro desde a primeira cena. A filmagem, com ângulos incomuns, mas, que ao longo do filme fazem todo o sentido dentro da história, foi o que primeiramente me chamou atenção dentro do longa. Antes de assistir me incomodava com o fato da Natalie Portman não ser bailarina e por mais que tenha ensaiado para o filme, não vai ser uma. O meu medo era da artificialidade dos dublês, das filmagens em planos diferentes e que todos esses truques estragassem o drama. Sim, houve truques, houve dublê, houve planos diferentes para os pés e para o rosto e também houve filmagens de longe. Mas, nada disso deixou o filme menos “real” ou denso. Você realmente acreditava que poderia sim ser a Natalie Portman, ou melhor, a Nina, fazendo tudo aquilo.
É através de muito suspense que o diretor (Darren Aronofsky) nos convida para entrar na mente de Nina e conhecer o seu outro lado, ou como sugere a história, o seu Cisne Negro, que como muitos de nós, fica preso e adormecido como forma de evitarmos nossa autodestruição.A história se desenrola através de muitas metáforas, questões como ambição e inveja nos levam ao mundo cor-de-rosa (que pode não ser tão cor-de-rosa assim) das bailarinas, mostrando o quão competitivo e cruel esse universo pode ser.
Bom, agora só nos resta assistir os outros filmes e esperar até dia 27 de fevereiro.
Ana Paula Nunes é jornalista e Pós-Graduanda em Mídia, Informação e Cultura pela Universidade de São Paulo/USP. Coordenadora de Comunicação da Contemporâneos - Revista de Artes e Humanidades. Escreve aos domingos na ContemporARTES
Ana Paula Nunes é jornalista e Pós-Graduanda em Mídia, Informação e Cultura pela Universidade de São Paulo/USP. Coordenadora de Comunicação da Contemporâneos - Revista de Artes e Humanidades. Escreve aos domingos na ContemporARTES
1 comentários:
delicada a crítica,me deixou curiosa para ver a deliciosa metáfora aparente no cisne negro, leve, porém sórdido e algoz. bjs, tô aqui sempre na torcida. parabéns.
6 de fevereiro de 2011 às 12:09Postar um comentário
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