sexta-feira, 20 de maio de 2011

Reencontrando a Felicidade: Nicole Kidman indicada a Melhor Atriz


Cartaz do filme Reencontrando a felicidade

Nicole Kidman é uma daquelas atrizes que consegue fazer um filme brilhar somente por conta de sua ótima atuação. Seu rosto bonito e seu corpo esguio fazem par formando uma beleza clássica. Muitos personagens que lhe fora oferecidos no decorrer de sua carreira contavam com esses seus atributos físicos. Tudo bem, afinal não tem como negar a beleza de Nicole Kidman. Felizmente seu talento vai além; para confirmar é só lembramos da prótese de nariz que Nicole usou durante os meses de gravação do filme As Horas. Ela precisava de um visual menos delicado e mais parecido como o de Virginia Woolf. Segundo ela, até os seus filhos a estranhavam e o mais incrível é que ela podia andar tranquilamente na rua, pois as pessoas não a reconheciam, logo, ficava livre do assédio dos fãs. 

Reencarnação - Nicole sofre para salvar o filme
É certo que nem sempre ela teve bons papéis, mas  sempre conseguiu fazer o espectador sentir fortes emoções através dos personagens que lhe foram dados. Vamos nos lembrar de um filme difícil, Reencarnação (Bird), 2004, em que Nicole conseguiu, de alguma forma, salvar um roteiro sofrível numa trama sem sentido, transformando um filme ruim em mediano. Mas, costumeiramente, se dedica a personagens e roteiros memoráveis de estilos diferentes que deixam a mostra toda sua versatilidade e o forte compromisso e cumplicidade com seus personagens.




Os Outros - Impecável atuação




Foram muitos filmes em momentos mágicos como os vividos em Os Outros (The Otlhers), 2001,  do cineasta chileno, radicado na Espanha, Alejandro Amenábar. Nicole surpreende mais uma vez na enigmática atuação de Grace, uma mulher misteriosa que vive em um casarão durante  a Segunda Guerra Mundial com seus dois filhos que sofrem de uma rara doença de hipersensibilidade a luz solar. No apavoro para deixar sempre as cortinas fechadas, Grace vive angustiada e tensa a espera do marido. Suspense e terror, sustos e mistérios levam os espectadores a delirarem com a atuação impecável de Nicole.

Dogville - Leve, doce e cruel

Já em Dogville, sem título específico para o português, 2003, de Lars Von Trier,  Nicole vive novamente uma Grace, só que bem diferente. Agora ela ocupa um espaço teatral num  cenário com uma estética a la teatro do absurdo, meio Samuel Becket. Lars apela para a estilização cênica teatral. Grace chega de fora e quer agradadar o vilarejo,  mergulhada nas dúvidas e incertezas de como proceder para ser amada; ela se corrompe, para sentir-se útil e querida. Bela virada da personagem que por ser filha de gângster não deixa "barato" as insultas que sofre. Crueldade com classe.

As Horas - Prótese de nariz

Em As Horas ( The Hours ), 2002, Nicole teve a oportunidade de contracenar com verdadeiras divas de Hollywood, como Merlin Streep e Julianne Moore, numa atuação em que exigiu muito da atriz, pois teve uma prótese colocada no nariz para encarnar a personagem deprimida e talentosa, Virginia Woolf. Mergulhada nas dores da personagem atua com firmeza e delicadeza.
Amor em Vermelho - Figurinos e cenários encantados


 Em Amor em Vermelho (Moulin Rouge), 2001, Nicole revive a cortesã Satine, contracenando com o ator Ewan McGregor, na pele do apaixonado Christin. Este remake de Moulin Rouge  virou um musical bem produzido, com figurinos e cenários impecáveis, que deram a Nicole Kidman a oportunidade de vivenciar a dança e o canto,  podendo mostrar toda sua beleza ressaltada em figurinos incrivelmente bem cuidados.

De Olhos bem fechados - último de Kubrik - sensualidade

De olhos bem fechados (Eyes Wilde Shut), 1999, de Stanley Kubrik, é uma viagem psicossexual em que Nicole contracena com seu então marido Tom Cruise. Entre alucinações, delírios e imagens surpreendentes, o filme faz uma viagem íntima e perigosa  ao encontro dos medos e desejos dos protagonistas.

Cenas de Reencontrando a felicidade - Com o talentoso estreante Milles Teller

Atualmente, Nicole está nas telas dos cinemas com o filme (Rabbit Hole), Reencontrando a felicidade, 2011, nome em português um tanto piegas para a grandeza do filme. Contracena com Aaron Eckhart fazendo um par muito interessante, em que representam Becca e Howie numa trama de muita dor, que consegue impressionar o espectador que acompanha o filme até o fim com muita emoção. O roteiro de David Lindsay Abaire foi baseado em sua própria peça de teatro. O filme tem mesmo uma pegada intimista com diálogos simples do dia-a-dia que tornam o filme natural e convincente.
Sem dúvida, as melhores cenas do filme estão no momento em que Nicole contracena com o estreante e talentoso Milles Teller, fazendo um duo intrigante em que as dores de ambos são faladas em diálogos leves e cheios de emoção.
Neste filme, Nicole conseguiu a indicação de Melhor Atriz ao Oscar 2011 concorrendo com a favorita Natalie Portman, atriz de Cisne Negro. Não levou a estatueta, mas a indicação, para ela, já é um reconhecimento da academia a seus muitos anos de trabalho. 





Bom filme !


Kátia Peixoto é doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. Mestre em Cinema pela ECA - USP onde realizou pesquisas em cinema italiano principalmente em Federico Fellini nas manifestações teatrais, clowns e mambembe de alguns de seus filmes. Fotógrafa por 6 anos do Jornal Argumento. Formada em piano e dança pelo Conservatório musical Villa Lobos. Atualmente leciona no Curso Superior de de Música da FAC-FITO, nos Cursos de Artes Cienicas da FPA e na UNIP nos Cursos de Comunicação e é integrante do grupo Adriana Rodrigues de Dança Flamenca sob a direção de Antônio Benega.





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