sábado, 4 de junho de 2011

Planeta Humano.



Esta semana resolvi escrever sobre uma série de documentários produzidos pela BBC cujo titulo é: Planeta Humano.






De caráter antropológico estes vídeos exploram a relação do homem com a natureza em oito episódios divididos por regiões que o homem se relacionou ao longo da sua história: oceanos, florestas, pradarias, ártico, desertos, rios, montanhas e cidades.

Assim, os mais variados costumes humanos foram abordados a partir da relação que os habitantes destes locais desenvolveram com estes habitats. A ênfase que a BBC deu a esta abordagem está na capacidade humana em se adaptar a estes ecossistemas e tirar deles o necessário para a sobrevivência, bem como a determinação humana em modificar o espaço para torná-lo mais “humano”.

Determinadas histórias narradas por esta série são impressionantes, tendo em voga o parâmetro de conforto estabelecido nos grandes centros das sociedades capitalistas ocidentais, aonde a interação com a natureza possui, na maioria das vezes, um caráter predatório e ao mesmo tempo acomodado no que se refere a possibilidade de utilização do meio para sanar algumas necessidades básicas do homem, a exemplo da fome. Neste sentido é chocante, para quem faz compras em supermercados lotados das mais variadas opções de consumo de alimentos, a forma como os habitantes de um atol no Pacífico conseguem a maior parte do seu alimento. Nestas ilhas, cujo continente mais próximo está a 5000 km de distância, a caça as baleias é uma atividade inexorável para garantir uma alimentação rica em proteínas. É tão importante, que os habitantes do sexo masculino precisam enfrentar um rito de passagem para a idade adulta, que consiste em caçar cachalotes de 18 metros utilizando apenas lanças de bambus. A coragem e disposição destes garotos-homens são idílicas. Este e outros casos envolvendo a disposição humana em superar os limites que o oceanos nos impõe foram mostrados no primeiro episodio intitulado: Planeta Humano Oceanos.











Seria impossível no espaço desta coluna, apresentar todos os esforços de adaptação humana às diferentes paisagens geográficas abordados pelos episódios deste documentário. Apesar de ter sido filmado sob um prisma inglês, o caráter de apreensão da multiculturalidade humana conseguiu ser atingido. Neste sentido estes vídeos podem ser utilizados em sala de aula para demonstrar a diversidade cultural em tempos contemporâneos, diversidade que na maioria das vezes é sombreada pela hegemonização de um comportamento consumista irradiado pela expansão do capitalismo no mundo. A grande mensagem destes vídeos é: sim, é possível viver de outras formas.








Diogo Carvalho é Historiador pela Universidade Federal da Bahia. Atualmente desenvolve mestrado pelo Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade (UFBA), onde realiza pesquisas sobre o cinema soviético. Membro da Oficina de Cinema-História da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (UFBA). Trabalha com os seguintes temas: cinema, culturas, História, cultura digital, política, humanidades e literatura beatnik. diogocarvalho_71@hotmail.com

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