POR UMA PÁTRIA REDIMIDA...
Pátria Redimida, filme realizado por João Baptista Groff em 1930 é considerado um cult movie na história do cinema paranaense, tido mesmo como a principal produção de cinema do período mudo naquele período no Paraná, e um clássico do cinema documentário brasileiro.
Nele, Groff mostra a revolução de 30 protagonizada por Getulio Vargas que se inicia no Rio Grande do Sul e tem vários desdobramentos no sul, em São Paulo e Rio de Janeiro, culminando com o futuro ditador no Palácio do Catete.
Com muita criatividade e uma boa dose de humor, Groff acompanha com sua câmera as tropas que estacionaram em Curitiba, produzindo imagens raras de Vargas na capital e resolve acompanhar os soldados chegando a comprar uma farda para isso, e embarcando no trem juntamente com eles.
Se houvesse um making of, poderíamos ver algumas peripécias do cineasta, entre elas o episódio em que sua câmera é confundida com uma arma, e ele é salvo pela pronta intervenção de Assis Chateubriand, na época também repórter.
Groff, mesmo sendo um autodidata como cineasta, filma magistralmente. Para conseguir um travelling, segura a pesada câmera com as mãos e caminha ao lado dos soldados que marcham. Também coloca sua câmera no alto do último vagão para conseguir uma vista panorâmica do trem em movimento.
O filme tem aproximadamente 45 minutos, e inicia com uma escultura encomendada pelo autor, se desenvolve com textos irônicos e gráficos de animação sobre a batalha que ele mesmo desenha, e agrega imagens de outros estados, inclusive do governador João Pessoa ainda vivo, usando montagens e outros truques.
O filme original foi doado à Cinemateca Brasileira, que acabou incendiado, e ainda outra cópia em poder da família também teve o mesmo destino, devido ao material altamente combustível de que eram feitas as películas.
Finalmente a Cinemateca de Curitiba fez um trabalho de recuperação, com doações de amigos e familiares, conseguindo restituir o roteiro original, e tem em seu acervo provavelmente a única cópia do filme, extremamente bem preservado.
Celina Alvetti ressalta a importância do filme “por seu realismo, pela proposta e pelo uso de recursos como a animação e procedimentos jornalísticos, com imagens e entrevistas com os combatentes”.
Em 1942, em plena segunda guerra, Groff é preso por ser considerado simpatizante do Eixo e espião da Alemanha. Esse fato, o leva a desistir do cinema e abandonar definitivamente as filmagens.
João Baptista Groff (1898- 1970) é considerado um multi-artista, porque sua trajetória não se resume ao cinema, mas se inicia na fotografia aos 15 anos. Recebeu premiações no Salão Nacional de Fotografia no Rio de Janeiro, e no Salão de Fotografia de Paris em 1927. Como fotógrafo, registrou o cotidiano da cidade de Curitiba, seu desenvolvimento urbano entre as décadas de 20 e 40.
Editou também uma belíssima revista ilustrada no final dos anos 20, e terminou seus dias na pintura onde produziu cerca de 600 quadros pertencentes ao acervo familiar. Além de produzir textos como jornalista, foi também militante a favor da ecologia em uma época em que isso não era moda.
Ficha Técnica:
Filme: Por uma Pátria Redimida
Categoria: Curta-metragem; silencioso; não-ficção.
Material original: 35mm, preto e branco; 45 minutos; 16q
Data de produção: 1930
País: Brasil
Cidade: Curitiba- Pr.
Data e local de lançamento: 12.07.1930 no Teatro Palácio
Nele, Groff mostra a revolução de 30 protagonizada por Getulio Vargas que se inicia no Rio Grande do Sul e tem vários desdobramentos no sul, em São Paulo e Rio de Janeiro, culminando com o futuro ditador no Palácio do Catete.
Com muita criatividade e uma boa dose de humor, Groff acompanha com sua câmera as tropas que estacionaram em Curitiba, produzindo imagens raras de Vargas na capital e resolve acompanhar os soldados chegando a comprar uma farda para isso, e embarcando no trem juntamente com eles.
Se houvesse um making of, poderíamos ver algumas peripécias do cineasta, entre elas o episódio em que sua câmera é confundida com uma arma, e ele é salvo pela pronta intervenção de Assis Chateubriand, na época também repórter.
Groff, mesmo sendo um autodidata como cineasta, filma magistralmente. Para conseguir um travelling, segura a pesada câmera com as mãos e caminha ao lado dos soldados que marcham. Também coloca sua câmera no alto do último vagão para conseguir uma vista panorâmica do trem em movimento.
O filme tem aproximadamente 45 minutos, e inicia com uma escultura encomendada pelo autor, se desenvolve com textos irônicos e gráficos de animação sobre a batalha que ele mesmo desenha, e agrega imagens de outros estados, inclusive do governador João Pessoa ainda vivo, usando montagens e outros truques.
O filme original foi doado à Cinemateca Brasileira, que acabou incendiado, e ainda outra cópia em poder da família também teve o mesmo destino, devido ao material altamente combustível de que eram feitas as películas.
Finalmente a Cinemateca de Curitiba fez um trabalho de recuperação, com doações de amigos e familiares, conseguindo restituir o roteiro original, e tem em seu acervo provavelmente a única cópia do filme, extremamente bem preservado.
Celina Alvetti ressalta a importância do filme “por seu realismo, pela proposta e pelo uso de recursos como a animação e procedimentos jornalísticos, com imagens e entrevistas com os combatentes”.
Em 1942, em plena segunda guerra, Groff é preso por ser considerado simpatizante do Eixo e espião da Alemanha. Esse fato, o leva a desistir do cinema e abandonar definitivamente as filmagens.
João Baptista Groff (1898- 1970) é considerado um multi-artista, porque sua trajetória não se resume ao cinema, mas se inicia na fotografia aos 15 anos. Recebeu premiações no Salão Nacional de Fotografia no Rio de Janeiro, e no Salão de Fotografia de Paris em 1927. Como fotógrafo, registrou o cotidiano da cidade de Curitiba, seu desenvolvimento urbano entre as décadas de 20 e 40.
Editou também uma belíssima revista ilustrada no final dos anos 20, e terminou seus dias na pintura onde produziu cerca de 600 quadros pertencentes ao acervo familiar. Além de produzir textos como jornalista, foi também militante a favor da ecologia em uma época em que isso não era moda.
Ficha Técnica:
Filme: Por uma Pátria Redimida
Categoria: Curta-metragem; silencioso; não-ficção.
Material original: 35mm, preto e branco; 45 minutos; 16q
Data de produção: 1930
País: Brasil
Cidade: Curitiba- Pr.
Data e local de lançamento: 12.07.1930 no Teatro Palácio
Pátria Redimida – Disponível em:
Parte 06 - Final [http://www.orkut.com/Interstitial?u=http://www.youtube.com/watch?v%3DcC_7SvWwIUU&t=AH2jg1zdhcccLtxEK4kl-M4wG7wMbr2O_xVF6BHPOhTLLepkcou6qJpV89btnA5JBcIcq4CgFTjFWubyjMexdr4Egu0z4qwcLwAAAAAAAAAA]
Referências:
Alvetti, Celina; Kano Clara Satiko. Pátria Redimida: Um filme revolucionário.
Santos, Francisco Alves. Dicionário do Cinema do Paraná.
Stecz, Solange (coord.).Referências sobre filmagens e exibições cinematográficas em Curitiba: (1892-1907)
Referências:
Alvetti, Celina; Kano Clara Satiko. Pátria Redimida: Um filme revolucionário.
Santos, Francisco Alves. Dicionário do Cinema do Paraná.
Stecz, Solange (coord.).Referências sobre filmagens e exibições cinematográficas em Curitiba: (1892-1907)
Izabel Liviski é Fotógrafa e Mestre em Sociologia pela UFPR, Pesquisadora de História da Arte, Sociologia da Imagem e Antropologia Visual. Escreve quinzenalmente às 5as feiras na Revista ContemporArtes.
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