sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Corpo são e Mente saudável



 
O sexo e a sexualidade

            Vivenciamos a era do corpo são e mente saudável há algum tempo, o culto  do corpo perfeito, moldado em academias de ginásticas, intervenções cirúrgicas para melhorias estéticas, dietas mirabolantes, medicamentos, enfim tudo o que for possível e imaginável esteticamente para se inserir e ser aceito nos padrões de beleza vigentes no mundo, ditados pelas atrizes/atores e modelos. Nessa busca pela perfeição corporal houve um aumento significativo e uma melhora crescente na busca pela melhora na qualidade de vida e a intensificação nas práticas de exercícios físicos. Há alguns anos não se falava tanto de saúde como fator primordial para o bem estar do individuo, nem na diseminação sexual, nas práticas sexuais como fator que determina o estado de saúde físico das pessoas. Todavia, paralela a esses acontecimentos e de forma avassaladora surgiu o vírus HIV, que associado ao aumento relativo das relações sexuais passou a ser visto como perversão sexual e é taxado por alguns comentaristas, como castigo ou vingança as transgressões sexuais cometidas.


O vírus HIV não escolhe suas vítimas, se homens, mulheres, crianças, velhos, jovens, ricos, pobres, homossexuais ou heterossexuais - relações binárias - nem tão pouco se restrigem as pessoas consideradas pertencentes aos grupos de risco, contudo a AIDS mostra os contrastes da nossa cultura sexual sobre nossos corpos e suas atividades sexuais.  Em “O corpo e a sexualidade, Jeffery Weeks nos transporta para o mundo da significação corporal e sexual, vistos como o caminho para a definição de identidades sexualizadas, nele o autor trata das questões sexuais de forma clara e nos reporta a caminhos antes não percebidos para tratar das diferenças e semelhanças entre sexo, sexualidade e identidade sexual.

Relatos do século XIX sobre sexo, traziam embutidos preocupações da religião e da filosofia moral, sobre as normas sexuais, as condutas e hieraquias sexuais, entretando no final do citado século, essa preocupação passa a ser tratada como disciplina, como ciência e tem na sexologia suporte para elucidar algumas questões relacionadas ao sexo, ao modo como pensamos o corpo e a sexualidade. Primeiramente o sexo era caracterizado, segundo o autor, como instinto natural das espécies e como forma de expressar as necessidades fundamentais do corpo, baseado na teoria pós-darwiniana. Atualmente, o que nos chama atenção ao falar de sexo é a relação e importância dos hormônios e genes para defenir o nosso comportamento. Entretanto, o autor enumera algumas correntes que respaldam essa abordagem: a antropologia social, a psicanálise, as questões de gênero e o feminismo que contribuiram na elucidação de questões sociais e históricas que modelam nossos significados sexuais.
             
É inegável que a organização social da sexualidade não é estável, ela é moldada sob os fatos das circunstâncias históricas, e está em constante formação, bem como a identidade sexual que não se define ou se conceitua. Essa organização social sofre várias interferências sociais, culturais e morais que irão nortear a compreensão efetiva dos processos que agem nesse campo específico.
Em todo caso – ou em qualquer caso – ontem, 01 de dezembro, vale à pena lembrar do dia mundial de luta contra a AIDS.





Djalma Thürler é Cientista da Arte (UFF-2000), Professor do Programa de Pós-Graduação Multidisciplinar em Cultura e Sociedade e Professor Adjunto do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências da UFBA. Carioca, ator, Bacharel em Direção Teatral e Pesquisador Pleno do CULT (Centro de Estudos Multidisciplinares em Cultura). Atualmente desenvolve estágio de Pós-Doutorado intitulado “Cartografias do desejo e novas sexualidades: a dramaturgia brasileira contemporânea dos anos 90 e depois”.






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