Corpo são e Mente saudável
O sexo
e a sexualidade
Vivenciamos a era do corpo são e
mente saudável há algum tempo, o culto do corpo perfeito, moldado em academias de
ginásticas, intervenções cirúrgicas para melhorias estéticas, dietas
mirabolantes, medicamentos, enfim tudo o que for possível e imaginável
esteticamente para se inserir e ser aceito nos padrões de beleza vigentes no
mundo, ditados pelas atrizes/atores e modelos. Nessa busca pela perfeição
corporal houve um aumento significativo e uma melhora crescente na busca pela
melhora na qualidade de vida e a intensificação nas práticas de exercícios
físicos. Há alguns anos não se falava tanto de saúde como fator primordial para
o bem estar do individuo, nem na diseminação sexual, nas práticas sexuais como
fator que determina o estado de saúde físico das pessoas. Todavia, paralela a
esses acontecimentos e de forma avassaladora surgiu o vírus HIV, que associado
ao aumento relativo das relações sexuais passou a ser visto como perversão
sexual e é taxado por alguns comentaristas, como castigo ou vingança as
transgressões sexuais cometidas.
O vírus HIV não escolhe suas vítimas,
se homens, mulheres, crianças, velhos, jovens, ricos, pobres, homossexuais ou
heterossexuais - relações binárias - nem tão pouco se restrigem as pessoas consideradas
pertencentes aos grupos de risco, contudo a AIDS mostra os contrastes da nossa
cultura sexual sobre nossos corpos e suas atividades sexuais. Em “O corpo e a sexualidade, Jeffery Weeks nos
transporta para o mundo da significação corporal e sexual, vistos como o
caminho para a definição de identidades sexualizadas, nele o autor trata das
questões sexuais de forma clara e nos reporta a caminhos antes não percebidos
para tratar das diferenças e semelhanças entre sexo, sexualidade e identidade
sexual.
Relatos do século XIX sobre sexo,
traziam embutidos preocupações da religião e da filosofia moral, sobre as
normas sexuais, as condutas e hieraquias sexuais, entretando no final do citado
século, essa preocupação passa a ser tratada como disciplina, como ciência e
tem na sexologia suporte para elucidar algumas questões relacionadas ao sexo,
ao modo como pensamos o corpo e a sexualidade. Primeiramente o sexo era
caracterizado, segundo o autor, como instinto natural das espécies e como forma
de expressar as necessidades fundamentais do corpo, baseado na teoria
pós-darwiniana. Atualmente, o que nos chama atenção ao falar de sexo é a
relação e importância dos hormônios e genes para defenir o nosso comportamento.
Entretanto, o autor enumera algumas correntes que respaldam essa abordagem: a
antropologia social, a psicanálise, as questões de gênero e o feminismo que
contribuiram na elucidação de questões sociais e históricas que modelam nossos
significados sexuais.
É inegável que a organização social
da sexualidade não é estável, ela é moldada sob os fatos das circunstâncias
históricas, e está em constante formação, bem como a identidade sexual que não
se define ou se conceitua. Essa organização social sofre várias interferências
sociais, culturais e morais que irão nortear a compreensão efetiva dos
processos que agem nesse campo específico.
Em
todo caso – ou em qualquer caso – ontem, 01 de dezembro, vale à pena lembrar do
dia mundial de luta contra a AIDS.
Djalma
Thürler é Cientista da Arte (UFF-2000), Professor do Programa de
Pós-Graduação Multidisciplinar em Cultura e Sociedade e Professor
Adjunto do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências da UFBA. Carioca,
ator, Bacharel em Direção Teatral e Pesquisador Pleno do CULT (Centro de
Estudos Multidisciplinares em Cultura). Atualmente desenvolve estágio
de Pós-Doutorado intitulado “Cartografias do desejo e novas
sexualidades: a dramaturgia brasileira contemporânea dos anos 90 e
depois”.
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