Machado de Assis, um ícone na Literatura Brasileira e Mundial
Se não fosse Machado, talvez a literatura brasileira ainda
estivesse se encontrando. Não desmerecendo nenhum outro escritor ou outra
escritora que nosso país já teve ou acolheu antes e depois de Machado. Contudo,
o autor escreveu não apenas obras que perpassam todo um panorama literário,
trabalhando com temáticas universais, mas além de grande romancista e poeta,
foi ainda contista, cronista e crítico literário.
Nascido na capital carioca no século XIX, Joaquim Maria
Machado de Assis é, sem dúvida, um dos nomes que mais se destaca no cenário
literário nacional e também mundial. Nascido em família pobre, conseguiu status
através de muito sacrifício. Com mais de 200 contos, 9 romances e 5 coletâneas
que reúnem suas poesias e sonetos, Machado de Assis tem entre as obras mais
conhecidas: Dom Casmurro, Memórias
póstumas de Brás Cubas e diversos contos, como “A cartomante” e “Missa do
Galo”.
Em sua obra é destacável um estilo próprio, com tons de
ironia e “ataque” a sociedade da época. É considerado o introdutor do realismo
no Brasil, através de sua obra Memórias
póstumas de Brás Cubas.
Machado foi um dos fundadores da Academia Brasileira de
Letras. Morreu antes de completar os setenta anos, mas vivendo seus anos com
muita disposição e vigor.
BONS AMIGOS
Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!
Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!
Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!
Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a
realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!
Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!
Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!
Trecho do conto “A cartomante”
“Vilela, Camilo e Rita, três nomes, uma aventura, e nenhuma
explicação das origens. Vamos a ela. Os dois primeiros eram amigos de infância.
Vilela seguiu a carreira de magistrado. Camilo entrou no funcionalismo, contra
a vontade do pai, que queria vê-lo médico; mas o pai morreu, e Camilo preferiu
não ser nada, até que a mãe lhe arranjou um emprego público. No princípio de
1869, voltou Vilela da província, onde casara com uma dama formosa e tonta;
abandonou a magistratura e veio abrir banca de advogado. Camilo arranjou-lhe
casa para os lados de Botafogo, e foi a bordo recebê-lo”.
Renato Dering é escritor, mestrando em Letras (Estudos Literários) pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), sendo graduado também em Letras (Português) pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Realizou estágio como roteirista na TV UFG e em seu Trabalho de Conclusão de Curso, desenvolveu pesquisa acerca da contística brasileira e roteirização fílmica. Atualmente também pesquisa a Literatura e Cultura de massa. É idealizador e administrador do site EFFI, que divulga o cinema e conteúdos audiovisuais.
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