segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Machado de Assis, um ícone na Literatura Brasileira e Mundial







Se não fosse Machado, talvez a literatura brasileira ainda estivesse se encontrando. Não desmerecendo nenhum outro escritor ou outra escritora que nosso país já teve ou acolheu antes e depois de Machado. Contudo, o autor escreveu não apenas obras que perpassam todo um panorama literário, trabalhando com temáticas universais, mas além de grande romancista e poeta, foi ainda contista, cronista e crítico literário.

Nascido na capital carioca no século XIX, Joaquim Maria Machado de Assis é, sem dúvida, um dos nomes que mais se destaca no cenário literário nacional e também mundial. Nascido em família pobre, conseguiu status através de muito sacrifício. Com mais de 200 contos, 9 romances e 5 coletâneas que reúnem suas poesias e sonetos, Machado de Assis tem entre as obras mais conhecidas: Dom Casmurro, Memórias póstumas de Brás Cubas e diversos contos, como “A cartomante” e “Missa do Galo”.
Em sua obra é destacável um estilo próprio, com tons de ironia e “ataque” a sociedade da época. É considerado o introdutor do realismo no Brasil, através de sua obra Memórias póstumas de Brás Cubas.

Machado foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Morreu antes de completar os setenta anos, mas vivendo seus anos com muita disposição e vigor.



BONS AMIGOS

Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!

Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!

Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!

Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!

Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!


Trecho do conto “A cartomante”

“Vilela, Camilo e Rita, três nomes, uma aventura, e nenhuma explicação das origens. Vamos a ela. Os dois primeiros eram amigos de infância. Vilela seguiu a carreira de magistrado. Camilo entrou no funcionalismo, contra a vontade do pai, que queria vê-lo médico; mas o pai morreu, e Camilo preferiu não ser nada, até que a mãe lhe arranjou um emprego público. No princípio de 1869, voltou Vilela da província, onde casara com uma dama formosa e tonta; abandonou a magistratura e veio abrir banca de advogado. Camilo arranjou-lhe casa para os lados de Botafogo, e foi a bordo recebê-lo”.




Renato Dering é escritor, mestrando em Letras (Estudos Literários) pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), sendo graduado também em Letras (Português) pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Realizou estágio como roteirista na TV UFG e em seu Trabalho de Conclusão de Curso, desenvolveu pesquisa acerca da contística brasileira e roteirização fílmica. Atualmente também pesquisa a Literatura e Cultura de massa. É idealizador e administrador do site EFFI, que divulga o cinema e conteúdos audiovisuais.


0 comentários:

Postar um comentário

Seja educado. Comentários de teor ofensivo serão deletados.