DE OUTROS TEMPOS
AQUI UMA PEQUENA AMOSTRA
DOS MEUS TEMPOS IDOS.
DIRETO DO TÚNEL
DO MEU TEMPO!
NEOSALDINA, ASPIRINA E NOVALGINA
Dilatante
Latente
O sangue subindo
Pela cabeça
Ciba-Geigy dourando a pílula
Batente
Doente
Dormente
Enxaqueca persistente
Bayer direto na veia
Como agulha no palheiro
Dose
Overdose
Osmose
O mal me consumindo
Gota a gota
E eu sumindo
Enquanto Hoechst é apenas
Uma gota d’água no oceano
Dores e dolores
Que nem Neosaldina,
Aspirina e
Novalgina aliviam
Porque eu sou um paciente
Com sérias dificuldades
De engolir certas coisas.
( geraldo trombin - 30.01.1990)
DOMINGO NO QUARTO
Gil fez seu Domingo no Parque.
Na roda, José, Juliana, João.
Sorvete, espinho, uma canção,
No ritmo, compasso do coração.
Eu, meu Domingo no Quarto.
Cortina fechada para o mundo,
Poema-euforia, quase infarto.
Retrospectiva em um segundo.
A hora apressa, o dia passa,
Na janela, um triste retrato:
A vida, a raça, tudo às traças.
Uma rotina que já estou farto.
O presente assa,
Queima a carcaça.
Hoje, assim-assado,
Já virou passado.
Fogo, cinzas, estilhaço,
Queimando como mormaço.
O peito ardendo, inchaço.
Faca, o que é que eu faço.
Não dou um passo.
De novo, caio no laço.
A minha vez, repasso.
Deixo marca,
Marca-passo.
Mais um domingo
Sem cara de Sunday,
Mais um dia findo
Sem gosto de Sundae.
(Geraldo Trombin - 08.10.2000)
23 comentários:
O ritmo de sua Poesia, Geraldo, vai conduzindo o leitor pelas maos. E, vale frisar, que o leitor estara sempre em otimas maos. Mais um show poetico. Parabens!
23 de abril de 2012 às 10:00Sinceramente, não mudou nada no quesito talento. Já nasceu com ele.
23 de abril de 2012 às 10:08Valeu Ed, Valeu Piaia... Sempre apoiando, sempre presentes.
23 de abril de 2012 às 10:44Abração
Prezado Geraldo:
23 de abril de 2012 às 11:32Parabéns novamente. Arrasou...
Um abração.
Marilene
Parabéns, meu amigo Gera, sempre esbanjando talento...
23 de abril de 2012 às 13:06Abração!
Ju
Obrigado, Marilene e Ju...
23 de abril de 2012 às 13:10E vamos seguindo... bjos
Adorei conhecer seus "guardados" poéticos, Geraldo.
23 de abril de 2012 às 13:28Parabéns!
Grande abraço.
Oi, Sônia. Gostei do "guardados"... Bjos e boa semana.
23 de abril de 2012 às 14:02Será que hoje consigo colocar meu comentário? Tentei inúmeras vezes e nada...
23 de abril de 2012 às 14:43Parabéns meu amigo Ge, sempre nos oferecendo lindos escritos.
Bjão carinhoso,
Ana Isabel
comentário do novo amigo João Batista Legnare:
23 de abril de 2012 às 16:11"Se em um Domingo no Quarto, o ácido acetil salicílico e o fenildimetilpirazolonametilaminometansulfonatodesódio não conseguirem aliviar a dor de cabeça, o jeito será recorrer à cura através do método não fornecido pelas Ciba-Geigy, Hoescht e Bayer: a benzedeira! Parabéns pelos versos criativos!!!"
Obrigado pelo carinho, Ana Isabel e José Legnare...
23 de abril de 2012 às 16:12Abraços
Gera.
23 de abril de 2012 às 17:12Apesar do tempo, não houve perda de qualidade. Sua poesia não se importa com datas, vem de longe, é parte de algum misterioso DNA. Não tem sobras, reparos ou jeito. Melhor, jeito só tem um: continuar.
Deva
ops... bacana, Deva... Sempre incentivando o de cá... abração
23 de abril de 2012 às 17:43MEU QUERIDO AMIGO POETA, SEMPRE ACRESCENTA MINHA ADMIRAÇÃO E CARINHO, JÁ FALEI QUE SOU FÃ INCONDICIONAL, MAS A CADA LEITURA ENCONTRO UMA CANÇÃO PERFEITA
23 de abril de 2012 às 18:23E VOU NO EMBALO SEGUINDO O RITMO E CADÊNCIA DAS PALAVRAS, QUE LAÇAM E ENLAÇAM AO RITMO DOS VERSOS CHEGANDO ENVOLVENTE AO CORAÇÃO. ÉS ÚNICO. BEIJOS
Obrigado, Maria... por tamanhas palavras... bjos
23 de abril de 2012 às 21:59O cara ja era bom, só que ainda não sabia.
24 de abril de 2012 às 11:58ehhh... menos, Dema! Menos... Gracias e abração.
24 de abril de 2012 às 15:48Gera, meu querido amigo, mais uma vez espetacular! O passado retratado nos dois primeiros poemas (ÔOO da socapa!... haha). Como boa sagitariana que sou, adorei o da Liberdade na Palma da Mão tb...!
24 de abril de 2012 às 16:26Parabéns e sucesso sempre!
bjbj!
Cris :)
Ôoooo da socapa, gracias e bjos...
24 de abril de 2012 às 17:57mensagem do amigo Mario Bonzani:
25 de abril de 2012 às 19:40Porra Sr Geraldo, esses escritos... me fez lembrar Manuel Bandeira, só que com mais otimismo, afinal lidar com a saúde e ainda brincar com fármacos não é pra qualquer um. O interessante é saber que na vida tudo passa, mas os registros não. Talvez a escrita consiga isso, nos eternizar, nos faz descobrir o quão efêmera pode ser a nossa própria existência. Bons tempos. Mario.
Maravilhoso, Geraldo. A musicalidade presente nos versos. Amei todos, principalmente o primeiro, parece eu rsrsrs. Parabéns, amigo! beijos e meu carinho, Aninha
26 de abril de 2012 às 00:14Obrigado Aninha pelas palavras e também por visitar a coluna... bjos
26 de abril de 2012 às 08:04comentário do amigo jornalista e també escritor Roberto Antonio Fava:
29 de abril de 2012 às 09:30Geraldo, meu caro, não há o que falar do seus textos: inteligentes, sutis e, com poucas palavras, vc. diz um belo punhado de belas coisas. Abraços, Fava
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