quarta-feira, 23 de maio de 2012

Minicurso de História Oral

      

HISTÓRIA ORAL
              MÉTODOS DE ENTREVISTA E TRANSCRIÇÃO
Dias 24 e 25 de maio, das 16h às 18h.
Auditório do Programa de Mestrado em História Social
Universidade Severino Sombra
Rua Joaquim Teixeira Leite, 52
Centro, Vassouras – RJ


Amanhã e sexta-feira, das 16h às 18h, darei um mini-curso de História Oral em Vassouras (RJ), no Programa de Mestrado da Universidade Severino Sombra.

O curso pretende elaborar uma reflexão ampla sobre as formas de oralidades na sociedade contemporânea. Visa capacitar os participantes a utilizar os procedimentos de história oral relacionados aos métodos de entrevista, conceitos de rede, colônia e comunidade de destino, transformação do documento oral para o escrito e uso de objetos biográficos. No campo da história social, o conhecimento de seus métodos é cada vez mais utilizado em diversas pesquisas, em especial, por aquelas que trabalham com a História do Tempo Presente.

A história oral se fundamenta nos conceitos de memória, identidade e narrativa. A concepção de memória está fundamentada no conceito de Pierre Nora que se baseia em dois elementos intrínsecos da memória: ser afetiva e mágica. (NORA, 1993) Tal afetividade traz características que marcam um grande diferencial com o conceito de História. Enquanto a história é racional, feita por interpretações marcadas por um método científico que questiona o passado por meio de problematizações, a memória é fluída, inconstante e não linear.


O que constrói tal filtro, que separa o que é lembrança de esquecimento, são justamente marcos afetivos de nossas trajetórias (HALBWACHS, 1990). O componente “mágico” diz respeito ao elemento criativo da memória. Ditados como “quem conta um conto, aumenta um ponto” tem seu embasamento, pois a memória é reelaborada em cada grupo identitário, criada no tempo presente, e não apenas “resgatada” do passado, portanto, seria de grande ingenuidade se pensar como possível o mero “resgate” de um passado. O passado nunca volta, mas é reelaborado, por meio da narrativa, na dinâmica do Tempo presente. A elaboração de narrativas se faz por meio de particularidades que o próprio colaborador, o grupo ao qual pertence, seu tempo e espaço influenciam tanto no modo de narrar quanto no conteúdo de que narrar.


Aproveito para divulgar o II Encontro Café com PP/ UFABC São Bernardo.
























Prof. Dra. Ana Maria Dietrich. Professora Colaboradora do Mestrado em História Social (USS) e professora adjunta da UFABC. Pós-doutora pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas/ UNICAMP.


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