Poesias de daufen Bach.
I_
os
jardins estão espremidos entre o perfume
e a existência.
no
fundo do tempo uma primavera esquecida
&
os
dedos animais de éter, músculos e ossos
a
se contorcerem .
nas
ladeiras encobertas de espumas,
uma
doçura horrível, melancólica, reluz uma paisagem
contínua de saudades
que
se interpõe à vida e o silêncio compacto de um retrato
devastado
por uma alegria que muda de cor.
tento
durar pelo tempo, acender para a imortalidade
de um momento.
enquanto
engulo uma drágea de minha Lyrica pela manhã,
enganando
minha lúcida epilepsia
antidepressiva
Lyrica, falsas portas de uma paz extinta
do
sonho que se volatizou numa chama única
fundindo
o ardido de teus olhos nas lágrimas
que
sempre descem pelo vazio dos dias e das noites.
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II_
e
encontrar na ironia irreprimível
a
doçura do segredo
e
nas chuvas, nas últimas chuvas,
onde
o azul do céu é mais azul,
sonhar
pelos meses e cair das alturas
onde
as palavras são trevas inocentes.
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III_
digamos
que nos jardins das tulipas
ficou
na memória, oculto,
o
entusiasmo do mundo
e
uma clareira se fez ao lado da fonte.
digamos
a nós mesmos, digamos,
que
os nossos pés acostumados a orvalho
&
ao
caminhar tranquilo da sombra
protegeram-se
das pedras e absorveram
essa
melancolia perene que não se extingue...
(no
sono de olhos abertos, a musa segue
curvando-se
sobre os arcos de flores).
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A Contemporartes agradece a publicação e avisa que seu espaço continua aberto para produções artísticas de seus leitores.
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