A Estória e o Poeta
Esta é a história de Estória, uma
história que não tinha sido, mas sempre quis ser. Ela nasceu na cabeça de um
escritor que não tinha leitores nem tampouco admiradores. Não é possível
estimar a idade de Estória, pois nem seu criador tem estes cálculos, o que ele
sabe é que há muito tempo queria dar a ela uma vida. Até então, Estória era um
mero embrião. O escritor se chamava Poeta, mas nem assim conseguia espalhar sua
escrita, nem por isso era frustrado.
Poeta não sabia o motivo, mas só era
capaz de escrever poesias. Talvez seu nome fosse um carma, mas esta ideia logo
foi descartada, Poeta não acreditava em carma, ressurreição ou qualquer carga
que fosse carregada pra outra vida. Não sabia nem se possuía de fato, esta vida
que vivia.
O grande problema de Estória era que seu
criador não conseguia escrever uma história, uma crônica, nem mesmo um conto
sequer. Tudo que Poeta escrevia era poesia, e Estória não tinha o menor orgulho
de seus “irmãos” com rimas, afinal o que tem de belo numa poesia? Achava que
bonitas eram as folhas recheadas de letras, uma história de verdade. Mas o
problema ainda não era esse...
Para que Estória recheasse as páginas
brancas de um livro, era preciso ser e ela não era. Pelo menos ainda não. Poeta
apenas teve a ideia de criar uma história, mas não teve a ideia de qual
história criar. Achava que tinha perdido a habilidade de escrever em prosa,
como fazia nas redações da escola, aliás, de onde saíram suas melhores notas. A
confusão de Poeta deixava Estória furiosa. Ora, se não sabia o que fazer com
ela, porque a criara? Ele respondia com a mesma sinceridade com que era
perguntado, “as ideias nos atingem sem aviso, e em boa parte das vezes, passam
tão rápido que não vemos nem a cor!”. Mas na verdade ele tinha visto a cor, só
não lembrava qual era.
Determinado á dar uma história para
Estória, Poeta sentou-se em frente ao computador e apesar de adorar a caneta e
o papel, digitar era mais rápido do que escrever, portanto poderia pegar a
ideia quando ela passasse em sua mente/frente. Do outro lado de sua cabeça (o
lado de dentro), Estória começava a questionar sua existência e principalmente
seu criador. Tentou buscar outras histórias, perdidas como ela, para que
pudessem se unir e se rebelar contra Poeta. Poeta não pensava que a criara, mas
que era apenas seu causador. Uma história há de se encaixar na forma de
Estória, mas o tempo passava e lá nos confins de sua cabeça, Estória , já
acompanhada de outras perdidas, armava uma cilada. Uma revolução armada em
busca da história tão esperada.
A esta altura, Poeta não sabia o que
fazer, a pressão definitivamente não o ajudava a escrever, e além do que, julgava-se inocente e pensou que
Estória poderia ser mais paciente, aguardar a inspiração chegar até ele e então
lhe daria uma vida. Mas os planos eram outros. Descobriu que havia dezenas,
talvez centenas de estórias inacabadas, de ideias indecisas com datas
imprecisas, enfim...sua mente agora era uma confusão organizada, a revolução
estava preparada e explodiria a qualquer segundo. Poeta suava frio e pensava
numa resposta para todas aquelas estórias, mas o barulho dos protestos impedia
seus pensamentos e por este motivo não conseguia construir argumentos concretos
que convencessem o grupo revoltado a reverem seus conceitos.
As exigências eram claras, todos ali
dentro queriam ideias novas e diferentes para que continuassem vivas. Estória,
líder do movimento pedia insistentemente uma solução, ou no mínimo uma
retratação de Poeta que ousou ter algumas ideias sem fim e por isso tinha os deixado
assim...estórias sem forma, enfim...monstros disformes que o questionavam
agora. Era necessário um fim, Poeta sabia muito bem disso, mas as conclusões
não apareciam, as repostas não existiam, ou não podiam ser vistas de onde
estava, precisava de um lugar sereno. Pensou nalguma ilha que pudesse existir
em sua mente, alguma trilha que o levasse ao mundo das histórias novas e
finitas, mas sentiu-se impotente diante do horizonte á sua frente. Decidiu pela
rendição. Os manifestantes tomariam conta de sua mente. Seria assim,
infelizmente.
Quando soube do acontecido, quando esta
ideia passou pela cabeça de Poeta, Estória teve um estalo de sabedoria e pediu
uma reunião em
sigilo. Conseguiu. Frente á frente, criador e criatura, as
coisas começaram a caminhar. Estória contou que já se sentia viva, e assim como
as outras agora tinha uma história, houve uma epifania coletiva.
As ideias agora, estavam unidas por uma
única e intensa história. Era sobre um escritor chamado Poeta que escrevia
muita poesia e pouca prosa até que um conflito fez com que escrevesse a melhor
história já escrita, sobre uma história que não era...mas agora tinha se
tornado viva e preencheu todas estas linhas. Poeta e Estória fizeram história
na literatura e juntos construíram novas, vivas, ricas e fictícias
vidas...todas dentro de uma única cabeça. A cabeça de Poeta!
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O ciclo interminável da corrupção
O governo impõe
impostos
e ainda dispõe
de votos
para continuar
impondo modos
de modo que o
povo vota
para pôr sua
própria desgraça em voga
vagando como
uma massa disforme
que pede,
leva porrada e absorve
enquanto os
claros culpados, absolve...
A impostura das
pessoas
revela sua
própria culpa
e propõe que o
esquema continue
O sistema
diminui o cidadão
e aumenta
gradualmente a corrupção
o homem se
corrompe e então
vota novamente
naquele
que vagamente
pensa na população
e que na
verdade sofre de vaidade
o que me faz
supor
que sua riqueza
é miserável
e perpetua o
ciclo interminável
de um governo impostor.
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De autoria desconhecida
Sou um autor
desconhecido
Escrevo meus poemas
aos gritos
para que todos
saibam meus conflitos
E que isso
faça com que reflitam
pois a poesia
É um exercício
Da filosofia
que eu respiro
e que está viva
nos meus escritos
Espero no mínimo
que arranque um suspiro
de quem lê este livro.
Será um prazer
ter em ti, mais um amigo.
(á proposito, me chamo Vinícius)
A Contemporartes agradece a publicação e avisa que seu espaço continua aberto para produções artísticas de seus leitores.
3 comentários:
Bacana Vinicius, tem que visitar Roo meu camarada !
11 de novembro de 2012 às 23:48Adorei!!Sinta-se aplaudido em pé por mim e por todos aqueles que vibram com uma leitura inteligente.....Parabéns por mais essa conquista!!!!
12 de novembro de 2012 às 08:31Excelente. Essa cabeça de poeta...
12 de novembro de 2012 às 19:08Postar um comentário
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