Geração Coca-Cola
Nessa semana poética, que não é segunda, falaremos de um dos poetas musicais mais difundidos nos últimos 30 anos: Renato Russo.
Posso estar correndo o risco de ser exagerado, mas o filme Somos Tão Jovens retrata todo o início de uma Geração Coca-Cola até um Tempo Perdido dessa juventude. Será que vamos conseguir vencer? Creio que Ainda é cedo!
Somos Tão Jovens retrata os grandes momentos história de um dos grandes músicos e compositores do final do século XX antes de sua fama: o candango Renato Russo. Retrata desde sua doença óssea até o momento de transição para ser o que é hoje, uma das melhores bandas de rock do país.
Com poucas locações externas, o filme consegue ser bem peculiar e retratar bem uma Brasília das décadas de 1970 e 1980. O filme foi privilegiado pelas cenas externas, que foram bem resolvidas e não deixaram o filme cair em um filme sem visão do cenário total da narrativa.
Com exceção do ator que fez o Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial, e alguns outros (bem poucos), o filme teve uma ótima construção das personagens. Thiago Mendonça e Laila Zaid foram impecáveis, sem dúvida.
Algo que me chamou bastante atenção no filme foram os diálogos entre Renato e seus pais, sempre bem construídos e com um leve toque de “verdades que queríamos dizer, mas não dizemos”. Sempre um diálogo bem humorado e bem rebatido entre os atores, enfim.
Me surpreendi com a maneira como as músicas foram introduzidas dentro da história, fazendo as deixas necessárias para os diálogos ou cenas que seguiam.
Enfim, mudaram as estações, nada mudou. O Brasil retratado continua o mesmo, com suas maquiagens e sem os filhos da revolução, pois os netos aderiram ao sistema e continuam a fazer o dever de casa... São burgueses com religião.
2 comentários:
Amo Renato Russo e o Legião. Percebo que a visão poética e apimentada de Renato retrata não só a geração dos anos de 1980 mas também a história de um Brasil encruado e lento, lento e lento como uma tartaruga para tratar questões sociais antigas. Brasil gigante adormecido que se vê impossibilitado de resolver as questões emergentes e consequentemente as urgentes, que na verdade é reflexo das encruadas. Oh! santo círculo vicioso.
8 de maio de 2013 às 14:16Um filme sobre Renato é um filme sobre o Brasil. "Somos tão jovens": o país, as pessoas, o modo ingênuo e imbecil do povo carregar esta juventude que envelhece e se torna jovem novamente como se crescer fosse pecado e envelhecer doença.
"Vou consertar minha asa quebrada e descansar... "pois é, não há anjo que aguente tanta injustiça e basbaquice... é preciso que os humanos ajudem os anjos.... acho que isso é Renato: meio anjo cansado e meio humano revoltado.
Ótimo artigo. Parabéns
Katia Peixoto
Obrigado Katia! =D
10 de maio de 2013 às 08:55Postar um comentário
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