quarta-feira, 17 de setembro de 2014

FOTÓGRAFOS PARANAENSES: MARCOS PEREIRA e a FINE ART


"É característico que o debate tenha se concentrado na estética da 'fotografia como arte', ao passo que poucos se interessaram, por exemplo, pelo fato bem mais evidente da 'arte como fotografia'"  (Walter Benjamin)

Nesta edição, destacamos a biografia e o trabalho do fotógrafo Marcos Pereira, que nas palavras da jornalista Celina Soares, “é dono de uma mente fervilhante e apaixonado pela cultura em suas diversas facetas (pintura, música, cinema). Sempre teve a arte arraigada em sua trajetória profissional o que é possível observar em diversos trabalhos do fotógrafo, entre eles, a coleção Poemas de Costas (poesias projetadas no corpo das modelos); Bioarte (slides trabalhados por micro-organismos); o Tango e o Samba (realizado nas ruas das tanguerias de Buenos Aires).

Marcos Pereira é dedicado, detalhista e paciente tanto para apontar um lápis com estilete quanto para caçar a luz perfeita em uma fotografia, por isso, busca desenvolver um trabalho profissional autoral com sinceridade, linguagem consistente e expressiva. Versátil, o fotógrafo foi citado no dicionário de artes paranaense por Adalice Araújo; premiado pelo Instituto de Engenharia do Paraná com a temática de arquitetura (2009 e 2010); expôs no Teatro Guaíra, no Museu Guido Viaro, Museu Paranaense, Secretaria da Cultura de Curitiba, entre outros.” 

A adesão do fotógrafo à Fine Art, ou mais precisamente à Fine Art Photography* se deve ao fato de que seu trabalho sempre esteve atrelado à pesquisa e experimentação, segundo suas próprias palavras: “Desde o início procurava a arte na fotografia e nos temas abordados, também muita pesquisa, e curiosidade é claro. Inspirei-me em pintores paranaense (...), depois conheci fotógrafos de jornalismo, e aí uma serie de outras influências aconteceram como grandes pintores e grandes fotógrafos. De Henri Cartier-Bresson a David Lachapelle.”

Marcos Pereira se considera uma pessoa com “olhos de ver”, enxergando o belo em toda a parte, já que segundo Marcel Duchamp, tudo é arte embora a arte não seja qualquer coisa. Nas imagens abaixo, de sua autoria, podemos usufruir o resultado de suas pesquisas e do esmero empregado tanto na linguagem fotográfica, quanto na técnica e finalmente, na impressão das mesmas, quando o fotógrafo participa com seus trabalhos nos espaços expositivos:






















Marcos Pereira é fotógrafo de moda, arquitetura e publicidade. Formado pela faculdade de Artes Plásticas do Paraná (FAP-PR) e pós-graduado em Fotografia Imagem em Movimento o fotógrafo iniciou suas pesquisas artísticas aos 15 anos, enquanto, estudava sobre composição; cores e densidade na pintura. Estudou Wermer, Caravaggio, Rembrandt, Monet, Da Vinci entre outros. Atualmente, ministra cursos sobre fotografia analógica/digital, fotografia básica, Arquitetura, Moda, publicidade e tratamento de imagens e dedica-se às pesquisas de fotografia gastronômica, pois, para ele “a diferença entre uma boa imagem e uma imagem medíocre é uma questão de milímetros” (parafraseando Henri Cartier-Bresson).


*Fine Art Photography, como visão artística do fotógrafo; a Fine Art Photography refere-se às fotografias que são criadas para cumprir a visão criativa do artista. Dessa forma, a fotografia de arte se difere do fotojornalismo e da fotografia comercial, por exemplo.

Referências:
BENJAMIN, Walter - Magia e Técnica, Arte e Política, ensaios sobre literatura e história da cultura. Editora Brasiliense, 2012.


“Grande Panorama da História da Arte”, é um curso imperdível para quem gosta de arte e quer se aprofundar no conhecimento de sua história e desenvolvimento, ministrado por Jul Leardini. No Solar do Barão, em Curitiba.




Izabel Liviski, é fotógrafa e doutoranda em Sociologia pela UFPR. Pesquisa História da Arte, Literatura e Artes Visuais. Escreve na revista ContemporArtes desde 2009, editando a coluna INCONTROS quinzenalmente, e é também co-editora da revista. 




1 comentários:

Francisco Cezar de Luca Pucci disse...

Fantástico. Eu desconhecia esse tipo de trabalho. Me pareceu que, assim como artistas plásticos trabalham com materiais diversos para compor suas obras, o Marcos faz da fotografia e seus recursos um "filtro" que redesenha a realidade em formas e cores imaginativas. Parabéns.

17 de setembro de 2014 às 12:52

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