"Relatos Selvagens": o filme argentino que veio para rirmos da nossa própria imbecilidade
“Relatos Selvagens”, de Damián Szifron
é o filme argentino escolhido para abrir a 38ª Mostra Internacional de Cinema de São
Paulo. Na Argentina já levou
3 milhões de espectadores ao cinema e é o único latino-americano a
concorrer à Palma de Ouro do Festival de
Cannes. Com produção
hispânico-argentina, o filme é uma colagem de seis histórias curtas com foco na
barbárie humana dando ênfase a estupidez, vingança, traição, impunidade e
outras características nada nobres da humanidade.
Se é para trair eu também sei... |
Com humor, ora dolorido ora
escrachado, o filme flui com dinamismo e vigor do inicio ao fim. Já na
abertura, no prólogo, dentro de um avião já é possível perceber a que veio esses
relatos selvagens.
É surpreendente ver como as histórias, com um ritmo crescente, são capazes de
lidar com fatos inusitados e ao mesmo tempo convincentes. Tenho de admitir: os
argentinos sabem fazer cinema.
“Relatos Selvagens” arrebentou e teve o
privilegio de ser produzido
pela El Deseo, de Pedro Almodóvar, com atores como Ricardo Darín,
Oscar Martínez, Leonardo Sbaraglia, Darío Grandinett, Rita Cortese, Erica Rivas
e Julieta Zylberberg, o filme
também pode ser indicado ao Oscar de filme estrangeiro.
Elenco fantástico faz dos seis relatos um filme leve e profundo |
Vale muito a pena assistir, apesar de toda dor em ver a estupidez humana, o filme também arranca risadas puras e sinceras. Rindo da
nossa própria imbecilidade "Relatos Selvagens" é esperto
e não perde tempo com partes brandas, é pura adrenalina de humor e tragédia. Tragicômico. O nosso retrato !
Katia Peixoto é doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. Mestre em Cinema pela ECA - USP onde realizou pesquisas em cinema italiano principalmente em Federico Fellini nas manifestações teatrais, clowns e mambembe de alguns de seus filmes. Fotógrafa por 6 anos do Jornal Argumento. Formada em piano e dança pelo Conservatório musical Villa Lobos. Atualmente leciona no Curso Superior de de Música da FAC-FITO e na UNIP nos Cursos de Comunicação e é integrante do grupo Adriana Rodrigues de Dança Flamenca sob a direção de Antônio Benega.
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