terça-feira, 19 de maio de 2015

Professores SP (ainda) em greve




A greve dos professores do Estado de São Paulo ainda está em vigor há mais de dois meses. A greve é um direito legítimo, entretanto, os pontos foram cortados e os dias referente ao mês de março foram descontados do salário de quem aderiu ao movimento. Estima-se que 80 mil professores, que estão em luta por melhorias na educação pública, terão seu salário integralmente prejudicado no próximo mês.

A Apeoesp (Sindicato dos Professores da Rede Oficial de São Paulo) entrou com ação judicial no TJ-SP (Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo) para serem estornados os dias descontados, foram 17 votos a favor e 6 contra. Mas ainda cabe recurso.

Nas Escolas onde leciono um dado período tiveram professores eventuais, mas agora não há. Os discentes tem saído mais cedo e a qualidade do ensino está gravemente prejudicada. Mesmo em tal conjuntura, nota-se uma intransigência do governo estadual para resolver situação. Até o presente momento, não há negociações do Secretário da Educação com servidores grevistas que atenderam as reais necessidades e reivindicações da categoria, principalmente, em relação ao reajuste salarial. 

Segundo o Jornal Rede Brasil Atual:

"o secretário estadual da Educação, Herman Voorwald, que prometeu que o governo paulista aumentará os salários dos professores – mas não falou em índices do reajuste. Apesar desse impasse, o governo fez propostas como a contratação de professores temporários por três anos ininterruptos, em vez de um ano. Os temporários teriam atendimento pelo Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe), o que não acontece atualmente.
Segundo Bebel, a secretaria se comprometeu em criar um grupo de trabalho, com participação do sindicato, para desmembrar salas de aula, reduzindo assim o número de estudantes por turma. Outra reivindicação da entidade, a contratação de coordenadores pedagógicos, poderá ocorrer ainda este ano.
De acordo com a Secretaria da Educação, em até 30 dias será enviado projeto de lei à Assembleia Legislativa, estabelecendo que não deve haver nenhum intervalo contratual por três anos. Após esse período, serão 180 dias de espera para uma nova atuação."


Veja também a matéria da TVT que versa sobre esta última negociação, a liberação de fundos e a situação dos servidores:



Na última assembléia foi decidido manter a greve e enquanto não se sabe se serão estornados os descontos dos pagamentos, o sindicato liberou um fundo de greve, uma verba para ajudar os servidores grevistas pagarem as contas básicas e regionalmente as subsedes estão realizando algumas ações para angariar mais verbas. 

Procurem as subsedes para apoiar o movimento, seja com doações ou em participação das atividades. 

Cartaz da próxima Assembleia as 14h, dia 22/05 no Vão livre do Masp.

Conta-se com a solidariedade da população! 


Soraia Oliveira Costa, mestranda em História da Ciência pela UFABC e graduada em Ciênciais Sociais pelo Centro Universitário Fundação Santo André (CUFSA). Professora de Sociologia Educação Básica no Estado de São Paulo. Trabalha com audiovisual e oralidades desde meados de 2007. Produtora do documentário "Transformação sensível, neblina sobre trilhos", que trata da história vila de Paranapiacaba, feito com incentivo do MEC/SESu, UFABC e FSA.

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