sábado, 19 de março de 2016

Reverberar


REVERBERAR

Não se precipite, ainda há tempo

a simplicidade está na copa das palavras

confiando ser colhida...

Orquídeas que cantam 

alvorecendo a manhã.

Simplicidade eclode

em poema,

poema

adormece as orquídeas...

O poeta não é poeta

o poeta é jardineiro 

amanhando o solo do improvável.


***


TÃO BONITO

Tão bonito o planar do pássaro

seu voo raso: levando consigo

a pétala de minha vida inteira...

Quantas pétalas me restam?

Minha vida é uma flor rupestre.  

Tão bonito: livros repousando

um sobre os outros, e o olhar

do menino tentando decifrar

os códigos, as veredas, o poeta...

Decorei a parede em tom de flor

projetando na parede minha dor.

De pétala em pétala, findo...

O pássaro louco leva o peso;

o menino bobo inclina a cabeça:

lê: poesia e delírios (viaja), mas

logo o pássaro volta: finda flor.



Francisco da Silva. Baiano, 30 anos, técnico em eletrotécnica, graduando em letras e suas literaturas. Autor do livro “A Poesia Liberta” (Editora Multifoco, RJ, 2013). Tem poemas publicados em antologias pela Litteris Editora, RJ. Poema publicado recentemente pela revista Samizdat. E-mail: jhonchico@hotmail.com

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