Reverberar
REVERBERAR
Não se precipite, ainda há tempo
a simplicidade está na copa das palavras
confiando ser colhida...
Orquídeas que cantam
alvorecendo a manhã.
Simplicidade eclode
em poema,
poema
adormece as orquídeas...
O poeta não é poeta
o poeta é jardineiro
amanhando o solo do improvável.
***
TÃO BONITO
Tão bonito o planar do pássaro
seu voo raso: levando consigo
a pétala de minha vida inteira...
Quantas pétalas me restam?
Minha vida é uma flor rupestre.
Tão bonito: livros repousando
um sobre os outros, e o olhar
do menino tentando decifrar
os códigos, as veredas, o poeta...
Decorei a parede em tom de flor
projetando na parede minha dor.
De pétala em pétala, findo...
O pássaro louco leva o peso;
o menino bobo inclina a cabeça:
lê: poesia e delírios (viaja), mas
logo o pássaro volta: finda flor.
Francisco da Silva. Baiano, 30 anos, técnico em eletrotécnica, graduando em letras e suas literaturas. Autor do livro “A Poesia Liberta” (Editora Multifoco, RJ, 2013). Tem poemas publicados em antologias pela Litteris Editora, RJ. Poema publicado recentemente pela revista Samizdat. E-mail: jhonchico@hotmail.com
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