O tema estético da beleza e da feiura com foco nas mulheres
Nos dias de hoje, a maneira com que lidamos com o corpo tem dado evidências de que a feiura é uma forma de exclusão social que acomete, sobretudo, as mulheres. O sexo feminino é vítima de uma verdadeira ditadura da beleza, não pouco cruel. Afinal, como nos definimos? Será que a aparência física tem nos definido? Muitos se submetem ao controle desmedido da aparência.
Em artigo que se intitula “Ser mulher, ser feia, ser excluída”, Joana de Vilhena Novaes assinala que “a imagem da mulher se justapõe com a de beleza e, como segundo corolário, à de saúde (fertilidade) e juventude”. Nesse sentido, cabe ao “sexo frágil” lutar contra todo cansaço, constipação e envelhecimento com a finalidade de refletir um corpo “super” trabalhado que responda de forma satisfatória ao desejo do outro.
Em uma dinâmica que privilegia a perfeição, a saúde e a beleza exterior em oposição à imperfeição, a doença e a aparência desagradável, busca-se não mais um todo harmônico, em se tratando de apreciação estética, mas um olhar diferenciado para as partes do corpo humano. Infelizmente, existe o dever moral de ser bela e um controle desmedido da aparência, que vai para além da atribuição de características estéticas, pois há ainda discursos que normatizam o corpo e apropriam-se da vida simbólica do sujeito. Como bem observou Novaes, “os cuidados físicos revelam-se, invariavelmente, como uma forma de estar preparado para enfrentar os julgamentos e expectativas sociais”. No filme Drop Dead Gorgeous (ou Linda de Morrer, 1999), Becky Leeman e sua mãe parecem compreender isso. Para Gladys, nada é mais importante que ver a sua filha vencedora da 50ª edição do Jovem Princesa da América.
Joana de Vilhena Novaes nos diz que o ser humano tende a desculpar desvios de caráter de pessoas bonitas, sendo a beleza uma espécie de moeda de troca. Segundo a estudiosa, a “experiência do corpo é sempre modificada pela experiência da Cultura”. Logo, as mulheres veem-se “obrigadas” a manterem-se belas, jovens e saradas para que se satisfaçam às exigências do meio.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
NOVAES, Joana de Vilhena. Ser mulher, ser feia, ser excluída. Disponível em: http://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0237.pdf. Acesso em: 05/05/2014.

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