A desigualdade e a previdência social
Muitas pessoas estão insatisfeitas com toda crise que assola o país. Corrupção na política. Educação, saúde, transporte e segurança pública precárias. Criminalidade e violência só aumenta, e a justiça falha.
Embora o Brasil seja um país rico em recursos naturais e com um PIB (Produto Interno Bruto) classificado entre os 10 melhores do mundo, existe uma péssima distribuição de seus recursos entre a população. Com isso, pode-se considerar uma nação de extrema desigualdade social.
Para medir a desigualdade social é utilizado o índice (ou coeficiente) de Gini, que apresenta dados de 0 (que corresponde a completa igualdade entre as rendas) a 1 (completa desigualdade). Ou seja, quanto mais próximo está do número 1 mais desigual é a distribuição de renda e riqueza, e quanto mais próximo está do 0 mais igualitário será. Assim, quando falamos que um país sofre com a desigualdade social, quer dizer que são poucas pessoas que detêm a maior parte da renda e a maioria da população pouco ou nada têm.
O país está entre os piores nos dados em nível mundial:
Segundo os indicadores nacionais, na cronologia de mais ou menos cinquenta anos, pode-se considerar que houve uma melhoria significativa no país em relação à distribuição de renda e riqueza, principalmente, após o período ditatorial.
Desigualdade no Brasil e em suas grandes regiões. |
Contudo, quando analisa-se o país de forma macro, no geral, as particularidades são esquecidas ou não são evidenciadas. Por outro lado, quando é feita uma apuração minuciosa acerca da mortalidade nos municípios ou nos bairros, verifica-se que há discrepância dentro das grandes regiões. Nota-se que, sobretudo, nas áreas periféricas e de pouca infraestrutura, a estimativa de vida é bem pequena.
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Em meio a esta conjuntura brasileira que foi e permanece, muito injusta, débil e desigual, temos um assunto recorrente e de suma importância, principalmente, para aquelas pessoas que mais precisam de ajuda: A reforma na previdência social.
Comissões de direito previdenciário de todo o país em conjunto com outras dezenas de representantes de categorias profissionais, elaboraram uma carta aberta contra a reforma da Previdência apontando abusos na proposta do governo, por estar fundamentada em premissas erradas e conter vários abusos contra os direitos sociais, como a dificuldade ao acesso a aposentadoria e outros benefícios para a população que contribuiu com o sistema da previdência.
O rombo da Previdência é um tema constantemente abordado pela mídia e considerado um dos grandes problemas das contas públicas do país. Fonte: Metalúrgicos Erechin
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Segundo argumentos apresentados na carta esse rombo deficitário na Previdência não existe, pois a Previdência está, segundo a Constituição inserida no sistema de Seguridade Social e ela “tem sido, ao longo dos anos, altamente superavitário em dezenas de bilhões de reais”.
Seguridade Social. Fonte: Caros Amigos |
Nesta carta, também é feita uma exigência ao governo federal para a divulgação transparente das receitas da Seguridade Social, “computando todas as fontes de financiamento previstas no artigo 195 da Constituição Federal, mostrando ainda o impacto anual da DRU, as renúncias fiscais que têm sido concedidas, a desoneração da folha de salários e os créditos tributários previdenciários que não estão sendo cobrados”.
Segundo o deputado do PPS, relator da previdência, a reforma pretende igualdade. Mas, a pergunta que fica é:
Se toda estrutura relacionada riqueza, raça e gênero permanecesse extremamente desigual, como podem justificar a mesma medida para todas pessoas?
Contrapondo o ditado popular, a reforma na previdência teria a mesma medida para pesos diferentes e , assim, continuará não havendo igualdade na extrema desigualdade social brasileira.
Contrapondo o ditado popular, a reforma na previdência teria a mesma medida para pesos diferentes e , assim, continuará não havendo igualdade na extrema desigualdade social brasileira.
Ordem e progresso? Artistas: Os Gêmeos |
Pawel Kuczynski
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Fontes consultadas em Março/2017:
Soraia Oliveira Costa, mestra em História da Ciência pela UFABC e graduada em Ciênciais Sociais pelo Centro Universitário Fundação Santo André (CUFSA). Professora de Sociologia e Filosofia na Educação Básica e na Educação de Jovens e Adultos no Estado de São Paulo. Trabalha também com audiovisual e fotografia desde meados de 2007, dirigiu dois documentários: Transformação Sensível, Neblina Sobre Trilhos (2012) que aborda a história ferroviária, sobretudo a Vila de Paranapiacaba-SP e Seja Mais (2017) que trata a respeito da Educação em Direitos Humanos. Faz parte do coletivo de futebol Rosanegra. Nas horas vagas estuda música, toca acordeon.
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