Especial XIV ENEArte - As Criadas




Fechando a nossa Edição Especial sobre o XIV ENEArte, gostaria de falar sobre uma peça de teatro que vi durante esse evento e que muito me chamou a atenção.


As Criadas, obra de Jean Genet, nos conta a história de

Duas mulheres: Irmãs, amantes, rivais e criadas. Na ausência da patroa, satirizam suas condições humildes, personificando fantasias de libertação e luxúria, ora servas, ora senhoras. Num jogo em que se confundem poder e submissão, amor e ódio: pela patroa e uma pela outra.


O texto original é primoroso. Dispensa comentários. Sobre o que quero escrever, na verdade, é sobre o espetáculo apresentado na noite de 22 de outubro, no Centro de Convenções de Ouro Preto - MG, dirigido por José Luiz Filho.

Apesar da história retratar personagens femininas, o elenco é composto apenas por homens. Só por isso já é impactante por quebrar certas conveções sociais. Cinco rapazes de saia interpretando uma madame e duas criadas. Parece confuso? Talvez seja essa a intenção. Quem nunca se viu como uma autoridade num instante e no outro como um serviçal?


O mais interessante é o desdobramento e fusão das duas criadas, causado pela presença de quatro atores carecas no palco e pelas suas saias que mudam de cor, num gesto rápido e expansivo. O que dá uma idéia de espelho e/ou múltipla personalidade que nos confunde e intriga.

Apesar do cenário e do figurino serem bem simples, o jogo de luz e a soberba atuação do atores provam que são mais do que suficientes, deixando o resto com a imaginação do espectador.

Além do jazz estonteante de Billie Holiday, a peça conta com um leve toque da banda de rock japonesa Maximum The Hormone. Música boa nos momentos certos.


Não é por menos que acaba de ganhar os prêmios de melhor espetáculo e melhor cenário do III Festival Universitário de Patos de Minas. Essa peça é o terceiro trabalho da Cia Teatral Confraria Tambor, fundada em 2004 por atores de Uberlândia interessados em montar um elenco masculino que abordasse cenicamente questões ainda na ordem do dia, tais como a relação de poder, o confinamento, a violência e o submundo.

Sem exagero, é a melhor peça teatral que já vi. Vale a pena conferir.


Vinícius "Elfo" Rennó é graduando em Letras pela UFV. Gosta de cozer bem o que escreve. Basicamente, trata-se de um leitor glutão, amante de cinema e viciado em música. Atualmente é membro do corpo editorial da Contemporâneos – Revista de Artes e Humanidades e, juntamente com a Prof. Dr. Ana Maria Dietrich, coordena a ContemporARTES – Revista de difusão cultural.
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Especial XIV ENEArte - Observando o Master




Comunicamos que por dificuldades técnicas e pessoais, infelizmente não foi possível publicar a coluna de ontem. Pedimos desculpas aos nossos leitores pelo transtorno. Hoje damos sequência à nossa programação especial.



O objetivo deste artigo é analisar o documentário Edifício Master de Eduardo Coutinho. Para isso, buscamos primeiramente, entender o que seria um documentário. Em seu livro Introdução ao documentário, Bill Nichols, cineasta norte-americano, nos mostra uma visão geral dessa forma de fazer cinema. Segundo ele, os documentários:

Abordam o mundo em que vivemos e não um mundo imaginado pelo cineasta, os documentários diferem, de maneira significativa, dos vários tipos de ficção. Eles estão baseados em suposições diferentes sobre seus objetivos, envolvem um tipo de relação diferente entre o cineasta e seu tema e inspiram expectativas diversas no público.[1]

Os primeiros filmes documentários foram os filmes produzidos pelos irmãos Lumière, a partir de 1885 como: Saída dos trabalhadores das fábricas Lumière, A chegada do comboio à estação, O regado e O almoço do bebê, que serviram como “origem” do documentário. Esses filmes pareciam registrar o cotidiano conforme ele acontecia, um dos primeiros temas abordados pelo documentário e no filme Saída dos Trabalhadores das fábricas Lumière.

As produções do cinema documentário brasileiro são indissociáveis do nome de Eduardo Coutinho. Diretor de filmes como Cabra marcado para morrer, Santo Forte e Edifício Master (filme que iremos apresentar), seu tema essencial são as entrevistas, porém o próprio Coutinho gosta de chamar essas entrevistas, de conversa que realiza com pessoas desconhecidas, anônimas. Seus trabalhos são preenchidos por uma sucessão delas.[2]

Edifício Master surgiu, com a ideia de Consuelo Lins [3], de realizar um filme em um prédio no bairro do Leme, no Rio de Janeiro, porém o prédio estaria um pouco fora do que Coutinho realmente gostaria de fazer, pois o prédio era situado na Avenida Atlântica, e seus moradores tinham um poder aquisitivo elevado. O que Coutinho procurava era a classe média, com indivíduos concretos. Então Eliska Altman, que tinha participado da equipe de Babilônia em 2000, propôs que o edifício fosse o Master, localizado em Copacabana, prédio no qual ela havia morado. O prédio teria sido, há alguns anos, ponto de prostituição e estaria passando por uma transformação para se tornar um prédio “familiar” como iremos ver no depoimento do síndico do prédio, que teria aceitado as filmagens em nome da cultura. O Master tem 12 andares, com 23 apartamentos por andar. Ao todo, 276 apartamentos conjugados.[4]

Antes de começar a filmagem, a equipe de produção realizou uma pesquisa para confirmar ou não a viabilidade do trabalho. Alugaram o apartamento 608 no edifício, em julho de 2001. A equipe era composta por cinco pesquisadores, que colocaram um aviso na portaria do edifício informando sobre as três semanas de pesquisa. Com o auxílio do síndico e do porteiro, foi passada uma lista entre os moradores que eles consideravam mais interessantes. A partir daí, a equipe fez um mapa com os números dos apartamentos e dividiu os andares entre duas equipes para começar as visitas.[5]

O documentário tinha o título provisório de Copacabana 2001. Foi editado, exibido em 110 minutos, padrão estabelecido muitas vezes pelos filmes de longa-metragem. E o que é bem interessante é o fato de que o bairro não aparece e nenhuma imagem de rua, lojas ou calçadas, a única coisa que se vê além dos apartamentos são janelas.

No filme os entrevistados, ainda que não se conheçam ou, se conheçam muito pouco, são entrelaçados por compartilharem de uma mesma geografia. Com este documentário, Coutinho mostra um pouco das experiências humanas sem que as particularidades de cada pessoa sejam apagadas, ele permite que elas se expressem e cada cena é uma história reveladora, que nos chega através das entrevistas feitas por Coutinho acompanhado de sua equipe. Percebe-se que ele gosta de mostrar o poder que o cinema tem sobre os homens e a sociedade, que o filme é uma representação do real.

Eduardo Coutinho, diretor de Edificio Master.
Esse filme mostra um pouco dessa relação do cineasta com os personagens que retrata. É desfeita a distância entre sujeito o objeto que fazia parte dos primeiros documentários. Eduardo Coutinho não filma para produzir conhecimento no sentido conceitual. Ele mostra apenas rostos e vozes que são livres. O interessante também, é que pessoas totalmente anônimas se tornam personagens principais do filme. O que pude perceber no filme é que mesmo com um monte de histórias diferentes um sentimento me pareceu comum entre os moradores: a solidão. Mesmo com histórias alegres ou tristes ela sempre esteve presente nos depoimentos. Como no caso de uma senhora chamada Esther, mesmo ela falando que nós devemos nos amar, se não quem irá fazer isso, ela demonstra claramente um sentimento de solidão em relação a tudo o que ele viveu, é muito bonito seu relato.

Veja a entrevista de Ester:

1- NICHOLS, Bill. Introdução ao documentário. São Paulo: Papirus, 2005, pág. 17.
2- A entrevista como método: uma conversa com Eduardo Coutinho, por Fernando Frochtengarten, Mestre e doutorando em Psicologia Social, Departamento de Psicologia Social e do Trabalho, Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo.
3- Professora associada da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro e pesquisadora da área de Comunicação
4- Filme: Edifício Master, Brasil. Eduardo Coutinho. 2002.
5- Idem.



Talita Barbosa Gomes de Araújo é estudante de graduação do curso de História da Universidade Severino Sombra (Vassouras- RJ) e editora-assistente da Contemporâneos - Revista de Artes e Humanidades.
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ESPECIAL XIV ENEARTE - DE VASSOURAS PARA OURO PRETO


Hoje a coluna Ana Dietrich traz o texto de Talita Araujo, estudante de graduação do curso de História da Universidade Severino Sombra - Vassouras -RJ sobre suas impressoes de Ouro Preto e do Enearte. Tambem colocamos disponivel o link do video da entrevista que a equipe concedeu a TV Incofidence em reportagem de Maristella Paiva Cota.

DIÁRIO DE UMA VIAGEM INESQUECÍVEL
Por Talita Araujo

Saí de Barra do Piraí, cidade onde moro no interior do Rio de Janeiro, às 17:40 de uma segunda-feira 20 de setembro de 2010, para o Rio de Janeiro e de lá esperar o ônibus para Ouro Preto. Não tinha ideia do que me aguardava!
Começando na viagem, o ônibus saiu do Rio de Janeiro às 23:30h e o coitado do meu amigo Filipe Batalha viajou ao lado de uma senhora muito engraçada no qual ela se cobria toda até a cabeça e quando olhamos aquela cena, da mulher totalmente coberta com o Filipe do lado, não teve jeito caímos na risada. Fora um senhor que sonhava alto e soltava uns berros de vez em quando assustando a todos do ônibus. Foi hilário. Nossa diversão já começou durante a viagem. Chegando em Ouro Preto, fomos para a República Beijinho Doce, onde ficamos hospedados e por sinal fomos super bem recebidos. Dormimos um pouco e fomos almoçar em seguida, nessa hora percebi o quanto se tem que subir ladeiras enormes em Ouro Preto, ainda bem que levei minha bombinha, afinal uma pessoa asmática nunca anda sem a tal bombinha de emergência. 
Subimos, subimos e como subimos, não agüentava mais, porém valeu a pena. Almoçamos num lugar bem legal. E foi onde começamos a nos conhecer melhor, pois não conhecia o Vinícius e nem a Yone. Rimos horrores com as histórias da Juliana, uma pessoa extremamente alto astral que nos fez gargalhar durante nosso almoço.



Após o almoço, fomos na UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto), para fazermos nosso credenciamento como oficineiros, muito chique não?!. Conhecemos o chamado “táxi lotação”, cada um pagou o preço da passagem local de R$ 1,70 POR PESSOA nem acreditei, porque era bem longe a UFOP aí pensei comigo, “Esse táxi vai dar uns R$ 20,00 para cada um!”, mas não. AINDA BEM! Adorei o tal táxi lotação.


Na volta passeamos para conhecer um pouco da cidade, que é maravilhosa principalmente para estudantes de História. É uma cidade muito receptiva. Andamos tanto que nossas pernas ficaram doloridas, mas foi tudo muito divertido e bem produtivo. Cada lugar da cidade tem uma história interessantíssima.


Chega o dia de minha apresentação juntamente com meus colegas: Filipe Batalha e Juliana Teixeira. Fiquei muito ansiosa, pois nunca havia apresentado nada fora de meu ambiente de sala de aula na faculdade. Nosso trabalho era fazer uma análise crítica do filme Edifício Master do cineasta Eduardo Coutinho e fazer uma dinâmica com os que estavam presentes. Bom, o que aconteceu com a marinheira de primeira viagem? Nossa apresentação bonitinha em power point não rodou no bendito aparelho. Fiquei mais nervosa ainda. Então Juliana e Ana, nossos anjos da guarda, começaram uma dinâmica em relação a uma cena do documentário, a da Alessandra, que vocês já devem ter lido na coluna de domingo (Drops Cultural). E nesse contexto de quase desmaio meu outros dois anjos, Vinícius e Yone conseguiram fazer um milagre e NOSSA APRESENTAÇÃO ESTAVA SALVA. Aí sim, começamos a mostrar nossa pesquisa e foi bem interessante falar para pessoas que nunca havia falado. Fiquei tranqüila depois que comecei a falar e tive um ótimo companheiro Filipe. Nós conseguimos depois de tanta luta mostrar aquilo no qual nos preparamos para fazer. Acho que essa situação foi um batizado, sabe um trote para calouros?!
No final tudo deu certo, graças a Deus. Acho que o ENEARTE/2010 foi uma experiência que todo aluno deveria passar. É muito gratificante ver todo o seu trabalho exposto num evento tão importante e para mim mais importante ainda por ser o primeiro evento que participei.
Após nossa apresentação, demos uma entrevista para a TV Inconfidentes . E depois fomos fazer mais visitas a museus e outras partes da cidade, mais sobe e desce! À noite, fizemos uma comemoração, afinal ninguém é de ferro e precisávamos relaxar depois de tantas emoções.Veja abaixo os participantes dessa grande aventura.

Conheca os marinheiros a bordo do ENEARTE 2010!!!!


1. Sorriso no rosto e carisma contagiante.
Yone Ramos, teologa e historiadora, dona de uma gargalhada maravilhosa, que mesmo que você não esteja com vontade de rir não tem jeito você vai rir. 
2. Personalidade e inteligencia
Vinícius ELFO Renno, estudante de Letras da UFV, dono de personalidade extremamente forte, inteligente e divertido. Revela-se quando canta. 
3. Amizade a toda prova
Filipe Batalha, meu companheiro no curso de Historia na USS- Vassouras, um amigo que conquistei para a vida toda, é amigo em todas as horas. 

4. Docura e travessura
Juliana Teixeria, tambem companheira de meu curso de Historia da USS e professora, dona de uma alegria que espalha por onde passa.

5. Carinho e cuidado
Ana Maria Dietrich, professora da UFABC e da USS, uma pessoa extremamente sentimentos, tudo dela é ao extremo inclusive o carinho que tem por todos nós.

6. Aquela que vos escreve
E eu, Talita Araujo, tambem estudante de Historia da USS, que só tenho a agradecer a companhia de cada um de vocês, juntos nas alegrias e nas horas difíceis. Vou levar esta experiência para o resto da minha vida.

AMIGO
Significado segundo o Dicionário Aurélio
Que é ligado a outrem por laços de amizade: pessoa amiga; animal amigo.
Em que há amizade; amical, amistoso: abraço amigo;
Simpático, acolhedor: anfitrião amigo; casa amiga. 
Que ampara ou defende; protetor:
Diz-se dos países que mantêm relações amistosas ou são aliados:
Benigno, propício.

E É ASSIM QUE SE RESUME NOSSA EQUIPE!!!!!!!!!!

Assista a reportagem TV Inconfidence clicando aqui

Talita Barbosa Gomes de Araújo é estudante de graduação do curso de História da Universidade Severino Sombra em Vassouras e editora-assistente da Contemporâneos - Revista de Artes e Humanidades.
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Especial XIV Enearte - Arte, pedra sabão e Eduardo Coutinho




          O XIV ENEARTE, evento realizado em Setembro de 2010 na cidade de Ouro Preto - MG, permitiu-me ter minha primeira experiência em atividades acadêmicas como oficineiro de um evento. Participei desse ENEARTE, ministrando a palestra Apresentação do documentário e crítica cinematográfica do filme Edifício Master (2002). Acompanhado de análise crítica, esse trabalho foi desenvolvido para a nossa Revista Contemporartes, realizado não só por mim, mas também por Talita Araújo e Juliana Teixeira, minhas colegas de graduação no curso de História da Universidade Severino Sombra (Vassouras - RJ), e também pela Profa Dra. Ana Maria Dietrich, que nos ajudou muitíssimo para que participássemos deste evento.


                             3o. dia de oficina - talita e felipe apresentam trecho do filme de Eduardo Coutinho

 Juliana Teixeira apresenta dinamica - Verdade ou Mentira
                                                     
          Nossa equipe para esse evento foi composta por Ana Maria Dietrich (editora chefe da Contemporâneos e Coordenadora da Contemporartes), Vinícius Rennó (também Coordenador da Contemporartes), Yone Ramos, Maristella Cota Paiva, Talita Araújo, Juliana Teixeira, e por mim Filipe Batalha de Oliveira.




          O ENEARTE pode ser considerado não apenas como um evento cultural regional ou nacional, mais sim internacional, já que estudantes universitários, professores, e pesquisadores, vieram de diversos países para participarem dos projetos envolvidos. Nossa equipe da Contemporartes realizou apresentações nos dias 20, 21 e 22, contando com toda a habilidade, confiança, segurança e experiência da nossa chefe Ana Maria Dietrich, com todo o talento de Maristella Cota Paiva, Vinícius Rennó e Yone Ramos, e com toda a coragem da Talita, Juliana e minha também, visto que eramos novatos.
          Essa viagem foi importante não apenas para divulgarmos nossas revistas e nossos trabalhos. Mas também para nos conhecermos melhor, nos entrosarmos ainda mais, e para aumentarmos nosso campo cultural através das maravilhas da cidade de Ouro Preto, como por exemplo, os museus, igrejas, feiras, entre outros pontos turísticos, que são repletos de informações e belezas que só fazem encantar a todos que por lá passam. Realmente, Ouro Preto é uma cidade linda e inesquecível.




          Após termos cumprido com nossas tarefas no ENEARTE, aproveitamos para conhecermos as belezas da cidade. Sua incrível arquitetura, seus pontos turísticos, seus comércios, enfim, coisas fantásticas que só pode, só consegue entender quem realmente vai a Ouro Preto.

               Nossa equipe também foi convidada a dar uma entrevista para TV local, e claro que aceitamos o convite. Uma das coisas que também me deixou feliz, foi o fato da divulgação das nossas revistas terem dado certo, e um dos motivos desse sucesso, foi nossa camisa com nossos endereços eletrônicos e com o rosto da maravilhosa Elizabeth Taylor estampado no peito, o que chamou muito a atenção das pessoas nas ruas. 


          E para concluir, destaco que fiquei extremamente feliz em conhecer pessoas maravilhosas como Yone e Vinícius, e por ter tido a oportunidade de conviver mais tempo com Ana. Também só tenho a agradecer as meninas da república Beijinho Doce, que nos hospedaram com a maior alegria e confiança durante os dias que passamos na cidade. Lembrarei-me para sempre de Ouro Preto, dessa viagem e dessas pessoas.


Filipe Batalha é estudante de graduação do curso de História da Universidade Severino Sombra e editor-assistente da Contemporâneos - Revista de Artes e Humanidades. Excepcionalmente assina hoje o Bar Contemporartes.
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Especial XIV ENEArte - De que é feito um Sarau




"Como fazer um sarau?" Essa foi a pergunta que me fiz quando a Ana Dietrich me pediu para organizar um no primeiro dia de nossa mostra interativa 14 X Artes (20.9). Eu já havia participado de vários saraus antes, mas nunca tive que "montar" um deles. Por isso procurei responder essa questão através de outra pergunta ainda mais básica: "O que é um Sarau?"



Segundo a Wikipédia,
Um sarau (do latim seranus, através do galego serao) é um evento cultural ou musical realizado geralmente em casa particular onde as pessoas se encontram para se expressarem ou se manifestarem artisticamente. Um sarau pode envolver dança, poesia, leitura de livros, música acústica e também outras formas de arte como pintura e teatro. Evento bastante comum no século XIX que vem sendo redescoberto por seu caráter de inovação, descontração e satisfação. Consiste em uma reunião festiva que ocorre à tarde ou no início da noite, apresentando concertos musicais, serestas, cantos e apresentações solo, demonstrações, interpretações ou performances artísticas e literárias. Vem ganhando vulto por meio das promoções dos grêmios estudantis e escolas.

Pesquisando mais afundo, descobri no site Ybytu-Catu que...
O que é mais importante sobre o sarau, antes da decoração, dos aperitivos e coisas tais é o que ele pretende promover. Seria interessante saber o que você deseja com seu sarau.


Para alcançar isso há uma série de coisas que podem ser feitas. A decoração pode ter alguns elementos que estimulem a criatividade como desenhos ou pinturas: das mais abstratas às mais concretas e até desenhos com o mínimo valor artístico. Dessa forma, é possível que todos os presentes sintam o estímulo de produzir, independente das suas habilidades técnicas.

A intenção inicial era apresentar uma seleção de poesias de diversos autores que já foram publicadas aqui na Revista. Além de "despertar o artista que existe em todos os presentes para podermos nos alegrar com essa grande riqueza", como sugere o mesmo site.

Bem, infelizmente não tínhamos tempo nem condições para decorar o local adequadamente. Entretanto nos servimos do que havia disponível: um datashow projetando imagens aleatórias relacionadas com as poesias, banners com textos da Revista e pessoas.

Sim, pessoas. Sem estas não haveria sarau algum. É de pessoas e para pessoas que um sarau é feito. Portanto, todos os que estavam ali presentes participaram ativamente na construção do nosso singelo sarau de poemas e contos. Seja recitando o que levamos ou apresentando alguma produção pessoal. E aqui fica meu profundo agradecimento a todos que contribuiram de alguma forma.



Quem não foi perdeu um delicioso momento. Entretanto, mesmo não sendo a mesma coisa, ainda podem apreciar os Poemas que recitamos no ENEArte (clique aqui) e a canção que cantei, em sua versão original na voz de Yusuf Islam:

The Wind

I listen to the wind
to the wind of my soul
Where I'll end up well I think,
only God really knows
I've sat upon the setting sun
But never, never never never
I never wanted water once
No, never, never, never

I listen to my words but
they fall far below
I let my music take me where
my heart wants to go
I swam upon the devil's lake
But never, never never never
I'll never make the same mistake
No, never, never, never
...O Vento

Eu escuto o vento
Ao vento da minha alma
Onde eu terminarei bem eu acho,
somente o Deus sabe realmente
Eu sentei-me em cima do sol poente
Mas nunca, nunca nunca nunca
Eu nunca quis água uma vez
Não, nunca, nunca, nunca

Eu escuto minhas palavras, mas
Elas caem muito abaixo
Eu deixei minha música me levar onde
Meu coração quer ir
Eu nadei uma vez no lago do diabo
Mas nunca, nunca nunca nunca
Eu nunca farei o mesmo erro
Não, nunca, nunca, nunca


Música, poesias, imagens e pessoas. É disso que nosso sarau foi feito.


Vinícius "Elfo" Rennó é graduando em Letras pela UFV. Gosta de cozer bem o que escreve. Basicamente, trata-se de um leitor glutão, amante de cinema e viciado em música. Atualmente é membro do corpo editorial da Contemporâneos – Revista de Artes e Humanidades e, juntamente com a Prof. Dr. Ana Maria Dietrich, coordena a ContemporARTES – Revista de difusão cultural. Excepcionalmente hoje assina essa coluna.
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Especial XIV ENEARTE - Exposição 14 X Arte - saiba como foi...



No segundo dia de especial XIV Enearte,  falaremos da Mostra Científica Interativa 14 X Arte - Contemporartes no XIV Enearte - Ouro Preto 2010. A mostra aconteceu em 20, 21 e 22 de setembro no Centro de Convenções da Universidade Federal de Ouro Preto e teve a presença de colunistas e editores-assistentes da revista Yone Ramos, Talita Araujo, Juliana Teixeira e dos coordenadores Ana Maria Dietrich e Vinicius Rennó. A jornalista Maristella Paiva, diretora do radiodocumentário Sintonia do Silêncio  também compareceu nas oficinas como convidada da revista.

            Entre os oficineiros estavam estudantes de arte de diferentes estados do Brasil que participaram das diferentes atividades apresentadas. No ENEARTE, segundo a organização, estavam inscritos mais de 1000 estudantes.

            A equipe ficou hospedada na República Beijinho Doce, uma república feminina de gentis estudantes da UFOP e puderam compartilhar mais de perto da rotina dos moradores da cidade. A república é localizada em uma área central da cidade, ao lado da Igreja do Pilar.

            
         
              Segundo o blog do evento:

"Qualquer amor é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura" Assim escreveu Guimarães Rosa, e todos os amores requerem encontros. O XIV ENEARTE é este lugar de encontro. Encontro de linguagens, encontro de artes, de estados, sotaques, encontro de emoções, reflexões, e principalmente encontro de seres humanos. Por este motivo, convoco todos à uma reflexão sobre este encontro. VISUALIZEM : mais de mil pessoas no mesmo lugar pensando, discutindo e produzindo arte, mil pessoas que serão os futuros geradores de cultura e educação no Brasil. O que temos ? Um vulcão ainda manso, mas que bem aquecido pode entrar em erupção".


           A equipe mostrou uma exposição de banners de 2X2m com os melhores textos publicados nas colunas da revista em 14 formas de arte/ difusão artística que são: dicas culturais, humanidades, cinema, teatro, crítica humanística, poemas, crônicas, palavras do autor, contos, análise literária, música, fotografia, artes plásticas, bibliofagia. A ideia foi mostrar que a arte em sua diversidade pode abranger mais de um milhão de formas diferentes de expressão, 14 foi apenas um número simbólico escolhido em homenagem à edição do ENEARTE.

           A mostra teve também: saraus literários, mostras de filmes, radiodocumentários e debates sobre temas da humanidades. A Mostra teve apoio institucional da Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do ABC que elaborou a diagramação dos banners e os imprimiu. O artista autor das camisetas e folders foi o contemporâneo Felipe Menecucci.
     

MOSTRA CIENTÍFICA INTERATIVA - 14X  ARTE - Contemporartes no XIV Enearte - Ouro Preto -2010
Local: Centro de Convenções

1º Dia - 20.9 - 9h às 12h –
No Auditório Centro de Convenções, houve a apresentação da Contemporartes - Revista de Difusão Cultural e explanação de quem eram os colunistas e a proposta de suas colunas. Em seguida,  Vinicius Rennó e Yone Ramos coordenaram um descontraído sarau de poemas / contos / crônicas e todos os presentes foram convidados a declamar.







 

A tarde, a equipe foi ao Cine Vila Rica, localizado no Centro da bela Ouro Preto. Lá a Profa. Dra. Ana Maria Dietrich fez a palestra Arte, transgressão e Nazismo. Foi exibido um trecho do filme Arquitetura da Destruição. Em seguida, fomos convidados para um lanche pela organização do evento.

2º Dia - 21.9 | 9h às 12h
A manhã se iniciou com a palestra Arte no Muro de Berlim – debate comandado pela Profa. Dra. Ana Maria Dietrich.

Logo em seguida, houve uma atividade interativa na qual os participantes da oficina analisaram de maneira livre, diversas pinturas / inscrições e grafites do antigo Muro de Berlim.

Por fim, Yone Ramos e Vinicius Rennó continuaram a explicação sobre a proposta da revista, das colunas e dos colunistas - enfatizando as artes visuais presentes na revista - fotografia e artes plásticas.

3º Dia | 22.9 | 9h às 12h



Com a chegada dos contemporâneos da Universidade Severino Sombra, Talita Araújo, Filipe Batalha e Juliana Teixeira, a equipe ficou completa para o terceiro dia de oficina.
A manhã foi dividida em duas partes. Primeiramente, Maristella Paiva Cota fez  a apresentação do radiodocumentário Sintonia do Silêncio (direção Maristella Paiva Cota e Ana Paula Nunes), privilegiando os aspectos da produção do documentário.

Em seguida, fazendo um diálogo com a coluna Faz bem assistir Eduardo Coutinho publicada na Contemporartes e de autoria da Profa. Dra. Katia Peixoto, os estudantes de história da Universidade Severino Sombra, Talita e Filipe, fizeram a  apresentação e crítica do filme Edifício Master (2002) de Eduardo Coutinho.


Juliana fez uma dinâmica de grupo baseada no depoimento de Alessandra de Edíficio Master, questionando o que é verdade e o que é mentira no meio artístico e na sociedade e mostrando os limites tênues entre uma e outra.



Nesse mesmo dia, a repórter Maristella Paiva da TV Inconfidence entrevistou a equipe sobre a participação no Enearte.

                Além das atividades formais, a equipe também conheceu os museus e igrejas de Ouro Petro, provou da deliciosa comida mineira e teve a oportunidade de interagir com outros artistas-escritores-estudantes que estavam na   cidade. Agora, temos a ideia que a exposição siga de maneira itinerante para outros pontos do Brasil.

Ana Maria Dietrich, historiadora e profa. da UFABC, é coordenadora junto a Vinicius Rennó da Contemporartes - Revista de Difusão Cultural. contemporartes@gmail.com. Hoje excepcionalmente escreve o Drops Cultural em virtude do Especial Enearte.
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