ARMAZEN


Nesta edição, fazemos uma prévia do livro ArmaZen, do poeta Edu Hoffmann, para quem não teve o prazer de comparecer ao seu lançamento, ocorrido na semana passada. Para melhor conhecer seu conteúdo, vejamos o que diz a introdução, nas palavras de José Oliva, e logo abaixo, alguns poemas e ilustrações, apenas como aperitivo.

Prepare-se para o que vai ler agora. Olhos atentos a cada página. Melhor procurar uma posição confortável, respiração fluindo serena, de forma que possa experimentar um leve e imperturbável controle dos movimentos. Porque é inevitável. Somos assaltados por sentimentos sutis que levitam entre as linhas e entrelinhas desta ou deste Armazen. Deliciosamente seqüestrados pelos delicados prazeres do arrebatamento. Procure observar: as palavras, colocadas juntas, nos encantam pelo sentido que acreditamos dar. E quando vamos rever, nos surpreendem com outro sentido que não tínhamos percebido, ainda assim, nos enlevam outra vez.

Não leve apenas como se tratasse de um poeta que finge tão completamente. Acho que Edu Hoffmann é um prestidigitador. Tem essa habilidade de combinar as letras e entorná-las sobre o branco das folhas nos fazendo ver sair voando uma gaivota. De repente nós é que nos sentimos como se lendo um mestre oriental. Ou abrindo uma concha de cada vez para nos maravilhar com a nova pérola. Pura magia, ilusionismo. Esse é o dom. Ele faz origamis com emoção. Pronto. Deu o terceiro sinal. Vire a página que o show vai começar. É imperdível. (José Oliva*)

* Publicitário, autor das Caixinhas de Atitudes e grato pelo privilégio de também compor melodias com letras de Edu Hoffmann.




















































                                                                       
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Izabel Liviski é fotógrafa e professora, doutoranda em Sociologia pela UFPR.  Edita a coluna INCONTROS desde 2010, e é atualmente também co-editora da revista.




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Centro de Arte Contemporânea em Niterói -- José Ervem Magalhães


O Centro de Arte Contemporânea do artista plástico José Ervem Magalhães, desde outubro de 2014 é a nova programação Cult do Rio de Janeiro. Localizado em Pendotiba em Niterói, a casa de aproximadamente 400m², está sendo aberta ao público em horário comercial e foi toda projetada para abrigar as obras de arte e o acervo do artista.


A metamorfose do mito

A idealização do projeto visa difundir e propagar o desenvolvimento artístico nacional, permitindo um maior contato do público com a Arte Contemporânea, além de promover eventos culturais e exposições de obras de arte.

A estética do Pão de Acúcar


                              
Ganhador do prêmio artista Del Milênio em Roma Itália em 2005, José Ervem, reunirá em seu ateliê várias expressões artísticas de diferentes momentos de sua trajetória artística. Segundo o crítico de arte italiano, Giorgio Tellan, a obra do artista sugere algumas características pós-Cubistas passando pela decomposição e agregamento das formas, sugerindo algo subjetivo entre as formas abstratas e a exigência do formato dos objetos. O crítico de arte italiano destaca também que a obra de Ervem prima pela versatilidade em compor as cores.


Banda



 - "Característica singular e vibrante de algumas das suas obras é a vibração cromática”. Sua evolução estética, em suas pinturas acrílicas sobre tela, busca toda a representatividade das cores vibrantes em tons luminosos nas linhas e traços e que formam a realidade visual.

Substância da Paisagem


                                 
Sua impressão estética provoca, no olhar do expectador, uma gama de combinação de cores, que alterna pigmentos sublimes, tons fortes e pontos de luz.

O artista plástico, expressa em suas obras, a amplitude da visão contemporânea, nos movimentos de cores, traços e sombras em precisas pinceladas.

Endereço: Estrada Caetano Monteiro 2380 Tel.: 3492-3359
Niterói - RJ



Jocelma Holandino de Vasconcelos cursa  Comunicação Social, habilitação Jornalismo,   Faculdades de Comunicação Social Hélio Alonso - FACHA e é estagiária de Assessoria de Imprensa na empresa Artes Plástica - José Ervem Magalhães.
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O filme "Casa Grande" de Fellipe Barbosa mostra que ainda somos os mesmos



O livro Casa-Grande & Senzala de Gilberto Freyre, 1933 já tratou a correlação existente entre pessoas de universos distintos e extremos que habitam o mesmo espaço de moradia. Destacou principalmente a importância desse fator na formação social e politica do Brasil. 

A descoberta do amor e da sexualidade perpassa pela intimidade 
Se analisarmos do ponto de vista  da miscigenação entre brancos e negros e seus estratos sociais do Brasil Colônia, o universo geograficamente separado dentro da moradia não é empecilho para que se estabeleça relacionamentos mais íntimos entre pessoas que habitam esses mundos distintos. O filme “Casa Grande”, de Fellipe Barbosa (2015), que estreou dia 16 de abril em São Paulo e ainda está em cartaz nos cines do Brasil, retrata um pouco essa nossa herança histórica impressa na sociedade contemporânea.
As prisões ainda continuam as mesmas 
O filme conta a história de um adolescente, Jean (Thales Cavalcanti), estudante do Colégio São Bento no Rio de Janeiro. Em vias de prestar vestibular, vive uma conturbada relação com seus pais no momento em que se insere no mundo dos adultos.
A família de Jean está passando por graves problemas financeiros e se vê obrigada a diminuir o padrão de vida. No estopim da crise, o menino começa a viver mais perto da realidade de outras classes sociais por ser obrigado a mudar seus hábitos diários como, por exemplo, deixar o chofer e passar a ir de ônibus ao colégio.
As escolas reproduzem, fortalecem e conservam os estratos sociais estagnados 
É um filme sobre a vida de um adolescente da classe média carioca sem grandes surpresas. No entanto o que mais impressiona é ver a persistência dos padrões sociais escravocratas em nosso país, que se reflete na resistência da classe média em aceitar a mudança deste paradigma que já se mostrou gasto e ineficiente no decorrer da nossa história.


Não é possível se esconder em uma redoma de vidro e muito menos livrar os filhos da classe média de sofrerem o ônus de viverem em um país como o Brasil, com problemas graves de moradia, politica social ineficiente, escolas públicas ruins, poder paralelo ditando leis, políticos corruptos, enfim, toda gama de sofrimento oriundo de muitos séculos de conservadorismo das classes dominantes. Não tem como separar a casa grande da senzala como alguns querem. Somos miscigenados, somos a mistura disso tudo, somos o confronto das diferenças e a dor da extrema desigualdade social. É assim que o filme grita e coloca Jean, o protagonista de “Casa Grande”, no meio desse conflito para repensar o apartheid que vive o Brasil desde a colônia até os dias de hoje. Ótimo filme.. Vale a pena conferir!


Kátia Peixoto é doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. Mestre em Cinema pela ECA - USP onde realizou pesquisas em cinema italiano principalmente em Federico Fellini nas manifestações teatrais, clowns e mambembe de alguns de seus filmes. Fotógrafa por 6 anos do Jornal Argumento. Formada em piano e dança pelo Conservatório musical Villa Lobos. Atualmente leciona no Curso Superior de de Música da FAC-FITO e na UNIP nos Cursos de Comunicação e é integrante do grupo Adriana Rodrigues de Dança Flamenca sob a direção de Antônio Benega.
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