
uma dúvida
de alma
une-se ao corpo
respirando pelos poros
exalando solidão
de alma
une-se ao corpo
respirando pelos poros
exalando solidão
é tarde
é noite
onde é exatidão?
em que sombras
do meu rumo
escondem-se certezas
fazendo da angústia
meu campo de visão?
eis-me o vento
eis-me a vida
que o silêncio anuncia,
eis-me a vida
que o silêncio anuncia,
o poema me ocupa o dia.
Zhô Bertholini
Esquina dos dias
Tudo é incerto

na esquina dos dias.
Nada resta, nada é resto.
É vital cada poema
que recolho nas calçadas do tempo.
Pretérito obedece à forma,
cada palavra exata certeza.
E com meu direito a delírios
capto o oculto, o não visto.
O futuro dá pistas
nenhuma garantia
de sucessos ou fracassos,
de carícias ou caos.
Só o poema presente
é lucro líquido e certo.
Amanhã talvez
não haja outro poema.
Jurema Barreto de Souza

Zhô Bertholini e Jurema Barreto de Souza, entre tantas denominações profissionais e artísticas, são editores da revista A Cigarra e do Zine Os Cigarristas.
2 comentários:
Bem-vindos Jurema e Zho.
7 de setembro de 2009 às 11:59Vocês são dois nomes importantes da poesia de Santo André.
É uma honra ter uma publicação de vocês aqui!
Abraços
Francisco
Muito belos os textos.
7 de setembro de 2009 às 16:16JH.
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