Aparição com poesia
Coluna
...palavras on the rocks, bacos e apolos, poetas e prosadores, anjos e demônios fazem encontros marcados para essa conversa de bar virtual. Sempre às 3a. feiras no ContemporARTES
A poesia é a arte da palavra, dizem. E a palavra "poesia" é proferida quase sempre com uma conotação do belo e do sublime, usamo-a quando queremos dizer que ficamos tocados ou sensibilizados com o que vimos. Logo, poesia é uma palavra boa, é do bem.
Já a palavra "poeta" tem significados distintos, muito além do mero fazedor de versos, ela tanto pode ser usada para elogiar como para

Apesar de ouvirmos com bastante frequência os termos "nova poesia" ou "novissíma poesia" – esta, irmã caçula da primeira - geralmente atribuido a grupos de vanguarda poética, sabemos que poesia é uma arte antiga, talvez tão antiga como a a dança ou a música, dum tempo em que o homem nem sabia escrever ainda. Em suma, a poesia deve ser mesmo uma coisa boa! Digo isto porque o homem soube preservá-la até hoje, muito embora. Ela é talvez a mais precária das artes, uma arte que não mantém-se por si mesma, depende dos poetas para sobreviver. Em suma, a poesia deve ser mesmo uma coisa boa! Digo isto porque o homem soube preservá-la até hoje, muito embora seja ela talvez, a mais precária dentre as artes, aquela que não mantém-se por si mesma e depende dos poetas para sobreviver.
Escrever poesia parece fácil mas não o é. Em tese, qualquer pessoa alfabetizada pode, com auxílio de um lápis e de um guardanapo, redigir algo e declará-lo como poema, daí em diante, contrariá-la ficaria difícil. Escrever poemas parece ser o caminho mais fácil de alguém tornar-se artista, talvez por isto é uma atividade tão tentadora.
Quem sou eu? Tenho já muitas respostas sobre esta pergunta, que não me satistazem porque ainda me procuro. Quero crer que sou feito do mesmo barro com o que são feitos os poetas, pois desde cedo senti a influência da poesia em minhas leituras do mundo, soube que era rara, daí quis um dia ter palavras para descrevê-la. Tenho comigo que o processo do nascimento de um poema começa na leitura de nossos próprios espantos. Uma emoção que necessite de um processamento para se conseguir alcançar a elaboração de algo que era antes apenas uma percepção difusa, sensorial. Dessa forma, a tarefa de quem escreve o poema seria “traduzir” este sentimento ao mundo, revelá-lo ou dar-lhe entendimento comum. Mas ainda assim, o poema necessita de um leitor para completar-se. É no leitor que a poesia acontece, isto se ela conseguir tocá-lo. Pois, como qualquer arte, se a poesia não conseguir tocar, ela dança!
Um poema:
EX-CRAVO, ESCREVO...
A musa quando me usa
Me ativa como cativo,
Um serviçal obtuso,
Um apaixonado de ofício.
Eu me dôo todo por ela,
A bela que me escraviza.
Eu me dôo todo à ela,
Tentando mostrar serviço.
Mas sei que sempre me esnoba
E me rouba a alma e o viço.
Me deixa pedindo esmolas,
Me imola num sacrifício...
Altair de Oliveira - In: "O Lento Alento".
Foto de Giba sobre trabalho de areia da escultora santista Cristiana Oliveira
Altair de Oliveira nasceu em Panorama-SP em 1961. Foi criado no noroeste paranaense (Xambrê) onde estudou, escreveu seus primeiros versos e trabalhou na lavoura até os 17 anos. Em seguida, mudou-se para o centro-oeste onde permaneceu por 10 anos (Dourados e Campo Grande, Cuiabá, Goiânia e Brasília). Fez suas primeiras publicações, (Fases, 1982 e Curtaversagem ou Vice-Versos, 1988) e freqüentou o curso de direito até o sétimo semestre. Em 1988 mudou-se para Curitiba-PR onde trabalha como técnico em telecomunicações. Morou em várias cidades do Brasil e também no exterior (Minas, RS, SC e SP - Alemanha, Venezuela, EUA, Nicarágua e Bolivia). Publicou seu terceiro livro de poemas O Embebedário Diverso em 1996, com uma segunda tiragem em 2003. Escreveu alguns contos esparsos e resenhas literárias, publicados em antologias e diversos jornais do país. Publicado no ano passado, O Lento Alento é o quarto livro de poemas do autor e reúne seus escritos de 1996 a 2008 e celebra 30 anos da militância do autor na poesia independente.
altairolivei@gmail.com
27 comentários:
Amei esta coluna. Conteúdo, formato e poética.
8 de setembro de 2009 às 14:27Que mais para um início de semana? Nada, só relê-la.
Bela coluna mesmo...
8 de setembro de 2009 às 14:52Poética até a medula!
Francisco
Querido Amigo....
8 de setembro de 2009 às 15:03Como tudo teu que li até hoje, gostei muito e estou muito feliz por ti, por teu trabalho e por estar em contato com estas maravilhas que tu escreves...............Bjs
Altair é um poeta "neológico" de talento artístico inato. Sua arte é apreciada não somente por amantes da boa poesia como também aos leigos e desavisados. Parabéns pelo sucesso!
8 de setembro de 2009 às 17:13Júnia Esteves
Pesquisadora e escritora
OLA MEU AMIGO ALTAIR ADOREI A COLUNA.
8 de setembro de 2009 às 17:52SOU AMANTE DA POESIA, POR ISSO PARABÉMS
E MUITO SUCESSO A VOCE....
MUITO SUCESSO!
ABRAÇO FRATERNO
Nada melhor que uma bela poesia pra alimentar a alma e começar bem a semana... Congratulações à musa que atormenta todos nós!
8 de setembro de 2009 às 19:29Altair... você é um poeta guerreiro de talento... não só tem talento com as palavras, mas também com articulações bem vistas na Bienal do Livro em Curitiba onde arrebanhou vários poetas... parabéns Ser Poético!!!
8 de setembro de 2009 às 20:43Mario Auvim
Nossa Altair Amei!!! Parabéns...Li uma frase q diz assim: Lutar pelo q nós queremos é algo inexplicável e conquistar aquilo q lutamos é brilhante...Vc é bem mais q um vencedor, mais q um exemplo e sua luz brilha intensa como o sol. Vc é um Poeta Estrela! Abraço!!!
8 de setembro de 2009 às 21:12Lenir Fogaça
Altair ficou lindo gosto da maneira como se expresa parabens querido amigo susseso senpre bjos Eudalia....
8 de setembro de 2009 às 22:02Muito boa matéria, Altair. Expressou muito bem essa dificil "tarefa" de traduzir o intraduzível. Você é bom nisso. E está ficando bom também em recitar poemas... gostei de ver você lá no Bardo Tatára recitando "Estela" e aquela dos Heróis .
8 de setembro de 2009 às 22:04Parabéns pela coluna e um beijo
Marilda Confortin
Altair,
9 de setembro de 2009 às 01:56com certeza a poesia é uma coisa boa!
Você sem dúvidas a mantem.
A sua poesia é eterna e você um verdadeiro mantenedor desta arte milenar que me ensina amar. Amar sem dor. Amar com calor.
Muito obrigada por existir.
Beijos e abraços da Crissssssssss
Altair, parabéns pela coluna tão bem escrita!
9 de setembro de 2009 às 03:45Você que transmite os sentimentos humanos através da poesia, brincando com as palavras de maneira tão gostosa, digo que aqui você acaba de completar sua arte!
lya toledo
Coluna muito boa. Adorei o poema.
9 de setembro de 2009 às 10:02deixando um abraço ao meu amigo e poeta Altair!
9 de setembro de 2009 às 15:54valeu, irmão!
Antoniel Campos
Querido amigo Altair, adorei. Vc sabe que te desejo muitos sucessos. Segue na tua escrita abrindo teu coração, para que nós, teus eleitoras possamos cada vez mais ter boas leituras poéticas.
9 de setembro de 2009 às 23:15Beijos no teu coração!!!
Otilia
Aonde se lê (eleitoras), lê-se Eleitores.
9 de setembro de 2009 às 23:18Obrigada.
Querido amigo poeta cada vez mais chiquérrimo!!!
10 de setembro de 2009 às 07:27Parabéns, está tudo lindo.
Uma dúvida me persegue:
você, tendo morado em Cuiabá, será que não conheceu o meu primo querido e artista plástico Carlos Cabral, de Aquidauana? Aí, o círculo iria se fechar... Hehehehe... Beijos!!!!
Altair,
10 de setembro de 2009 às 11:02Sim, tenho certeza que vc é feito do barro dos poetas, é feito do barro da sensibilidade e percepção do âmago das coisas, e sabe colocá-las em palavras com maestria. Só não concordo com uma frase deste belo texto que escreveu:"Escrever poemas parece ser o caminho mais fácil de alguém tornar-se artista, talvez por isto é uma atividade tão tentadora."
Sempre considerei muito difícil escrever poesia, e olhe que falo como artista que sabe se expressar pela escultura, e não sabe fazê-lo pela poesia...
Beijão, sucesso sempre!
Márcia Píramo
Querido poeta Altair!
10 de setembro de 2009 às 21:34Adorei e copiei uma poesia que acho linda, Ex Cravo, escrevo... Fiquei sabendo também algumas coisas de sua vida que eu não conhecia!!
Parabéns!! Amei! Ivone
Poeta e amigo Altair,
11 de setembro de 2009 às 00:16Tu tens muito o que nos dizer, teu olhar traduz o simples e o faz grandioso... Adoro tuas poesias.
Parabéns pela coluna.
Arlete Bistocchi
Belo texto, Altair.Extrair das palavras sentimento, emoção, e vida é um dom sublime para poucos. E você o faz tão bem!
12 de setembro de 2009 às 12:25JOSÉ SARAMAGO:-"Quem de palavras tem experiência sabe que delas se deve esperar tudo."
Beijo .Dalvíssima (contar).
Que escultura bonita, parece uma deusa africana!
12 de setembro de 2009 às 14:58Parabéns pela coluna, Poeta!
12 de setembro de 2009 às 22:52Adoro qdo escreve sobre poesia!
grande beijo, e sucessos mil pra vc...
Ao poeta Altair: gosto muito de seus poemas... vc fala com a alma. Beijos.
13 de setembro de 2009 às 15:43Altair,
15 de setembro de 2009 às 09:19Em prosa e verso!!!
Parabéns!!!
Beijso ternurentos
Clau Assi
Belo poema com características medievais (servidão amorosa). Muito obrigada por fazer da palavra um presente para o leitor.
26 de setembro de 2009 às 18:51Beijos no coração:
Ana Rita.
Altair, parabens!!!!
1 de outubro de 2009 às 20:05Seu sucesso nao tem mais freio. Vejo que o universo das palavras esta feliz. Porque com voce elas sairao pelo espaco de nosso encantamento e deixarao astros que recitaremos, que leremos e lembraremos com felicidade a oportunidade de ter conhecido seu criador, voce!!!!!
Adorei a coluna e o assunto . Sinto-me tocada e feliz por isso.
Abracos.
Eloisa Galvao.
Postar um comentário
Seja educado. Comentários de teor ofensivo serão deletados.