segunda-feira, 7 de setembro de 2009

dissimulação

uma dúvida
de alma
une-se ao corpo
respirando pelos poros
exalando solidão


é tarde
é noite
onde é exatidão?


em que sombras
do meu rumo
escondem-se certezas
fazendo da angústia
meu campo de visão?


eis-me o vento
eis-me a vida
que o silêncio anuncia,


o poema me ocupa o dia.


Zhô Bertholini



Esquina dos dias


Tudo é incerto
na esquina dos dias.
Nada resta, nada é resto.
É vital cada poema
que recolho nas calçadas do tempo.
Pretérito obedece à forma,
cada palavra exata certeza.
E com meu direito a delírios
capto o oculto, o não visto.
O futuro dá pistas
nenhuma garantia
de sucessos ou fracassos,
de carícias ou caos.
Só o poema presente
é lucro líquido e certo.
Amanhã talvez
não haja outro poema.



Jurema Barreto de Souza









Zhô Bertholini e Jurema Barreto de Souza, entre tantas denominações profissionais e artísticas, são editores da revista A Cigarra e do Zine Os Cigarristas.

2 comentários:

Anônimo disse...

Bem-vindos Jurema e Zho.

Vocês são dois nomes importantes da poesia de Santo André.

É uma honra ter uma publicação de vocês aqui!

Abraços

Francisco

7 de setembro de 2009 às 11:59
José Heber de Souza Aguiar disse...

Muito belos os textos.
JH.

7 de setembro de 2009 às 16:16

Postar um comentário

Seja educado. Comentários de teor ofensivo serão deletados.