terça-feira, 20 de outubro de 2009

PERCO A CABEÇA....Estréia da coluna INcontros....


Olá, sou Izabel Liviski, fotógrafa profissional há mais de vinte anos e Mestre em Sociologia na linha de Imagem e Conhecimento pela Universidade Federal do Paraná. Nesta mesma universidade participo do grupo Cecial (Centro de estudos da cultura e imagem da América latina), e do Núcleo de Estudos de Gênero.
Estou inaugurando hoje uma coluna de artes visuais na ContemporARTES. A cada quinze dias pretendo trazer algumas análises nas áreas de fotografia, cinema e artes plásticas ligados a eventos acontecidos principalmente em minha cidade, Curitiba. Espero que vocês gostem, porque eu estou adorando.

Hoje vou falar um pouco sobre a exposição PERCO A CABEÇA de Ana González. Prá começar Ana foi minha colega dos tempos de Colégio Estadual do Paraná, e naquela época já passávamos muitas horas na escolinha de arte, e os finais de semana nos reuníamos, cerca de 30 garotos e garotas no clubinho dos Beatles, que ficava no porão da casa de outra colega. Nossos encontros eram regados a muita música, refrigerantes e salgadinhos... nós na verdade nos considerávamos a vanguarda rebelde do pedaço, mas no fundo éramos adolescentes bem comportados, uma espécie de hippies de fim de semana. O fato é que muitos da nossa geração se tornaram bastante atuantes no mundo das artes e afins.

A Ana González, por exemplo, é uma renomada artista que vem desenvolvendo várias funções no campo artístico. Ela é conhecida por seu consistente percurso como instrutora nos ateliês do Museu da Gravura Cidade de Curitiba, no Solar do Barão, desde 1987. Atualmente, coordena o programa do Edital Bolsa Produção para Artes Visuais, gerenciado pela Fundação Cultural de Curitiba para apoio à pesquisa, exposição e divulgação de artistas locais.

A exposição da Ana ocorreu recentemente na galeria ACASA que iniciou suas atividades em 2008 com a finalidade de criar um espaço para o encontro de jovens colecionadores, admiradores, pesquisadores e artistas de múltiplas linguagens - do graffiti ao vídeo. Esse espaço abriga projetos e parcerias de incentivo à produção e valorização da cultura que procuram repensar o corpo construído na cidade ao refletir as relações de graffiti, arte e cultura. Também prepara oficinas, eventos, debates e palestras, e no ano passado fez o fechamento de suas atividades com uma Feira de Arte. ACASA é coordenada por Valério Cicqueira e Tatiana Alves.


PERCO A CABEÇA se apropria de componentes da lógica comercial e os "desabilita" de suas funções. São slogans de publicidade, meios verbais e visuais que desconstruídos fazem pensar na impossibilidade da escolha, na insaciedade dos desejos.

Segundo a própria artista, “nesta mostra o slogan é descontruido através de valores sensíveis e ideativos, fazendo-nos questionar seu estatuto cartorial de verdade oscilante. Palavras inscritas em embalagens plásticas articulam-se em objetos que lhes conferem nova materialidade e outras possibilidades para sua existência no mundo. Há nesses objetos clara alusão ao corpo, seja através de suas características físicas, seja pela indicação de sua função. Embalagens plásticas, back-ligths, slogans, fragmentos de out-door e intervenção urbana indagam sobre o próprio sentido da fruição, posto que tangenciam o objetual e o conceitual, entre signo e ação.”



Da esquerda para direita, Valério Cicqueira, Didonet Thomaz, Tânia Bloomfield, Ana González, Tatiana Alves e Goto.

Izabel Liviski, Mestre em Sociologia na linha de Imagem e Conhecimento pela UFPR e consultora da Contemporâneos, escreve quinzenalmente às 3as. no ContemporARTES.

amsterdan2001@gmail.com

6 comentários:

Ana Dietrich disse...

Izabel, vc. trouxe pluralidade para o ContemporARTES tanto em termos de contéudo (a área da fotografia era um de nossos calcanhares de áquiles) qto com relação ao recorte espacial... o sul não estava no nosso corpo de colaboradores.

sinta-se bem vinda...

parafraseando caetano, que sejamos o lobo do lobo do homem.

bjs

20 de outubro de 2009 às 16:04
Anônimo disse...

Oi Bel

O que eu mais admiro é a maneira fluida com que você escreve, sem perder a elegância. Dá o recado usando uma linguagem informal sem escorregar naquele "informalismo-sem-cerimônia" e desrespeitoso para com o leitor. Continue representando nossa cidade com essa competência.
Parabéns

20 de outubro de 2009 às 20:08
Anônimo disse...

Parabéns Amiga,

Este espaço tem sua marca: fala de beleza, de Arte e de amizade.
abs.
judit

20 de outubro de 2009 às 21:15
Bárbara Lia disse...

Izabel, parabéns pela coluna e pela poeti/cidade que vai mostrar a nossa cidade.
bjs

21 de outubro de 2009 às 10:57
Anônimo disse...

Oi, Bel! Adorei ler tua coluna, é um privilégio acessar o Nº 1... Um beijão, parabéns!
Bia Kemper

23 de outubro de 2009 às 21:33
João Arthur disse...

Dia!
Deste um toque bem pessoal à coluna em contraste com o que normalmente se comenta das exposições. Assim, sem hermetismo, soa, a meu ver,muito melhor... Allez, inshallah!

7 de novembro de 2009 às 20:40

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