1968 - o ano que não terminou nas lentes do Hair
Prezados internautas,
Hoje é dia de nos aprofundarmos no movimento hippie de 1968, um divisor de águas em termos de revolução de costumes, hábitos, além de uma crítica mordaz a selvageira do capitalismo com grandes consequências na contemporaneidade.
Abaixo, resenha de Larissa Braulio e Talita Medeiros, historiadoras da Universidade Federal de Viçosa.
Ana Maria Dietrich, editora-chefe da Contemporâneos-Revista de Artes e Humanidades, escreve às quartas-feiras quinzenalmente no ContemporARTES. contemporaneosufv@yahoo.com.br
O imaginário Hippie e a Contracultura dos anos 60 – a contribuição de Hair (I Parte)
por Larissa Geórgia Bráulio Moura /Talita Sauer Medeiros
por Larissa Geórgia Bráulio Moura /Talita Sauer Medeiros
A contracultura foi um movimento que teve início na década de 1950 e atingiu seu auge nos anos 1960, quando teve lugar um estilo de mobilização e contestação social em relação à sociedade tradicional burguesa marcada pelo ideal de consumo. O moralismo rígido da sociedade estadunidense entrou em crise nos anos 1950 quando a expressão do “sonho americano” não conseguia mais envolver os jovens do planeta. Os anos 1960 foram marcados pela mobilização dos jovens que, contestando a sociedade em que viviam, puseram em causa valores tradicionais. Esses movimentos de contestação iniciaram-se nos Estados Unidos.
Entretanto, o termo contracultura não se refere somente aos movimentos de contestação dos jovens como o movimento hippie, os beatniks e o rock, mas remete a uma idéia mais abstrata , um espírito de mobilização que levou os jovens a contestarem a ordem vigente. Deste modo, a contracultura se caracterizou como um tipo de crítica anárquica, um modo de oposição a uma situação que não podia mais ser mantida. Essa onda de protestos dos anos 60 que começava a tomar conta da sociedade em todo o mundo, foi marcada por seu caráter não violento, pela difusão da paz e do amor, pelo livre uso de drogas e entorpecentes e pelo envolvimento social de milhares de jovens em torno de um fenômeno verdadeiramente cultural, tornando-se, portanto, uma das principais formas de expressão de uma nova geração e de uma cultura que “explodia em pleno coração das sociedades industriais avançadas”.
Através da difusão dos meios de comunicação, esses movimentos alcançaram uma dimensão planetária, universal e a juventude se uniu em torno de uma mobilização cultural de maior interação humana. A contracultura se desenvolveu também na América Latina e na Europa, mas, foi nos EUA onde as pessoas buscavam novos valores, que os movimentos adquiriram proeminência. Assim, não se podia ignorar a contracultura como forma de mobilização e contestação que buscava romper com as tradições, hábitos e comportamentos da cultura dominante, sendo a imprensa sua primeira divulgadora; É vital a importância dos meios de comunicação para configurar a contracultura: pela primeira vez, os sentimentos de rebeldia, insatisfação e busca que caracterizam o processo de transição para a maturidade encontram ressonância amplificada nos meios de comunicação. A insatisfação juvenil, suas buscas e aventuras ecoam, agora, na velocidade da luz nos tubos eletrônicos da TV. Redes comunicacionais se formam e transformam o planeta em aldeia global. (CARVALHO, 2002, p. 7).
Em vista disso a contracultura ganhou voz e se fortaleceu na busca por modificar o modo de vida ocidental, através da crítica as sociedades capitalistas, pelo movimento a favor do direitos civis, por políticas contestatórias e principalmente pelos movimentos musicais e festivais que uniram os jovens dos anos 1960 em torno da busca por um mundo melhor e mais livre.
Entre os principais movimentos de contestação nascidos nos anos 1960 encontra-se o Movimento Hippie, formado por alguns setores da juventude que insurgiram contra os valores tradicionais em vigor, como o trabalho, o nacionalismo e o excesso de consumo da sociedade norte americana vigente. Tinham como ideal a paz e o amor, bem como a liberdade de viver de um forma mais humanizada e menos dependente de fatores materiais.
Seus membros provinham dos meios burgueses, jovens ricos e intelectualizados que inspirados pelo ideal pacifista defendiam o amor livre e a igualdade entre os sexos. Revelaram-se principalmente contra a Guerra do Vietnã. Seu principal lema era “faça amor, não faça guerra”.
Ideologicamente os hippies tendem a se vestir e a se mostrar de maneira diferente da usual como forma de contraposição aos costumes vigentes da época. Os cabelos e barbas compridos tendem a compor um visual deselegante, de forma a chocar os conservadores, mas, mais que isso, os cabelos desalinhados serviam como protesto à Guerra do Vietnã, opondo-se aos cabelos raspados dos soldados. As roupas se caracterizavam pelas cores brilhantes e estilos incomuns, como calças boca de sino, camisas tingidas e roupas de inspiração oriental. O incenso e a meditação fazem parte da cultura hippie pelo seu caráter simbólico e quase religioso, bem como o uso livre de drogas e entorpecentes.
Entretanto, o termo contracultura não se refere somente aos movimentos de contestação dos jovens como o movimento hippie, os beatniks e o rock, mas remete a uma idéia mais abstrata , um espírito de mobilização que levou os jovens a contestarem a ordem vigente. Deste modo, a contracultura se caracterizou como um tipo de crítica anárquica, um modo de oposição a uma situação que não podia mais ser mantida. Essa onda de protestos dos anos 60 que começava a tomar conta da sociedade em todo o mundo, foi marcada por seu caráter não violento, pela difusão da paz e do amor, pelo livre uso de drogas e entorpecentes e pelo envolvimento social de milhares de jovens em torno de um fenômeno verdadeiramente cultural, tornando-se, portanto, uma das principais formas de expressão de uma nova geração e de uma cultura que “explodia em pleno coração das sociedades industriais avançadas”.
Através da difusão dos meios de comunicação, esses movimentos alcançaram uma dimensão planetária, universal e a juventude se uniu em torno de uma mobilização cultural de maior interação humana. A contracultura se desenvolveu também na América Latina e na Europa, mas, foi nos EUA onde as pessoas buscavam novos valores, que os movimentos adquiriram proeminência. Assim, não se podia ignorar a contracultura como forma de mobilização e contestação que buscava romper com as tradições, hábitos e comportamentos da cultura dominante, sendo a imprensa sua primeira divulgadora; É vital a importância dos meios de comunicação para configurar a contracultura: pela primeira vez, os sentimentos de rebeldia, insatisfação e busca que caracterizam o processo de transição para a maturidade encontram ressonância amplificada nos meios de comunicação. A insatisfação juvenil, suas buscas e aventuras ecoam, agora, na velocidade da luz nos tubos eletrônicos da TV. Redes comunicacionais se formam e transformam o planeta em aldeia global. (CARVALHO, 2002, p. 7).
Em vista disso a contracultura ganhou voz e se fortaleceu na busca por modificar o modo de vida ocidental, através da crítica as sociedades capitalistas, pelo movimento a favor do direitos civis, por políticas contestatórias e principalmente pelos movimentos musicais e festivais que uniram os jovens dos anos 1960 em torno da busca por um mundo melhor e mais livre.
Entre os principais movimentos de contestação nascidos nos anos 1960 encontra-se o Movimento Hippie, formado por alguns setores da juventude que insurgiram contra os valores tradicionais em vigor, como o trabalho, o nacionalismo e o excesso de consumo da sociedade norte americana vigente. Tinham como ideal a paz e o amor, bem como a liberdade de viver de um forma mais humanizada e menos dependente de fatores materiais.
Seus membros provinham dos meios burgueses, jovens ricos e intelectualizados que inspirados pelo ideal pacifista defendiam o amor livre e a igualdade entre os sexos. Revelaram-se principalmente contra a Guerra do Vietnã. Seu principal lema era “faça amor, não faça guerra”.
Ideologicamente os hippies tendem a se vestir e a se mostrar de maneira diferente da usual como forma de contraposição aos costumes vigentes da época. Os cabelos e barbas compridos tendem a compor um visual deselegante, de forma a chocar os conservadores, mas, mais que isso, os cabelos desalinhados serviam como protesto à Guerra do Vietnã, opondo-se aos cabelos raspados dos soldados. As roupas se caracterizavam pelas cores brilhantes e estilos incomuns, como calças boca de sino, camisas tingidas e roupas de inspiração oriental. O incenso e a meditação fazem parte da cultura hippie pelo seu caráter simbólico e quase religioso, bem como o uso livre de drogas e entorpecentes.
Cena do filme Hair de 1979.
Disponível em: http://3.bp.blogspot.com/hair.jpg. Acessado em: 01/10/2009
Disponível em: http://3.bp.blogspot.com/hair.jpg. Acessado em: 01/10/2009
Larissa Géorgio Bráulio Moura, licenciada em História pela Universidade Federal de Viçosa, atual aluna do curso de Pós Graduação Lato Sensu História - Evata
Talita Sauer Medeiras, licenciada em História pela Universidade Federal de Viçosa, atual aluna do Bacharelado da mesma universidade.
Talita Sauer Medeiras, licenciada em História pela Universidade Federal de Viçosa, atual aluna do Bacharelado da mesma universidade.
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