quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Coluna Ana Dietrich


Dentro da pauta da contemporaneidade não poderia faltar um assunto que diz respeito à vida de todos os habitantes da Terra, o meio-ambiente. Nessa coluna, o internauta poderá conhecer melhor a questão da sustentabilidade X competitividade nos negócios por meio da colaboração da historiadora Yone Ramos especialmente para o ContemporARTES.



 


Ana Maria Dietrich, editora-chefe da Contemporâneos-Revista de Artes e Humanidades, escreve às quartas-feiras quinzenalmente no ContemporARTES.
contemporaneosufv@yahoo.com.br




 


Ética concorrencial e sustentabilidade
Por Yone Ramos


O século 20 foi marcado por grandes mudanças nas relações sociais, políticas e econômicas: após a década de 60, a dinamização industrial e a intensificação de um projeto econômico transnacional capaz de suprir as demandas das transformações da sociedade pós 2ª Guerra (dado o crescimento urbano e tecnológico), bem como a dinamização dos meios de comunicação, resultaram no crescente esgotamento dos recursos naturais. Por outro lado, a partir da década de 70, através de um processo de conscientização dos valores do ser humano e da preservação do meio ambiente como fator crucial para a manutenção da sociedade, alguns especialistas da área de Filosofia passaram a fundamentar questões éticas também para as relações econômicas estabelecidas, de forma que mesmo na busca pelo lucro, o mercado fosse pautado pelo foco no desenvolvimento do ser humano em sua integralidade.

Apesar disso, com a quebra da maior parte dos monopólios sob a égide das reformas neoliberais, a sociedade hodierna enfrenta o grande desafio da competitividade nos negócios paradoxalmente à promoção de um projeto mundial de sustentabilidade e ética social. Nesse desafio, as empresas passaram a incorporar em suas políticas internas essas questões éticas, destacando em seu discurso a preocupação com o retorno positivo à sociedade. As empresas que aderiram à política de responsabilidade social, aproveitaram-se desse diferencial para convertê-los como meios de divulgação do próprio trabalho, visando a obtenção de lucro.

Ainda que as grandes empresas busquem adaptar-se à conscientização da sociedade, o mundo atual ainda enfrenta grandes problemas com mercados clandestinos, práticas abusivas e imorais; No entanto, na sociedade atual, o acesso rápido a informação e pressão midiática sobre essas práticas contribui para uma maior fiscalização e de certo, maior inibição delas. Não se espera que tais ações(como despejamento de produtos tóxicos em áreas impróprias, emissão de poluentes, coleta de lixo inadequada ou até mesmo uma realidade do mercado clandestino mais comum como a extração de recursos naturais de forma ilegais) sejam extintas rapidamente, porém é inegável que, com o crescimento da globalização, também surgiram novas visões sobre o que significa ética nas práticas comerciais e sua importância para a sociedade.

É compreensível que o mercado procure conciliar a busca pela sustentabilidade e a preocupação com o desenvolvimento social de forma que não prejudique na performance e concorrência , e sim, contribua para a promoção de seus interesses como entidade lucrativa, uma vez que a própria sociedade esteja em busca de empresas que visem esse retorno positivo ao meio. Através de contribuições sociais, as empresas tem a possibilidade de divulgar seus serviços e produtos, ao mesmo tempo que beneficiam seu público-alvo. Assim, a relação do espaço econômico com o espaço social deixa de ser agressiva para ser uma relação cada vez mais harmônica. O problema enfrentado na atualidade quanto à ética concorrencial refere-se aos passos tomados rumo a um desenvolvimento sustentável pois ainda são demasiadamente tímidos frente ao desafio que temos de preservação do meio e do próprio ser humano. De fato, cabe a cada um de nós, principalmente aqueles que almejam grandes cargos ou a administração de grandes empresas do mercado, estar sempre disposto a contribuir para a atuação de políticas éticas, sociais e ambientais cabíveis à realidade mundial contingente.

Referências bibliográficas.
Matos, Francisco Gomes. Ética na Gestão Empresarial: da conscientização à ação. São Paulo: Saraiva.





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Yone Ramos é historiadora.
yone.ramos@gmail.com

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