Segunda Poética
Dreamsnão sai
envolto em
si mesmo iluminado
cristalino preso
em seu próprio
brilho
sonho melhor
aquele que
perfeitamente é
o mais completo
e exato
sem exceder
tudo que poderia
e necessita
a existência
quer dizer:
como maior virtude
distinto capricho
porque o mais incrível
(e por isso, tão
magnífico) é
que nunca será
porque existir
é perder a existência
deixar de ser
abandonar a essência
configura
e caracteriza
sonho perfeito
que será sempre
porque não é
pássaros brincam
meninos também
parecem não querer
usufruindo o espaço
o peso da água nas asas
não preocupa, brincam de
forma ingênua
os meninos também:
mas com prazo determinado
para terminar
pássaros são apenas
pássaros
meninos querem voar
igual pássaros
uns provavelmente
vão querer ir longe demais
e poderão acabar por
comprometer (de forma
drástica), suas liberdades
Piano
brindando, com um
pulsar leve e vigoroso
de delicada e deliciosa
sutileza de perfeição
escolhendo, com precisão
de paciente maestria,
a dedos, traços de cores
neutras, que colorem
com suaves reverberações
sonoras, extraídos de
tal instrumento
invadindo e
inundando a todos
irritando completamente
qualquer pretensão
de silêncio, vestindo com
harmoniosa habilidade
: música e poesia
confundindo por inteiro
todo o ambiente
Figuras
adoro essas imagens
não consegue dizer
o que pretende
a folha se move
ao vento
e isto é apenas
um acontecido
nenhum enigma
ou dia que se abre
gradativo, invólucro
se descortinando
para existir,
lugar para ser
ou sol queimando
tudo bem antes
do meio dia
um estalido qualquer
deflagrando um
temporal de coisas
em meio a este
imenso universo
Hélio Neri é poeta, nasceu em Santo André (SP), em 1973. Publicou as plaquetes, “Avulsos” (2002), edição do autor, “Sombra das Coisas” (2003), “Registro” (2005), “Febre” (2006) e o livro de poemas “Anomalia” (2007), pela Alpharrabio Edições.
Publicou poemas nas revistas, A Cigarra, de Santo André; revista de Arte e Agitação Sem Futuro; na revista Não Funciona – nº. 12 –; no Jornal O Casulo; no site da revista Zunai; no site da revista Celuzlose; no site da revista Trópico, crítica literária, poesia à margem, por Heitor Ferraz.
Colaborou com o poema, Um sol que nada explica, para Paulo Leminski, no livro “A linha que nunca termina” – pensando Paulo Leminski – (2004), Lamparina Editora, organizado por André Dick e Fabiano Calixto.Coordenou o projeto Vozes Próprias, na Casa da Palavra, em Santo André e, atualmente prepara um novo livro de poemas, com o título de Palavra Insubordinada.
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