sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

As Horas

Coluna As Horas
Foi muito complicado escolher o tema para a coluna desta semana, pensei, pensei e tudo que vinha na cabeça, NATAL... Renas, compras, etc, etc... Devo confessar esta não é meu período preferido do ano, portanto escrever sobre ele.... Fora de questão, por outro lado, não posso ignorá-lo...
Olhando para estante, em busca de quem sabe um tema, algo chamou minha atenção, o filme “As horas”, (não caro leitor, não se é coincidência, ser este o nome dessa coluna) comecei a lembrar de cenas do filme e também do livro que gerou o filme. Mais especificamente, o final de ambos, no longa quando Virgínia Woolf numa conversa tensa com seu marido Leonard numa estação de trem diz:

“Leonard, não se acha a paz evitando a vida...”


“Encarar a vida conhecê-la, amar é um direito de todo ser humano.”



E no romance, quando ao autor com a voz de Richard discorre sobre as horas e sua importância. Em seu derradeiro momento, a personagem afirma, “sempre haverá as horas...” Que assim como natal existem e nos acompanham, não podemos fugir delas.
As Horas, àquelas horas, é apenas isso que possuímos no correr da nossa vida. Na maioria do tempo às ignoramos, não temos consciência disso, nos apegamos a milésimos de segundos, como relógios e seus tic-tacs, deixamos de lado o TODO, todos os 60 minutos de cada hora que compõe o dia e com isso, esquecemos que é a somatória destes que nos constituem como indivíduos, pois somos nossas vivências(boas e ruins), não há como fugir delas.
É preciso não renegar tais momentos, mas vivê-los independente do que seja, somos frutos deles, ações, lembranças, momentos... das horas. Sempre As Horas decisivas e até mesmo cruéis, mas que impulsionam a roda-viva de nossa vida.
Ah sim, você deve estar se perguntando o que tem a ver o filme, o livro com esta época do ano... Muita gente faz resoluções de ano novo ou algo do gênero, para muitos um período de reflexão, sugiro que pensemos como andam e de que maneira nossas Horas continuaram a correr?


Fugir ignorá-las até é possível, mas cedo ou tarde, elas voltam e batem a nossa janela, como no conto de Natal de Charles Dickens. É nossa responsabilidade saber o que fazemos das horas vividas, as nossas Horas. As Horas.


Giliane Silve de Moura escreve semanalmente no ContemporArtes


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