segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Segunda poética

Esta segunda é mais do que poética. É a poesia viva na sua maior representação: uma família de poetas (Tatiana Alves, André Caldas e Pedro Alves Valentim). Poetas premiados. Aqui eles, gentilmente, abrem sua casa e nos hospedam em sua poesia. E, viva a poesia!





Harpoesia

                            Tatiana Alves
Minha língua viva e sedenta

Saliva

Maldita

E roça em profanas palavras
Minhas mãos suadas e errantes

Tateiam

Malditas

E tocam profanas palavras
Por entre línguas e mãos

Toma forma a poesia

Sádica

Lúdica

Lúbrica
No prazer do trava-língua

No ardor de uma mão-boba

A poesia se toca

Harpoesia


Tatiana Alves é poeta, contista e ensaísta. Participou de diversos concursos literários, tendo obtido mais de cem prêmios. É colaboradora da Coluna Momento Lítero-Cultural, dos sites Cronópios, Anjos de Prata, Germina Literatura e Escritoras Suicidas. É filiada à APPERJ, à Academia Cachoeirense de Letras e ao Clube dos Escritores de Piracicaba. Publicou, em 2005, o livro de contos O Legado de Cronos; em 2006, O segredo da caixa, em colaboração com o grupo Encantadores de Histórias; em 2008, o livro de ensaios D’Além-mar: estudos de Literatura Portuguesa e, em 2009, o livro de poemas Harpoesia. É Doutora em Letras e leciona Língua Portuguesa e Literatura no CEFET / RJ. tatiana.alves.rj@gmail.com

Alma que fica

                    André Caldas
A alma que ama

Ama outra alma

Ama

Almeja calma

Aumenta Amor

Alma

Ama e clama

Amarga amargura

Que ama

Alma amiga

Arruma a mala

Mal-amada

A minha alma amuada

Ama e namora

N’América

No mar

Ao mar

Há mar?

Mas a alma

Apenas ama

El’ que ama

Lama

Amarelo gosto de amar


André Caldas é Mestre e doutorando em Literatura Portuguesa pela PUC-Rio. Professor universitário, professor da Rede Estadual de Ensino do Rio de Janeiro, pesquisador e ator profissional. Poeta filiado à APPERJ, já foi agraciado em diversos concursos literários.

Barquinho da vida

                           Pedro Alves Valentim
Barquinho da vida

Algumas vezes guiado pela correnteza

Outras, pelo remo de seu dono

Às vezes, tem que escolher entre mais de um caminho

Normalmente, escolhe o mais curto

Que nem sempre é o melhor

Pois, às vezes, ele dá onde o barquinho sempre foge

Na tempestade,

Na tempestade da morte

Pedro Alves tem doze anos e está concluindo o 6º ano do ensino fundamental no Colégio Pedro II. Começou a escrever este ano, e já recebeu três prêmios literários: 1º lugar na Academia Itapemense de Letras, foi um dos vencedores no Festival Poético de Cornélio Procópio e obteve Menção honrosa no Prêmio Moutonnée de Poesia.






Rosana Banharoli, poeta e jornalista, é coordenadora do blog




Rosana_banharoli@hotmail.com

3 comentários:

Ana disse...

Alma que ama!

8 de dezembro de 2009 às 09:16
Anônimo disse...

Trio parada dura...

Essa familia literalmente vai loooongeeeeeeeee

geraldo trombin

8 de dezembro de 2009 às 15:44
Cris Dakinis disse...

Família Poética! Concordo com o Trombim em seu comentário acima. Parabéns!

8 de dezembro de 2009 às 16:28

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