HOMOFOBIA NO MEIO UNIVERSITÁRIO
Ao meio estudantil universitário geralmente se associa a indivíduos de mente aberta. No entanto, quem convive ou já conviveu sabe que infelizmente as coisas não são bem assim. Casos de racismo, de sexismo e de homofobia são constantemente presenciados nas universidades através de múltiplas formas.
Episódios como os que aconteceram na Universidade Federal de Viçosa no ano de 2009 com a queima de uma bandeira LGBT, por um estudante com declarações explicitamente homofóbicas, são reproduzidos cotidianamente no meio estudantil universitário em todo o país. Recentemente a publicação de um “jornalzinho” por alguns estudantes de farmácia da USP confirma esse triste diagnóstico.
Logo abaixo há uma reprodução na íntegra do texto homofóbico publicado no jornalzinho que se intitula “O Parasita” na página 02:
Bom o que dizer sobre essas tantas asneiras? Infelizmente essa não é uma posição isolada, quantas outras pessoas não pensam e se comportam dessa forma? E nessa muita gente vai apanhando, sendo apelidado e sofrendo inúmeros preconceitos. O texto acima é uma declaração explicita de homofobia, de aversão à homossexualidade; nem dá para o tal “Zé Ruela” afirmar que é apenas uma opinião. Como se já não bastasse os termos ofensivos como “viadinhos”; “eca” o individuo lança um desafio com premiação “jogue merda em um viado, que você receberá, totalmente grátis, um convite de luxo para a Festa Brega 2010”.
No entanto na contra corrente de tanta besteira, já houve declarações de discentes de outros cursos da USP na qual deixaram claro o repudio por tal incitação homofóbica. Como afirma a defensora Maíra Diniz, coordenadora do núcleo de combate à discriminação, racismo e preconceito, "O Parasita" infringiu a Lei Estadual 10.948 que trata do combate à homofobia. Outros órgãos de combate a homofobia também já estão entrando com processos e levando caso a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). Maiores informações sobre o caso podem ser lidas no site da G1.
Espera-se que medidas punitivas sejam tomadas para corrigir essa incitação preconceituosa, violenta e covarde. Mas sabe-se muito bem que o problema é maior, que isso é apenas a ponta de um imenso irceberg, de uma sociedade mergulhada no preconceito, no machismo e na hipocrisia. Nas quais determinados valores sociais e religiosos são colocados a cima do respeito aos direitos e a liberdade humana.
Daniele Leonor Moreira é coordenadora da equipe de avaliação/ revisão da Contemporâneos - revista de Artes e Humanidades e estudante de História da Universidade Federal de Viçosa. Uma das atuais coordenadoras do projeto Primavera nos Dentes.
Episódios como os que aconteceram na Universidade Federal de Viçosa no ano de 2009 com a queima de uma bandeira LGBT, por um estudante com declarações explicitamente homofóbicas, são reproduzidos cotidianamente no meio estudantil universitário em todo o país. Recentemente a publicação de um “jornalzinho” por alguns estudantes de farmácia da USP confirma esse triste diagnóstico.
Logo abaixo há uma reprodução na íntegra do texto homofóbico publicado no jornalzinho que se intitula “O Parasita” na página 02:
"Lançe-merdas e Brega será na Faixa - Ultimamente nossa gloriosa faculdade vem sendo palco de cenas totalmente inadmissíveis. Ano passado, tivemos o famoso episódio em que 2 viadinhos trocaram beijos em uma festa no porão de med. Como se já não bastasse, um deles trajava uma camiseta da Atlética. Porra, manchar o nome de uma instituição da nossa faculdade em teritório dos medicus não pode ser tolerado. Na última festa dos bixos, os mesmos viadinhos citados acima, aprontaram uma pior ainda. Os seres se trancaram em uma cabine do banheiro, enquanto se ouviam dizeres do tipo "Aí, tira a mão daí." Se as coisas continuarem assim, nossa faculdade vai virar uma ECA. Para retornar a ordem na nossa querida Farmácia, O Parasita lança um desafio, jogue merda em um viado, que você receberá, totalmente grátis, um convite de luxo para a Festa Brega 2010. Contamos com a colaboração de todos. Joãozinho Zé-Ruela", escreve "O Parasita".
Bom o que dizer sobre essas tantas asneiras? Infelizmente essa não é uma posição isolada, quantas outras pessoas não pensam e se comportam dessa forma? E nessa muita gente vai apanhando, sendo apelidado e sofrendo inúmeros preconceitos. O texto acima é uma declaração explicita de homofobia, de aversão à homossexualidade; nem dá para o tal “Zé Ruela” afirmar que é apenas uma opinião. Como se já não bastasse os termos ofensivos como “viadinhos”; “eca” o individuo lança um desafio com premiação “jogue merda em um viado, que você receberá, totalmente grátis, um convite de luxo para a Festa Brega 2010”.
No entanto na contra corrente de tanta besteira, já houve declarações de discentes de outros cursos da USP na qual deixaram claro o repudio por tal incitação homofóbica. Como afirma a defensora Maíra Diniz, coordenadora do núcleo de combate à discriminação, racismo e preconceito, "O Parasita" infringiu a Lei Estadual 10.948 que trata do combate à homofobia. Outros órgãos de combate a homofobia também já estão entrando com processos e levando caso a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). Maiores informações sobre o caso podem ser lidas no site da G1.
Espera-se que medidas punitivas sejam tomadas para corrigir essa incitação preconceituosa, violenta e covarde. Mas sabe-se muito bem que o problema é maior, que isso é apenas a ponta de um imenso irceberg, de uma sociedade mergulhada no preconceito, no machismo e na hipocrisia. Nas quais determinados valores sociais e religiosos são colocados a cima do respeito aos direitos e a liberdade humana.
Daniele Leonor Moreira é coordenadora da equipe de avaliação/ revisão da Contemporâneos - revista de Artes e Humanidades e estudante de História da Universidade Federal de Viçosa. Uma das atuais coordenadoras do projeto Primavera nos Dentes.
2 comentários:
Oi dani, pois é, como vc. disse é um jornalzinho idiota, mas reproduz uma série de preconceitos incubados na nossa sociedade. Bom que vc. e outros membros da sociedade civil usam o espaço alternativo da mídia (no caso essa revista) para dar visibilidade a esse tipo de problemas que costuma ser varrido para debaixo do tapete. Acredito que a idéia mesma é ventilar... pois negar que o problema exista, faz com que atos arbitrários como esse continuam coexistindo com nossa fragilizada democracia.
8 de maio de 2010 às 22:36abraços sempre do teu lado
Ps. só um pequeno detalhe. A ECA que o jornaleco se refere é a Escola de Comunicação e Artes da USP, o que ele quis dizer é que a Farmácia seria uma espaço tão liberal ao movimento GLS quanto a ECA.
8 de maio de 2010 às 22:37bjs
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