A ARTE HÍBRIDA DE ISRAEL MUNHOZ
A coluna Incontros de hoje entrevistou e agora apresenta o artista paranaense Israel Dali' Munhoz, que apesar de muito jovem tem uma pesquisa em curso que o levou a criar uma linguagem bem particular, produto da síntese entre as diversas formas de expressão contemporâneas. A seguir um depoimento pessoal de sua trajetória e em seguida ele responde a algumas perguntas, num rápido ping-pong. As ilustrações são todas de sua autoria.
Auto retrato
O desenho sempre esteve presente na minha infância. Eu desenhava em pedacinhos de papéis, até ganhar meu primeiro caderno de desenho dos meus pais. Minhas primeiras exposições foram feitas na parede de madeira de casa, onde eu colava os desenhos para meu pai ver quando chegasse do trabalho. Fiz coleções desses cadernos e guardo-os até hoje.
Logo que comecei o ensino médio no Colégio Estadual do Paraná, descobri um catalisador para minha veia artística que iria ter desdobramentos em toda minha vida: a escolinha de artes do CEP, lugar que me mostrou e influenciou, abrindo horizontes na área acadêmica. Nesse meio tempo tive meus primeiro contatos com a dança, descobrindo uma nova vertente de expressões. E então comecei o Curso de Dança Moderna da UFPR, do qual participo até a presente data.
Hoje curso o 4º ano da Escola de Música e Belas Artes do Paraná, e minha linha de pesquisa é pensada no uso do corpo nas artes visuais, pois acredito em uma arte híbrida dentro do processo criativo, interesse proveniente de meu convívio com diversos meios de expressão. Dessa forma, utilizo a dança como parte da composição em meus trabalhos: em alguns deles, são representados corpos humanos em meio à dança, em outros esses corpos são levados à exaustão devido aos movimentos repetitivos.
Em outros trabalhos, relaciono direta ou indiretamente cinema, música e poesia. Procuro demonstrar algo do cotidiano neles, mas ao mesmo tempo com um caráter introspectivo e um toque surreal.
Procuro discutir o conceito de arte contemporânea, que muitos artistas buscam e outros não gostam nem de comentar. Acredito não só no resultado final do trabalho, mas sim na experiência artística que podemos proporcionar e dela participar. Talvez este processo seja o mais importante ou é nele que deveríamos nos preocupar mais, e aí sim caracterizá-lo como contemporâneo.
Em alguns trabalhos fica muito clara a influência dos artistas que gosto; em outros, só percebo através do comentário de outras pessoas. Porém, prefiro o processo não intencional e mais espontâneo.
Trabalho atualmente, como professor do ensino público e o que prego sempre para meus alunos é: todos nós somos artistas, basta descobrir onde melhor nos expressamos. Quanto às técnicas de desenho ou pintura... com o tempo e a prática, vamos aprendendo e evoluindo. Não podemos matar ou negar o que vive artisticamente dentro de cada um de nós.
"A arte e a poesia trabalham com a paixão, a vida e suas indagações, um poema onde cada um de nós contribui com um verso" (I.M.)
P: Quando começou a trabalhar com artes visuais, quais foram seus primeiros trabalhos e pelo que foi motivado a optar por essa área?
R: Comecei meu trabalho com artes visuais no ano de 2007, onde trabalhei com arte-educação no MON (Museu Oscar Niemeyer), nesta época tive contatos com muitos artistas e exposições durante um ano, experiência motivadora para a criação artística.
P: Você teve alguma influência na escolha dessa modalidade de arte, inspirou-se em alguém ou algo?
R: A influência veio de profissionais com os quais tive contato na adolescência: professores, artistas plásticos, e principalmente a escolinha de artes do CEP, lugar que me inspirou e me possibilitou conhecer a história do artista Luis Carlos Andrade de Lima, que também tinha estudado lá. Alguns anos depois vim a trabalhar em uma exposição dele no MON.
R: A influência veio de profissionais com os quais tive contato na adolescência: professores, artistas plásticos, e principalmente a escolinha de artes do CEP, lugar que me inspirou e me possibilitou conhecer a história do artista Luis Carlos Andrade de Lima, que também tinha estudado lá. Alguns anos depois vim a trabalhar em uma exposição dele no MON.
P:Que modalidades artísticas exerceu em toda sua trajetória profissional desde o início até agora?
R: Na área das artes visuais trabalhei com oficinas, exposições, produção de material educativo, já participei de espetáculos de dança no ano de 2008/2009 como bailarino. Na presente data trabalho junto com a CIA de teatro, a CIA “eSpação”, como produtor visual e ator.
P: Que tipo de trabalho artístico traz maior realização a você? Cite um trabalho que tenha sido particularmente muito gratificante.
R: Oficinas e teatro para crianças, o carinho delas nas oficinas é incomparável, e em uma apresentação de teatro infantil na região metropolitana de Curitiba – região afastada e carente - logo no final da peça um menino de, no máximo sete anos de idade nos emocionou: com palavrinhas simples ele explicou como havia gostado da peça e como era importante a oportunidade de estar assistindo ao teatro.
P: Ao que se dedica no momento? Está desenvolvendo algum projeto particular na área de imagem?
R: Estou com um projeto de pesquisa visual chamado “Identidades” juntamente com outras quatro artistas, onde formamos o coletivo de artes “Múltiplos”, são elas: Daniele Santos, Ellen Nascimento e Carolina Torres. Cada um com os referenciais que desenvolvem em suas pesquisas individuais. Nesse projeto estamos compartilhando, experimentando, discutindo os meios de produção e o processo artístico como um todo.
P: Quais as suas realizações mais recentes?
R: >Espetáculo de dança moderna “Internato” dezembro 2008 no Teatro da Reitoria;
>Espetáculo da dança moderna “Interferências” dezembro de 2009 noTeatro da Reitoria;
>Performance “Estações “ na mostra Imarginal- TUC;
>Exposição no projeto SARAU DAS NUVENS - ‘Era só que faltava’ junho de 2009;
>Exposição no projeto SARAU DAS NUVENS – ‘Jokers Pub’ outubro 2009;
>Participação no projeto SESI de arte.
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Izabel Liviski é Fotógrafa e Mestre em Sociologia pela UFPR. Pesquisadora de História da Arte, Sociologia da Imagem e Antropologia Visual. Escreve quinzenalmente às 5as feiras na Revista ContemporArtes.
8 comentários:
oi Israel... parabens pelo seu trabalho, vc sabe que eu o adimiro muito. Continue esse artista MARAVILHOSO que vc é!!! Milhoes de bjos da garotinha aki de SP.... Mayara
1 de setembro de 2010 às 12:41obrigado Mayara queria....
1 de setembro de 2010 às 12:52Também quero agradecer a Izabel Liviski pelo convite, e dizer q esta iniciativa é muito importante dentro da nossa área, que carece de espaço e oportunidades!!!
Abraços
o isra é um artista como é dificil de ser ver por ai, é versatil e criativo, sem preconceitos, usa de todos os suportes possiveis para se expressar e fazer sua arte, para assim abrir a cabeça das pessoal... enfim parabens sucesso ai falcatrua abrass do christiano ccn
1 de setembro de 2010 às 13:07Como amigo e diretor da Cia eSpação, acredito muito no trabalho deste "garoto", um profissional cm excelente dedicação. Procurando sempre pensar a frente e buscar mais e mais conhecimento, o Israel destaca-se quando se envolve com o trabalho! Parabéns e pro sucesso, muito Trabalho!!!
1 de setembro de 2010 às 17:34Isra, querido..
2 de setembro de 2010 às 00:04Um grande artista hein. Parabéns meu bem, te desejo muito sucesso, vc vai longe!!!!
Beijos.
Israel!!!
4 de setembro de 2010 às 12:34Ilustre artista, magnífico pensador e deslumbrande em expressões sem nenhuma duvida faltarão linhas para as minucias da sua vida.
PARABÉNS, tudo de bom guri!!!
PAIXÃO...
6 de setembro de 2010 às 20:13é isso que define escolhas
quando elas são feitas por outros motivos
as escolhas perdem a força
a arte te atravessa
te faz ISRAEL!!!
SUCESSO!!!
SAUDADES
Taurino, querido! Parabéns e sucesso pra você! Te vejo na expo, estarei lá!
24 de julho de 2013 às 18:03beijo grande
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