Tirando da Gaveta
Acordou com idéia fixa, mas evitou a decisão precipitada. No criado-mudo, guardava seus textos: poemas, contos, romances iniciados, um quase no fim.
Passou o dia pensando na decisão. Não poderia ser algo fruto apenas do impulso. Mas estava decidido que não passaria desse dia. Na hora do almoço, sentou-se à beira da cama. Olhou demoradamente antes de se inclinar e abrir a primeira gaveta. Nas últimas vezes, apenas pusera uma bola de naftalina em cada compartimento.
Desta vez, não. Há muito tempo já deveria ter resolvido tirar dali os manuscritos e dar-lhes o destino merecido. Não havia porquê esperar. Juntou-os todos do jeito que estavam e desceu às pressas as escadas que levavam à varanda. Antes que capitulasse, jogou tudo num dos tonéis de lixo e ateou fogo.
1 comentários:
demorou mas chegou, tô gostando desse seu estilo hai kai, tudo curtinho e muito expressivo. Super...
19 de junho de 2011 às 00:41mas, confesso que o atear fogo me chocou. Que tal jogar pelos ares e vê-los plainando??? rs
bjk, lembranças ao Pará
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