Políticas Culturais e Juventude.
A juventude é um tema que está ganhando espaço em diversos setores da sociedade. Nunca a juventude foi um assunto tão transversal. Na academia, na política, na mídia, nas relações sociais a juventude é um tema que está em evidência. Este destaque é fruto de um processo de reconhecimento que a Juventude conquistou ao longo dos últimos 15 anos. Neste sentido, maior conquista cívica desta categoria foram as inclusões dos termos Jovem e Juventude na Constituição Federal, mediante a aprovação da PEC da Juventude. Após a aprovação da PEC da Juventude, o Capitulo VI da Constituição foi alterado e a Juventude incluída na relação de categorias que possuem direitos constitucionais.
Esta evidência, em parte, é causada pelo grande número de jovens da sociedade brasileira. Isso demanda do Estado políticas públicas específicas de inclusão social para o conjunto de jovens que formam o diversificado mosaico da juventude brasileira, uma juventude que possui diversidades proporcionais à diversidade do Brasil. Neste sentido, o MINC, durante o último Governo Lula, realizou algumas ações que contemplaram a juventude Brasileira. A implementação dos Pontos de Cultura, foi a ação do MINC de maior impacto na Juventude, pois possibilitou que uma parcela da sua produção fosse realizada e consumida pelo público juvenil.
Segundo o Documento, “Reflexões Sobre a Política Nacional de Juventude: 2003-2010.” as políticas culturais no Brasil avançaram em termos de inclusão dos jovens, porém,ainda existem gargalos que dificultam o acesso dos jovens aos bens culturais. Neste ponto o documento produzido pela Secretaria-Geral da Presidência da República, Secretaria Nacional de Juventude e Conselho Nacional de Juventude aponta que não existe no Brasil, uma política de Cultura formulada pela e para Juventude com critérios de seleção etários. De acordo com estas autarquias da Presidência, a falta de um recorte de idade limita o potencial de produção e consumos culturais da juventude brasileira.
Outro ponto importante destacado no relatório “Reflexões Sobre a Política Nacional de Juventude”, que demonstra mais uma lacuna relacionada às políticas culturais e juventude é a ausência de cursos voltados para qualificação para o mercado cultural e economia criativa nos programas públicos de formação profissional. Isso é grave e merece atenção por parte dos gestores que devem integrar nestes programas, ações de formação para que o jovem contribua significativamente com a cadeia produtiva da cultura, agregando mais valor a sua mão de obra e contribuindo para o desenvolvimento cultural do país. O país se transformou bastante na última década e os programas de qualificação profissional não estão se adaptando a esta realidade, pois ainda carecem de cursos destinados à formação de ofícios característicos do século XXI, especialmente aqueles relacionados a cultura digital: web designer, modelagem, redes, etc.
Um aspecto essencial para a melhoria da inserção da juventude nas políticas culturais e que está ausente no relatório da Presidência da República, é a falta de programação cultural destinada especificamente para juventude que leve em consideração suas tradições, vertentes, identidades e tendências, pois esta categoria reúne uma série de preferências relacionadas aos seus comportamentos de consumo cultural. Fora alguns festivais isolados, não há um programa multicultural do governo federal com a sua programação concebida para o público juvenil.
Uma boa oportunidade de reversão deste quadro são as conferências de juventude. Estas conferências vão ocorrer em vários locais do Brasil, e serão dividas em várias etapas: municipais, livres, virtuais, territoriais, estaduais, nacional. Nesses eventos, os jovens poderão se manifestar e solicitar ao poder público suas demandas e reivindicações. É importante que os jovens se organizem e se debrucem sobre esta relação entre as Políticas Culturais e a Juventude, com vistas a modificar este quadro de baixa transversalidade entre estes temas e de ínfima participação juvenil no processo de destinação dos programas e ações atualmente desenvolvidos pelo MINC.
Esta evidência, em parte, é causada pelo grande número de jovens da sociedade brasileira. Isso demanda do Estado políticas públicas específicas de inclusão social para o conjunto de jovens que formam o diversificado mosaico da juventude brasileira, uma juventude que possui diversidades proporcionais à diversidade do Brasil. Neste sentido, o MINC, durante o último Governo Lula, realizou algumas ações que contemplaram a juventude Brasileira. A implementação dos Pontos de Cultura, foi a ação do MINC de maior impacto na Juventude, pois possibilitou que uma parcela da sua produção fosse realizada e consumida pelo público juvenil.
Segundo o Documento, “Reflexões Sobre a Política Nacional de Juventude: 2003-2010.” as políticas culturais no Brasil avançaram em termos de inclusão dos jovens, porém,ainda existem gargalos que dificultam o acesso dos jovens aos bens culturais. Neste ponto o documento produzido pela Secretaria-Geral da Presidência da República, Secretaria Nacional de Juventude e Conselho Nacional de Juventude aponta que não existe no Brasil, uma política de Cultura formulada pela e para Juventude com critérios de seleção etários. De acordo com estas autarquias da Presidência, a falta de um recorte de idade limita o potencial de produção e consumos culturais da juventude brasileira.
“A ausência de um recorte juvenil transparece como limitação às políticas de cultura dado o potencial que encerram para juventude brasileira.”¹
Outro ponto importante destacado no relatório “Reflexões Sobre a Política Nacional de Juventude”, que demonstra mais uma lacuna relacionada às políticas culturais e juventude é a ausência de cursos voltados para qualificação para o mercado cultural e economia criativa nos programas públicos de formação profissional. Isso é grave e merece atenção por parte dos gestores que devem integrar nestes programas, ações de formação para que o jovem contribua significativamente com a cadeia produtiva da cultura, agregando mais valor a sua mão de obra e contribuindo para o desenvolvimento cultural do país. O país se transformou bastante na última década e os programas de qualificação profissional não estão se adaptando a esta realidade, pois ainda carecem de cursos destinados à formação de ofícios característicos do século XXI, especialmente aqueles relacionados a cultura digital: web designer, modelagem, redes, etc.
Um aspecto essencial para a melhoria da inserção da juventude nas políticas culturais e que está ausente no relatório da Presidência da República, é a falta de programação cultural destinada especificamente para juventude que leve em consideração suas tradições, vertentes, identidades e tendências, pois esta categoria reúne uma série de preferências relacionadas aos seus comportamentos de consumo cultural. Fora alguns festivais isolados, não há um programa multicultural do governo federal com a sua programação concebida para o público juvenil.
Uma boa oportunidade de reversão deste quadro são as conferências de juventude. Estas conferências vão ocorrer em vários locais do Brasil, e serão dividas em várias etapas: municipais, livres, virtuais, territoriais, estaduais, nacional. Nesses eventos, os jovens poderão se manifestar e solicitar ao poder público suas demandas e reivindicações. É importante que os jovens se organizem e se debrucem sobre esta relação entre as Políticas Culturais e a Juventude, com vistas a modificar este quadro de baixa transversalidade entre estes temas e de ínfima participação juvenil no processo de destinação dos programas e ações atualmente desenvolvidos pelo MINC.
1:Reflexões Sobre a Política Nacional de Juventude: 2003-2010. p.49.2011.
Link para informações sobre as conferências de Juventude: http://www.juventude.ba.gov.br/?page_id=2989
Diogo Carvalho é historiador pela Universidade Federal da Bahia. Atualmente desenvolve mestrado pelo Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade(UFBA), onde realiza pesquisas sobre o cinema soviético. Membro da Oficina de Cinema-História da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (UFBA). Trabalha com os seguintes temas: cinema, culturas,História, cultura digital, política humanidades e literatura beatnik. diogocarvalho_71@hotmail.com
1 comentários:
Não obstante a necessidade de fazer valer a inserção da juventude nas políticas culturais, penso eu, do ponto de vista educacional, que é sempre relevante buscar uma posição crítica. Porque não basta apenas nos preocuparmos em introduzir a juventude no mercado de trabalho (pra não voltarmos a um tecnicismo viciado) tampouco ensinar-lhes identidades que a sociedade brasileira não reconhece porque nem sequer discute. Minha opinião é que tudo deve começar com os valores. A juventude brasileira carece de referências valorativas mais consistentes. A educação moral e cívica, apesar de contaminada pelo contexto histórico anti-democrático em que foi produzida, não é um mau negócio não. Política cultural tem que priorizar a cidadania, a responsabilidade social e política da juventude (com uma moralidade laica!). Penso que não podemos partir para identidades e outros enfoques mais privados sem educá-los para a vida pública primeiro. As conferências são sem duvida um meio pra que eles debatam por si mesmos seus desafios e interesses, tornando a política algo familiar e não propriedade exclusiva dos "representantes-mores" de nossa república federativa.
3 de julho de 2011 às 21:57Se não tivermos como ponto de partida e de chegada o aprimoramento da democracia, acabaremos apenas fornecendo sugestões de entretenimento cultural sem maiores propósitos em longo prazo.
Perdoe o comentário longo. O texto, como vê, fomenta o debate. Exatamente por isso merece grandes elogios.
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